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Juros futuros repercutem IGP-M na abertura

O IGP-M subiu 0,26% em julho, após alta de 0,75% em junho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV)


	Bovespa: outro fator considerado pelo mercado de juros é o cumprimento da meta fiscal
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: outro fator considerado pelo mercado de juros é o cumprimento da meta fiscal (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2013 às 12h05.

São Paulo - O mercado futuro de juros repercute na manhã desta terça-feira a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de julho, que confirmou a expectativa de desaceleração e veio ligeiramente abaixo da mediana das estimativas.

As taxas, porém, podem ter mais um dia de pressão, dada a convicção de continuidade do aperto monetário realizado pelo Banco Central nos próximos meses.

A direção depende também da repercussão do resultado fiscal do setor público consolidado em junho, que o Banco Central divulgou nesta terça-feira, além da influência do exterior antes da conclusão da reunião do Federal Reserve. O IGP-M subiu 0,26% em julho, após alta de 0,75% em junho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, de 0,20% a 0,38%, e abaixo da mediana, de 0,28%. O IPC-M registrou deflação de 0,07%, de +0,39% no mês passado. A perspectiva de Selic mais alta à frente, a despeito da inflação comportada e também da atividade fraca, foi reforçada nesta terça-feira por notícias publicadas pela imprensa.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo vê entre agosto e abril do ano que vem um período favorável para fazer a alta de preços desacelerar e a ordem seria seguir com uma política monetária austera.

Já o jornal O Globo trouxe a informação de que a conta de luz ao consumidor pode aumentar em 2014, devido à falta de recursos no caixa do Tesouro para pagar empresas que renovarem concessões antecipadamente.

Outro fator considerado pelo mercado de juros é o cumprimento da meta fiscal. Analistas do mercado financeiro continuam céticos quanto à afirmação do governo de que o corte adicional de R$ 10 bilhões do Orçamento vai melhorar o resultado das contas públicas, conforme publicou nesta segunda-feira, 29, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.


Nesta manhã, as dúvidas podem aumentar, com a publicação da Política Fiscal pelo BC. O setor público consolidado (Governo Central, governos regionais e estatais federais, exceto Eletrobrás e Petrobras) apresentou superávit primário de R$ 5,429 bilhões em junho, de acordo com o BC.

No exterior, os juros dos Treasuries oscilam entre margens estreitas, depois de subirem na véspera, em meio à expectativa pelo Fed e, principalmente, pelo comunicado sobre sua decisão de política monetária (nesta quarta-feira). Às 8h32, o juro da T-note de dez anos estava em 2,592%, de 2,590% no fim da tarde desta segunda-feira.

Os Treasuries têm influenciado os contratos futuros de juros de longo prazo, que acumulam quatro sessões consecutivas de altas e poderiam passar por alguma correção. Mas o dólar pode sustentar novo avanço. A perspectiva para a moeda ante o real é de viés de alta.

Entre indicadores norte-americanos, destaque para o índice de preços de moradias em 10 cidades S&P/Case-Shiller referente a maio; e índice de confiança do consumidor do Conference Board de julho.

Em tempo: o presidente do Banco da Reserva da Austrália (RBA), Glenn Steven, disse que a inflação no país não impede um novo corte da taxa de juros caso a economia precise de um estímulo. Na Índia, a taxa básica foi mantida em 7,25%.

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