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Juros futuros abrem de lado, apesar de deflação

As preocupações com a situação fiscal dos EUA e da Grécia se contrapõem ao otimismo com indicadores de produção industrial e inflação da China


	Perto das 9h50, na BM&FBovespa, o DI com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 8,64%, de iguais 8,64% no ajuste de ontem
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Perto das 9h50, na BM&FBovespa, o DI com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 8,64%, de iguais 8,64% no ajuste de ontem (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 09h38.

São Paulo - A despeito da deflação registrada pela primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro, os juros futuros começam esta sexta-feira de agenda reduzida perto da estabilidade. As preocupações com a situação fiscal dos EUA e da Grécia se contrapõem ao otimismo com indicadores de produção industrial e inflação da China e continuam no radar dos investidores que negociam contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) de mais longo prazo.

Perto das 9h50, na BM&FBovespa, o DI com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 8,64%, de iguais 8,64% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 9,28%, nivelado ao ajuste da véspera. Já o DI de janeiro com vencimento em janeiro de 2013 tinha taxa de 7,11%, de 7,12%; e o DI para janeiro de 2014 estava em 7,35%, de 7,34% ontem.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a primeira prévia de novembro do IGP-M apresentou queda de 0,19%, após uma alta de 0,31% na primeira prévia de outubro. A queda do índice neste mês foi maior que a mediana das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, de -0,12%. As expectativas iam de recuo de 0,46% a alta de 0,07%. Foi a primeira taxa negativa para esta medição desde a primeira prévia de fevereiro de 2012 (-0,10%).

"O IGP-M ficou dentro do esperado, mas a queda foi maior que a mediana das estimativas, o que deve ajudar os DIs a voltarem a níveis mais baixos", disse um operador de renda fixa, que não quis ter seu nome revelado.


Ainda no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o emprego na indústria recuou 0,3% na passagem de agosto para setembro, na série livre de influências sazonais. Na comparação com setembro de 2011, o emprego industrial apontou queda de 1,9% em setembro deste ano, no 12º resultado negativo consecutivo, nessa base de comparação.

O profissional citado acima acrescentou que o feriado da próxima segunda-feira (12), nos EUA deve reduzir o volume de negócios no mercado de juros na tarde de hoje. Segunda-feira os americanos comemoram o Dia do Veterano.

A Planner Investimentos também prevê baixa para o dia, entre os vencimentos intermediários e longos. "Hoje, em particular, o contexto de inflação interna e a aversão ao risco no exterior para o fim de semana com a indefinição fiscal nos EUA corrobora uma curva decrescente dos juros e alta pontual do dólar ante o real", disse a equipe da corretora, em relatório. Em entrevista à AE, o economista-chefe da Planner, Eduardo Velho, ressaltou ainda a questão grega. "O prolongamento do acordo fiscal da Grécia é negativo", afirmou, prevendo ainda aversão ao risco nos próximos dias.

Há pouco, fontes da União Europeia informaram que a zona do euro ainda não chegou a consenso sobre extensão do prazo para a Grécia cumprir as metas impostas pelos credores internacionais. E a recompra de bônus da Grécia, uma das opções que estão sendo estudadas para manter o país à tona, é "tecnicamente e financeiramente mais complicada do que se pode imaginar", disse um alto funcionário europeu.

Assim, Europa e EUA ofuscam os indicadores econômicos positivos de China. A produção industrial chinesa cresceu 9,6% em outubro, em relação a um ano antes, acelerando-se da alta de 9,2% verificada em setembro, na mesma base de comparação. A atividade no varejo também ganhou força, com o aumento de 14,5% no crescimento das vendas em outubro, em base mensal, de +14,2% em setembro. Do lado dos preços, a inflação ao consumidor (CPI) subiu menos que o esperado em outubro, em +1,7% ante previsão de +1,9%.

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