Juros futuros de curto prazo caem no pós-Copom
A decisão de manter a taxa Selic em 10,75% ao ano era amplamente esperada pelo mercado
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
São Paulo - A quinta-feira foi de queda para boa parte dos juros futuros, pautada pelo resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), na véspera, mas os vencimentos longos ficaram entre a estabilidade e a alta.
Ao término da negociação normal da BM&F, o giro do contrato de depósito interfinanceiro (DI) de outubro de 2010 era explosivo - 1.363.945 contratos negociados hoje - e taxa de 10,635%, ante 10,66% no ajuste de ontem.
O DI de janeiro de 2011 (328.930 contratos negociados) recuava de 10,69% para 10,66%; o DI de janeiro de 2012 (283.270 contratos negociados) cedia de 11,37% para 11,31%; o DI de janeiro de 2014 (28.605 contratos negociados) estava em 11,52%, de 11,51% ontem; o DI de janeiro de 2017 (13.560 contratos negociados) estava em 11,43%, de 11,39% ontem.
A decisão de manter a taxa Selic em 10,75% ao ano era amplamente esperada pelo mercado, mas o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, explica que havia ainda na curva um resquício de apostas para mais uma elevação da taxa básica ontem. Como isso não se confirmou, o prêmio tinha mesmo de ser devolvido hoje, puxando para baixo os contratos de curto prazo.
Nos vencimentos médios, o declínio tem a ver com o conteúdo do comunicado divulgado pelo Copom. Na leitura do profissional, o texto sinaliza que o BC voltará a focar mais as expectativas de inflação, não dando tanto peso à inflação corrente, ao admitir que o nível registrado nos últimos meses não deve se manter.
Sobre o comportamento dos contratos de longo prazo, Rostagno acredita que esteja relacionado à melhora do quadro externo. Em Wall Street, ações e commodities estão em alta, enquanto os preços dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) recuam, com respectivo avanço dos juros.
O mercado se apoia em alguns indicadores positivos sobre a economia norte-americana, como o aumento inesperado de 5,2% nas vendas pendentes de imóveis em julho e bons resultados das vendas de grandes varejistas em agosto. Por outro lado, tenta não se abalar com outros números não tão favoráveis, como o crescimento abaixo do esperado nas encomendas de bens manufaturados em julho e o declínio na produtividade da mão de obra no segundo trimestre.
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