Juros recuam com perspectiva de PIB menor em 2013
As taxas futuras sofreram queda por conta de cenário ruim no exterior e incertezas na economia
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2012 às 17h03.
Pela primeira vez em alguns pregões, o mercado de juros não ficou estritamente ligado ao movimento do dólar nesta segunda-feira. Enquanto a moeda norte-americana migrou para o terreno positivo em alguns momentos durante a tarde, ainda que a alta tenha sido discreta, as taxas futuras seguiram em queda, em linha com o exterior ruim e com as incertezas que rondam a economia da Grécia e dos EUA.
Além disso, a piora das expectativas para o crescimento do Brasil, em 2013, e a avaliação de uma fonte da equipe econômica de que a expansão de 4% pode não ser sustentável sancionaram o viés baixista para a curva de juros, sobretudo no trecho mais longo.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2015 (34.095 contratos) indicava mínima de 7,93%, de 7,97% no ajuste. Na parte longa da curva, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (59.640 contratos) estava em 8,74%, de 8,76% na sexta-feira. A taxa para janeiro de 2021 (4.410 contratos) projetava 9,37%, ante 9,41% no ajuste.
No trecho mais curto da curva de juros, a taxa para janeiro de 2013 (apenas 1.050 contratos) estava em 7,08%, de 7,07%, com o mercado precificando estabilidade da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. O DI para janeiro de 2014 (311.665 contratos) marcava mínima de 7,33%, nivelado ao ajuste de sexta-feira.
Segundo um operador, além da cenário externo ruim, há outros fatores domésticos a influenciar o viés de baixa. Esse profissional chamou a atenção para matéria publicada, neste fim de semana, pelo jornal O Estado de S.Paulo, em que uma fonte do governo admite que um patamar de crescimento de 4% pode não ser sustentável. E nesta segunda-feira, segundo o Boletim Focus, os analistas voltaram a reduzir as perspectivas de crescimento para 2012, de 1,52% para 1,50%, e para 2013, de 3,96% para 3,94%.
Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o PIB do terceiro trimestre, mas também não são esperadas surpresas. O mercado trabalha com uma projeção de crescimento de 1% a 1,3% na margem. A dúvida agora, segundo alguns economistas, é se tal patamar será mantido no último trimestre. Os dados mais fracos conhecidos recentemente deixaram essa questão em aberto e têm contribuído para a revisão em baixa das estimativas de expansão para 2013.
No exterior, EUA e Grécia seguem no radar. Fontes disseram ao Wall Street Journal que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, conversaram no sábado por telefone sobre o chamado "abismo fiscal". As conversas ao nível das equipes dos dois líderes estão avançando muito lentamente e ainda não produziram sinais visíveis de progresso para evitar os cortes de gastos e aumentos de impostos automáticos programados para entrar em vigor no começo de 2013.
Em relação à situação grega, os ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) continuam reunidos para tratar da liberação da próxima parcela de ajuda ao país. Segundo o vice-ministro de Finanças da Alemanha, Steffen Kampeter, há "uma chance muito boa" de um acordo hoje para a liberação dos recursos. Mas ele deixou claro que o governo alemão continua sendo contrário a um desconto (haircut) na dívida grega que está nas mãos do setor público, como chegou a ser aventado.
Pela primeira vez em alguns pregões, o mercado de juros não ficou estritamente ligado ao movimento do dólar nesta segunda-feira. Enquanto a moeda norte-americana migrou para o terreno positivo em alguns momentos durante a tarde, ainda que a alta tenha sido discreta, as taxas futuras seguiram em queda, em linha com o exterior ruim e com as incertezas que rondam a economia da Grécia e dos EUA.
Além disso, a piora das expectativas para o crescimento do Brasil, em 2013, e a avaliação de uma fonte da equipe econômica de que a expansão de 4% pode não ser sustentável sancionaram o viés baixista para a curva de juros, sobretudo no trecho mais longo.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2015 (34.095 contratos) indicava mínima de 7,93%, de 7,97% no ajuste. Na parte longa da curva, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (59.640 contratos) estava em 8,74%, de 8,76% na sexta-feira. A taxa para janeiro de 2021 (4.410 contratos) projetava 9,37%, ante 9,41% no ajuste.
No trecho mais curto da curva de juros, a taxa para janeiro de 2013 (apenas 1.050 contratos) estava em 7,08%, de 7,07%, com o mercado precificando estabilidade da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. O DI para janeiro de 2014 (311.665 contratos) marcava mínima de 7,33%, nivelado ao ajuste de sexta-feira.
Segundo um operador, além da cenário externo ruim, há outros fatores domésticos a influenciar o viés de baixa. Esse profissional chamou a atenção para matéria publicada, neste fim de semana, pelo jornal O Estado de S.Paulo, em que uma fonte do governo admite que um patamar de crescimento de 4% pode não ser sustentável. E nesta segunda-feira, segundo o Boletim Focus, os analistas voltaram a reduzir as perspectivas de crescimento para 2012, de 1,52% para 1,50%, e para 2013, de 3,96% para 3,94%.
Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o PIB do terceiro trimestre, mas também não são esperadas surpresas. O mercado trabalha com uma projeção de crescimento de 1% a 1,3% na margem. A dúvida agora, segundo alguns economistas, é se tal patamar será mantido no último trimestre. Os dados mais fracos conhecidos recentemente deixaram essa questão em aberto e têm contribuído para a revisão em baixa das estimativas de expansão para 2013.
No exterior, EUA e Grécia seguem no radar. Fontes disseram ao Wall Street Journal que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, conversaram no sábado por telefone sobre o chamado "abismo fiscal". As conversas ao nível das equipes dos dois líderes estão avançando muito lentamente e ainda não produziram sinais visíveis de progresso para evitar os cortes de gastos e aumentos de impostos automáticos programados para entrar em vigor no começo de 2013.
Em relação à situação grega, os ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) continuam reunidos para tratar da liberação da próxima parcela de ajuda ao país. Segundo o vice-ministro de Finanças da Alemanha, Steffen Kampeter, há "uma chance muito boa" de um acordo hoje para a liberação dos recursos. Mas ele deixou claro que o governo alemão continua sendo contrário a um desconto (haircut) na dívida grega que está nas mãos do setor público, como chegou a ser aventado.