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Juros caem sob expectativa de medidas para a produção

As taxas dos contratos futuros de DIs devolvem parte dos ganhos, em meio a um ambiente pessimista no exterior

O mercado também vai acompanhar com atenção a agenda brasileira, em especial a entrevista coletiva do presidente do BNDES, Luciano Coutinho (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2012 às 10h54.

São Paulo - Após a alta de segunda-feira, as taxas dos contratos futuros de DIs devolvem parte dos ganhos nesta terça-feira, em meio a um ambiente pessimista no exterior. Mas o mercado também vai acompanhar com atenção a agenda brasileira, em especial a entrevista coletiva do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Em um cenário de investimento em queda, existe a expectativa de que possam ser anunciadas novas medidas de incentivo à produção. Por enquanto, a curva a termo segue precificando de forma majoritária uma queda de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Copom, em julho. Para o encontro de agosto, as apostas estão divididas entre estabilidade e um corte adicional de 0,25 ponto.

Às 9h52 (horário de Brasília), as taxas dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 marcavam 7,91%, ante 7,94% do ajuste de segunda-feira. Já os contratos para janeiro de 2014 tinham taxa de 8,32%, ante 8,39% do ajuste.

O avanço consistente das taxas na segunda-feira, que não encontrou uma explicação única entre os operadores, abre espaço nesta terça-feira para um movimento de queda. "Não saindo nenhuma notícia nova, a tendência é de devolução de parte dos ganhos", resume o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, para quem o movimento das taxas na segunda-feira foi atípico.

Nesta terça-feira, o exterior contribui para a devolução de prêmios. Na Alemanha, as encomendas à indústria recuaram 1,9% em abril ante março, acima do recuo de 1% esperado por economistas. Na zona do euro como um todo, as vendas no varejo caíram 1% em abril ante março e recuaram 2,5% na comparação com abril de 2011. Economistas esperavam recuo mensal de 0,2% e anual de 1,1%. "Os números da Europa vieram ruins e continuam ainda as preocupações com os bancos espanhóis e com a Grécia. Então as taxas dos DIs tendem a recuar um pouco no Brasil", afirma o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno.

Apesar do clima negativo no exterior, que influencia a redução de prêmios na curva a termo, o mercado vai observar a ação do governo sobre a economia. Na segunda-feira à noite, a presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir com ministros para discutir os investimentos no País. Coutinho, do BNDES, participou do encontro, que pode ter desdobramentos palpáveis nesta terça-feira.

Profissionais ouvidos pela Agência Estado lembram que, caso sejam anunciadas mais medidas para impulsionar os investimentos e a economia como um todo, isso pode reduzir o espaço para a baixa da Selic, considerando a impacto que as ações do governo podem trazer para a inflação em 2013.


"O pano de fundo é até ruim, porque o governo está buscando um crescimento a qualquer preço em um ambiente externo em que ninguém está crescendo", alerta Petrassi.

Mais cedo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa da produção de grãos no nono levantamento da safra 2011/2012 para 161,23 milhões de toneladas, um volume 0,7% superior ao estimado na pesquisa divulgada no mês passado. Porém, a projeção é 1% inferior aos 162,8 milhões de toneladas colhidas no ano passado.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetou uma safra agrícola de 160,3 milhões de toneladas em 2012, 0,6% acima do projetado no levantamento de abril. Se confirmada, a safra será apenas 0,1% superior à do ano passado, quando foi de 160,1 milhões de toneladas.

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Às 9h52 (horário de Brasília), as taxas dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 marcavam 7,91%, ante 7,94% do ajuste de segunda-feira. Já os contratos para janeiro de 2014 tinham taxa de 8,32%, ante 8,39% do ajuste.

O avanço consistente das taxas na segunda-feira, que não encontrou uma explicação única entre os operadores, abre espaço nesta terça-feira para um movimento de queda. "Não saindo nenhuma notícia nova, a tendência é de devolução de parte dos ganhos", resume o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, para quem o movimento das taxas na segunda-feira foi atípico.

Nesta terça-feira, o exterior contribui para a devolução de prêmios. Na Alemanha, as encomendas à indústria recuaram 1,9% em abril ante março, acima do recuo de 1% esperado por economistas. Na zona do euro como um todo, as vendas no varejo caíram 1% em abril ante março e recuaram 2,5% na comparação com abril de 2011. Economistas esperavam recuo mensal de 0,2% e anual de 1,1%. "Os números da Europa vieram ruins e continuam ainda as preocupações com os bancos espanhóis e com a Grécia. Então as taxas dos DIs tendem a recuar um pouco no Brasil", afirma o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno.

Apesar do clima negativo no exterior, que influencia a redução de prêmios na curva a termo, o mercado vai observar a ação do governo sobre a economia. Na segunda-feira à noite, a presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir com ministros para discutir os investimentos no País. Coutinho, do BNDES, participou do encontro, que pode ter desdobramentos palpáveis nesta terça-feira.

Profissionais ouvidos pela Agência Estado lembram que, caso sejam anunciadas mais medidas para impulsionar os investimentos e a economia como um todo, isso pode reduzir o espaço para a baixa da Selic, considerando a impacto que as ações do governo podem trazer para a inflação em 2013.


"O pano de fundo é até ruim, porque o governo está buscando um crescimento a qualquer preço em um ambiente externo em que ninguém está crescendo", alerta Petrassi.

Mais cedo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa da produção de grãos no nono levantamento da safra 2011/2012 para 161,23 milhões de toneladas, um volume 0,7% superior ao estimado na pesquisa divulgada no mês passado. Porém, a projeção é 1% inferior aos 162,8 milhões de toneladas colhidas no ano passado.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetou uma safra agrícola de 160,3 milhões de toneladas em 2012, 0,6% acima do projetado no levantamento de abril. Se confirmada, a safra será apenas 0,1% superior à do ano passado, quando foi de 160,1 milhões de toneladas.

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