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Medo de recessão global volta à cena e derruba bolsas

Derrota de Angela Merkel em eleições diminui o apoio político para a aprovação de um novo plano de ajuda para os países europeus

A bolsa da Alemanha recuou 5,3% nesta segunda-feira (Uwe Anspach/AFP)

A bolsa da Alemanha recuou 5,3% nesta segunda-feira (Uwe Anspach/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 15h12.

São Paulo – Os investidores em todo o mundo refletem hoje a volta do medo de uma nova recessão global. Todas as principais bolsas caem forte nesta segunda-feira, com exceção das em Wall Street, fechadas devido ao feriado nacional do Dia do Trabalho. Na Alemanha, o índice DAX 30 recuou 5,3%. Londres e Paris também apresentaram uma forte desvalorização.

A chanceler alemã, Angela Merkel, sofreu uma importante derrota política no final de semana. O partido de oposição Social Democrata venceu as eleições na região de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, estado natal de Merkel. A oposição liderada pelo partido Social Democrata levou 35,7% dos votos, contra 23,1% da União Democrata Cristã.

Foi a quinta derrota seguida em eleições neste ano do partido de Merkel. O foco da campanha dos opositores está voltado para as críticas sobre como a chanceler tem lidado com a crise da dívida dos países que compõem a Zona do Euro. A Alemanha, como o maior país da região, tem um papel determinante na criação de um novo plano direcionado para solucionar a crise.

Sem o apoio interno, o mercado voltou a ficar preocupado com a situação fiscal dos países na área e, por conseguinte, com a saúde do sistema bancário. As ações dos principais bancos europeus estiveram entre as principais quedas do dia. Os papéis do francês Société Générale despencaram 8,6% e do alemão Deutsche Bank caíram 8,86%.

Além disso, um indicador que mede a atividade manufatureira e de serviços na zona do euro mostrou um fraco desempenho em agosto. O Índice de Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) ficou em 50,7 pontos no mês passado, uma queda ante os 51,1 pontos alcançados em julho.

No Brasil

Por aqui, o mercado continua a por na conta o preço de um Banco Central mais leniente com o controle da inflação e mais preocupado com o crescimento. O primeiro relatório Focus - que consulta aproximadamente 100 economistas semanalmente – após o corte inesperado de 0,5 ponto percentual na taxa Selic.

A expectativa para todos os índices de preços da pesquisa foi elevada. A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo) subiu de 6,31% para 6,38% em 2011 e de 5,2% para 5,32% no ano que vem. A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 3,79% para 3,67% neste ano e de 3,9% para 3,84% em 2012.

“Ainda que não concordemos com o cenário referencial do BC, consideramos que a acomodação da atividade doméstica abre espaço para um relaxamento da política monetária, ainda que o timing do Copom nos pareça equivocado. Por ora, aguardamos a ata da reunião do Copom para redefinir o nosso cenário de juros para 2011 e 2012”, afirma Flávio Combat, economista da Concórdia Corretora, em relatório.

A ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que reduziu o juro para 12% ao ano em uma decisão não unânime (5 a 2) será publicada nesta quinta-feira.

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