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Juros futuros curtos sobem após declarações de Tombini

"A nossa meta é a inflação, então temos que ajustar e calibrar as nossas políticas para cumprir as metas", disse o ministro, em entrevista ao The Wall Street Journal


	Às 10h45, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2013 projetava taxa de 7,38%, de 7,32% no ajuste da sexta-feira
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Às 10h45, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2013 projetava taxa de 7,38%, de 7,32% no ajuste da sexta-feira (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 11h43.

São Paulo - A afirmação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que a prioridade da autoridade monetária é combater a inflação renovou a pressão no mercado futuro de juros na manhã desta segunda-feira, especialmente entre os contratos com vencimento no curto prazo.

"A nossa meta é a inflação, então temos que ajustar e calibrar as nossas políticas para cumprir as metas", disse ele, em entrevista ao The Wall Street Journal, publicada no domingo (24).

"A fala de Tombini reforça as apostas de uma alta moderada do juro básico (Selic)", disse a LCA Consultores, em relatório enviado a clientes e jornalistas. Assim, na manhã desta segunda, as taxas projetadas pelos contratos futuros de juros com vencimento no curto prazo davam continuidade ao movimento de alta visto na última sexta-feira (22).

Na ocasião, fecharam com forte avanço, em meio a preocupações com o controle dos níveis de preços. Já as de longo prazo oscilam entre estabilidade e queda, já que uma eventual alta da Selic no curto prazo controlaria a inflação e tornaria desnecessários novos ajustes à frente.

Na entrevista, Tombini afirmou ainda que "a inflação nos últimos meses mostrou mais resiliência do que gostaríamos que mostrasse" e que "nós estamos de olho nesses desdobramentos". "O crescimento não é uma meta para o Banco Central", acrescentou.

Às 10h45, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2013 projetava taxa de 7,38%, de 7,32% no ajuste da sexta-feira; o contrato para janeiro de 2014 marcava 7,88%, ante 7,83% no ajuste de sexta-feira (22); o DI para janeiro de 2015 apontava 8,53%, de 8,51% e o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 8,96%, de 8,97% no ajuste da sexta-feira (22).


Entre os vencimentos no longo prazo, o contrato para janeiro de 2017 apontava 9,17%, ante 9,20% no ajuste anterior e o contrato para janeiro de 2021 tinha taxa de 9,59%, ante 9,67% no ajuste anterior.

Na manhã desta segunda-feira, a pesquisa Focus trouxe pequenas alterações nas projeções do mercado financeiro para variáveis como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Produto Interno Bruto (PIB). A mediana das projeções para o IPCA no fim de 2013 caiu de 5,70% para 5,69%, enquanto a mediana para o índice no fim de 2014 seguiu em 5,5%.

A projeção suavizada do IPCA 12 meses à frente passou de 5,53% para 5,49%. No Top 5, grupo das instituições que mais acertam as previsões, o IPCA para 2013 no médio prazo caiu de 5,70% para 5,56% e para 2014 seguiu em 6,5%.

A mediana das projeções para a expansão do PIB em 2013 acelerou de 3,08% para 3,10%, enquanto a para o PIB em 2014 desacelerou de 3,65% para 3,60%. Quanto à Selic, as previsões seguiram em 7,25% ao ano no fim de 2013 e em 8,25% ao ano no fim de 2014.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, por sua vez, subiu 0,52% na terceira quadrissemana de fevereiro, o que representa uma desaceleração em relação à segunda leitura deste mês (+0,83%). O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou dentro do intervalo das estimativas colhidas pelo AE Projeções, de 0,49% a 0,71%, e abaixo da mediana, de 0,63%.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) acelerou a alta para 0,80% em fevereiro, de 0,39% em janeiro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou levemente abaixo da mediana projetada, de +0,81%, e dentro do intervalo das projeções (+0,45% a +0,91%).

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