Exame Logo

Juros disparam com aumento do risco fiscal e político

O que está valendo é a meta de superávit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até que o Congresso aprove o projeto que prevê um déficit de até 2%

Bolsas: o Congresso só deve votar a matéria no dia 1º, o que pode obrigar a presidente Dilma a ter de cortar drasticamente o orçamento (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2015 às 16h19.

São Paulo - As taxas de juros futuros dispararam nesta sexta-feira, 27, refletindo o aumento da aversão ao risco com o quadro político doméstico, antes do final de semana e dos eventos da semana que vem.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa , o DI julho de 2016 projetava 15,110%, de 15,035% no ajuste anterior; o DI janeiro de 2017 subia de 15,54% no ajuste para 15,66% (máxima); e o DI janeiro de 2021 também encerrou na máxima, a 15,91%, bem acima do ajuste de 15,62%.

As taxas já começaram o dia sob estresse, em meio ao risco de paralisação das contas públicas na próxima semana, após o adiamento da votação da mudança da meta fiscal de 2015, que teria de ser aprovada até o dia 30.

O Congresso só deve votar a matéria no dia 1º, o que pode obrigar a presidente Dilma a ter de cortar drasticamente o orçamento.

O que está valendo é a meta de superávit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até que o Congresso aprove o projeto que prevê um déficit de até 2%.

Segundo fontes, Dilma Rousseff vai assinar um decreto para bloquear recursos orçamentários e evitar o descumprimento da Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF) e da recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

A equipe econômica ainda trabalha para determinar o tamanho do contingenciamento. Em tese, o governo seria obrigado a cortar R$ 107,1 bilhões para garantir o cumprimento dos 1,1% do PIB. Mas há somente R$ 10,7 bilhões à disposição para cortes.

Diante do aumento do risco fiscal, o mercado colocou mais fichas na probabilidade de um novo rebaixamento do rating soberano, sobretudo após a informação de que na próxima semana chegará ao País uma missão da Standard & Poor's.

Ao longo do dia, outras notícias foram impulsionando as taxas, que passaram a renovar as máximas à tarde.

Entre elas, a de que o presidente da Andrade Guitierrez, Otávio Azevedo, fechou acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato e deve apontar os nomes de pelo menos dois senadores que teriam recebido propinas no esquema Petrobras.

Ainda, segundo rumores nas mesas de operação, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pode confirmar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma na semana que vem.

Além do que pode vir no front político, a próxima semana é de agenda econômica carregada. Na segunda-feira, dia 30, o Banco Central vai divulgar os dados do setor público consolidado de outubro e, na terça-feira, o IBGE informa o PIB do terceiro trimestre.

Veja também

São Paulo - As taxas de juros futuros dispararam nesta sexta-feira, 27, refletindo o aumento da aversão ao risco com o quadro político doméstico, antes do final de semana e dos eventos da semana que vem.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa , o DI julho de 2016 projetava 15,110%, de 15,035% no ajuste anterior; o DI janeiro de 2017 subia de 15,54% no ajuste para 15,66% (máxima); e o DI janeiro de 2021 também encerrou na máxima, a 15,91%, bem acima do ajuste de 15,62%.

As taxas já começaram o dia sob estresse, em meio ao risco de paralisação das contas públicas na próxima semana, após o adiamento da votação da mudança da meta fiscal de 2015, que teria de ser aprovada até o dia 30.

O Congresso só deve votar a matéria no dia 1º, o que pode obrigar a presidente Dilma a ter de cortar drasticamente o orçamento.

O que está valendo é a meta de superávit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até que o Congresso aprove o projeto que prevê um déficit de até 2%.

Segundo fontes, Dilma Rousseff vai assinar um decreto para bloquear recursos orçamentários e evitar o descumprimento da Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF) e da recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

A equipe econômica ainda trabalha para determinar o tamanho do contingenciamento. Em tese, o governo seria obrigado a cortar R$ 107,1 bilhões para garantir o cumprimento dos 1,1% do PIB. Mas há somente R$ 10,7 bilhões à disposição para cortes.

Diante do aumento do risco fiscal, o mercado colocou mais fichas na probabilidade de um novo rebaixamento do rating soberano, sobretudo após a informação de que na próxima semana chegará ao País uma missão da Standard & Poor's.

Ao longo do dia, outras notícias foram impulsionando as taxas, que passaram a renovar as máximas à tarde.

Entre elas, a de que o presidente da Andrade Guitierrez, Otávio Azevedo, fechou acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato e deve apontar os nomes de pelo menos dois senadores que teriam recebido propinas no esquema Petrobras.

Ainda, segundo rumores nas mesas de operação, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pode confirmar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma na semana que vem.

Além do que pode vir no front político, a próxima semana é de agenda econômica carregada. Na segunda-feira, dia 30, o Banco Central vai divulgar os dados do setor público consolidado de outubro e, na terça-feira, o IBGE informa o PIB do terceiro trimestre.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasIbovespaJurosMercado financeiroservicos-financeiros

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame