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Juros futuros sobem com resultado de emprego nos EUA e dólar

Os juros futuros acabaram próximos dos níveis de quinta-feira, 4, em sintonia com a desaceleração do dólar na segunda metade dos negócios


	Bovespa: término da negociação regular, taxa do DI para abril de 2015 marcava 11,96%
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: término da negociação regular, taxa do DI para abril de 2015 marcava 11,96% (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 16h29.

São Paulo - As taxas dos contratos futuros de juros tiveram um impulso nesta sexta-feira, 5, com o relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll), divulgado na manhã de hoje, que abriu espaço para o avanço dos yields dos Treasuries e do dólar ante várias divisas.

Mas os juros futuros acabaram próximos dos níveis de quinta-feira, 4, em sintonia com a desaceleração do dólar na segunda metade dos negócios.

No fim da manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a economia do país criou 321 mil empregos em novembro.

O resultado foi o melhor desde janeiro de 2012, ficando acima dos 230 mil novos postos esperados.

O número reforçou apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá antecipar a elevação de suas taxas de juros.

Se isso ocorrer, os EUA tendem a atrair recursos que atualmente estão voltados para países emergentes. Em reação, o dólar disparou em várias praças e por aqui também.

Em meio a um giro baixo de negócios, quando o dólar testou máximas ante o real, logo após o payroll, os juros acompanharam.

Na reta final dos negócios, com a divisa dos EUA perdendo vigor, as taxas futuras voltaram para perto da estabilidade.

O IPCA de novembro, apenas um pouco abaixo do consenso de mercado, ficou em segundo plano.

Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, a taxa do DI para abril de 2015 marcava 11,96%, de 11,95% no ajuste anterior.

O DI para julho de 2015 estava em 12,22%, de 12,21% ontem. O juro para janeiro de 2016 indicava 12,41%, de 12,40% na véspera.

O DI para janeiro de 2017 apontava 12,29%, igual ao ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 11,94%, de 11,95% ontem.

Um profissional da área de renda fixa destacou que os ativos brasileiros ficaram um pouco descolados do exterior, especialmente ontem e hoje.

Segundo ele, como o mercado de juros tem trabalhado em sintonia com o dólar, o comportamento da moeda ante o real, que subiu bem menos do que em relação às demais divisas, limitou o movimento das taxas futuras.

Além disso, destacou essa mesma fonte, os juros longos, que deveriam acompanhar a alta dos yields dos Treasuries, já tinham avançado na véspera, em reação ao comunicado que acompanhou a decisão do Copom na quarta-feira, de elevar a Selic em 0,50 ponto, para 11,75% ao ano.

Pela manhã, o IBGE informou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,51% no mês passado, acima da alta de 0,42% em outubro, mas dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,49% a 0,62%, e abaixo da mediana de 0,54%. No ano, o IPCA acumulou uma alta de 5,58%.

Em 12 meses, a taxa ficou em 6,56%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,50%.

Outro dado de inflação, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) ficou bem mais salgado em novembro.

O índice avançou 1,14% no mês passado, após subir 0,59% em outubro, dentro do intervalo das projeções do mercado financeiro, que estimavam desde um avanço de 0,95% a uma alta de 1,20%, mas acima da mediana de 1,05%. Com o resultado, o IGP-DI acumula altas de 3,39% no ano e de 4,10% nos últimos 12 meses.

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