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Juro futuro cai com dúvida sobre ajuste da taxa Selic

Por Sueli Campo São Paulo - A dúvida em relação ao comprometimento do Banco Central em subir a taxa básica de juros para frear o aquecimento da economia, que se instalou no mercado após o comunicado divulgado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), derrubou as projeções dos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) com […]

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 16h43.

Por Sueli Campo

São Paulo - A dúvida em relação ao comprometimento do Banco Central em subir a taxa básica de juros para frear o aquecimento da economia, que se instalou no mercado após o comunicado divulgado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), derrubou as projeções dos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento de curto prazo negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) nesta quinta-feira. Agora, para a próxima reunião do Copom, em janeiro de 2011, a curva de juros mostra um mercado dividido em relação ao ajuste da taxa Selic, o juro básico da economia brasileira: 63% apostam em alta de 0,25 ponto porcentual, para 11% ao ano, e 37% creem na elevação de 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.

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Ao término dos negócios, entre os contratos com vencimentos mais curtos, a taxa projetada pelo DI de janeiro de 2011 caiu para 10,64% ao ano, ante 10,72% no ajuste de ontem, com 2.928.390 contratos negociados hoje; a projeção do DI de abril de 2011 cedeu para 11,01% ao ano, de 11,15% ontem, com 318.455 contratos; o DI de julho de 2011 recuou para 11,50% ao ano, de 11,63% ontem, com 310.740 contratos negociados; e o DI de janeiro de 2012 fechou em baixa, a 11,98% ao ano, de 12,07% na véspera, com 460.070 contratos negociados.

Segundo operadores, a decisão unânime do Copom de manter a taxa Selic em 10,75% ao ano e o comunicado dizendo que será necessário um tempo adicional para aferir os resultados das medidas "macroprudenciais" deixaram a dúvida entre os investidores em relação ao prazo da elevação da taxa Selic e a intensidade do ajuste.

"O que esse comunicado do Copom dá a entender é que o último instrumento que o BC quer lançar mão é a elevação da taxa básica de juros. Diante disso, é arriscado ficar tomado no DI esperando uma alta de 0,50 ponto porcentual na Selic em janeiro", comentou um operador. Nas mesas de negócios, o sentimento que ficou, após o comunicado, é que o Banco Central está adiando uma alta da Selic.

"O mercado entendeu que de agora até o dia 18 e 19 de janeiro, quando ocorre a primeira reunião do Copom de 2011, pode ser um período curto para o BC ver os resultados das medidas de enxugamento de liquidez, o que esvaziou as apostas de alta de 0,50 ponto porcentual no mês que vem", diz Paulo Rebuzzi, da Ativa Corretora.

Nos contratos futuros de DI com vencimento mais longo, a curva de juros foi ascendente, refletindo a percepção de que se a autoridade monetária pode postergar a decisão de conter o crescimento da economia, o tamanho do ajuste do juro básico lá na frente terá de ser maior.

Nos contratos de vencimento intermediário, a taxa projetada pelo DI de janeiro de 2013 subiu para 12,42% ao ano, de 12,38% no ajuste de ontem (173.160 contratos negociados) e a projeção do DI de janeiro de 2014 avançou para 12,32% ao ano, de 12,25% ontem (24.820 contratos). Nos prazos longos, o DI de janeiro de 2017 subiu para 12,14% ao ano, de 12,07% na véspera (30.735 contratos) e o DI de janeiro de 2021 avançou para 12,20% ao ano, de 12,10% ontem (760 contratos).

A alta da inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em novembro, de 1,58%, ante 1,03% em outubro (a maior taxa para o mês desde de novembro de 2008), confirma os temores do mercado sobre o aquecimento da atividade econômica. O PIB do terceiro trimestre, divulgado hoje pelo IBGE, não chegou a fazer preço no mercado futuro de juros. A economia brasileira cresceu 0,50% em relação ao segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre de 2009, o PIB teve expansão de 6,7%.

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