JPMorgan corta em 27% estimativas para ações da Embraer
Carteira de pedidos da fabricante de aeronaves atingiu o menor nível em seis anos
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2012 às 13h31.
São Paulo - A queda na carteira de pedidos da Embraer fez o JPMorgan reduzir o preço-alvo para a ação da fabricante de aviões, mas a recomendação foi mantida em "compra" após a queda considerada excessiva do papel nesta semana.
"Reconhecemos que a demanda por jatos comerciais menores e aviões executivos é fraca, o que deve afetar as vendas e as margens (da Embraer)", escreveu em relatório nesta sexta-feira o analista Joseph Nadol, do JPMorgan.
Ele projeta um preço justo para os recibos de ações da empresa negociados em Nova York de 33 dólares, contra 45 dólares anteriormente.
No fim da terça-feira, a Embraer divulgou que sua carteira de pedidos ("backlog") caiu para 12,9 bilhões de dólares em junho, no menor nível em seis anos. A notícia motivou forte baixa da ação da companhia no dia seguinte.
Como resultado da deterioração do "backlog", o JPMorgan diminuiu a previsão de entregas de aeronaves comerciais pela Embraer em 2013 e 2014 para 90 e 80 unidades, respectivamente. A estimativa anterior era de 110 e 95 aviões.
A Embraer precisará de novas encomendas para assegurar os níveis de entregas projetados para os próximos dois anos. "Vinte e cinco por cento do 'backlog' consiste em aviões para as companhias aéreas Azul, Flybe e JetBlue que serão entregues em 2015 e depois disso, contribuindo para a necessidade de pedidos no curto prazo".
Como outros especialistas, o analista do JPMorgan acredita que a maior esperança vem dos Estados Unidos, pela necessidade de substituição de frotas antigas de grandes empresas aéreas naquele país --Delta ainda em 2012 e American Airlines e US Airways no ano que vem.
Além do prognóstico nublado na aviação comercial, o JPMorgan vê um "ambiente ainda precário" no segmento de jatos executivos. Mesmo assim, continua a esperar alta de 200 por cento na receita da Embraer nessa área até 2015, para 2,8 bilhões de dólares, graças à recuperação do mercado e introdução de novos modelos de aeronaves.
A ação da Embraer na bolsa paulista subia 0,41 por cento pouco depois das 13h, a 12,26 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,39 por cento. Nesta semana até a quinta-feira os papéis da companhia perderam quase 9 por cento, contra perda de 3,6 por cento do índice de principais ações brasileiras.
Em Nova York, o ADR da empresa subia 2,03 por cento nesta sexta-feira, depois de ter recuado 10 por cento na semana até o fechamento da véspera.
Real ajuda front operacional
A depreciação recente da moeda brasileira compensará parcialmente o impacto de menores entregas da Embraer, destacou o JPMorgan. Com parte relevante de suas vendas no exterior, um real mais fraco é benéfico para os resultados da fabricante.
O analista Nadol calcula que cada 10 por cento de variação no câmbio implica num impacto de perto de 100 pontos-básicos na margem operacional da Embraer.
São Paulo - A queda na carteira de pedidos da Embraer fez o JPMorgan reduzir o preço-alvo para a ação da fabricante de aviões, mas a recomendação foi mantida em "compra" após a queda considerada excessiva do papel nesta semana.
"Reconhecemos que a demanda por jatos comerciais menores e aviões executivos é fraca, o que deve afetar as vendas e as margens (da Embraer)", escreveu em relatório nesta sexta-feira o analista Joseph Nadol, do JPMorgan.
Ele projeta um preço justo para os recibos de ações da empresa negociados em Nova York de 33 dólares, contra 45 dólares anteriormente.
No fim da terça-feira, a Embraer divulgou que sua carteira de pedidos ("backlog") caiu para 12,9 bilhões de dólares em junho, no menor nível em seis anos. A notícia motivou forte baixa da ação da companhia no dia seguinte.
Como resultado da deterioração do "backlog", o JPMorgan diminuiu a previsão de entregas de aeronaves comerciais pela Embraer em 2013 e 2014 para 90 e 80 unidades, respectivamente. A estimativa anterior era de 110 e 95 aviões.
A Embraer precisará de novas encomendas para assegurar os níveis de entregas projetados para os próximos dois anos. "Vinte e cinco por cento do 'backlog' consiste em aviões para as companhias aéreas Azul, Flybe e JetBlue que serão entregues em 2015 e depois disso, contribuindo para a necessidade de pedidos no curto prazo".
Como outros especialistas, o analista do JPMorgan acredita que a maior esperança vem dos Estados Unidos, pela necessidade de substituição de frotas antigas de grandes empresas aéreas naquele país --Delta ainda em 2012 e American Airlines e US Airways no ano que vem.
Além do prognóstico nublado na aviação comercial, o JPMorgan vê um "ambiente ainda precário" no segmento de jatos executivos. Mesmo assim, continua a esperar alta de 200 por cento na receita da Embraer nessa área até 2015, para 2,8 bilhões de dólares, graças à recuperação do mercado e introdução de novos modelos de aeronaves.
A ação da Embraer na bolsa paulista subia 0,41 por cento pouco depois das 13h, a 12,26 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,39 por cento. Nesta semana até a quinta-feira os papéis da companhia perderam quase 9 por cento, contra perda de 3,6 por cento do índice de principais ações brasileiras.
Em Nova York, o ADR da empresa subia 2,03 por cento nesta sexta-feira, depois de ter recuado 10 por cento na semana até o fechamento da véspera.
Real ajuda front operacional
A depreciação recente da moeda brasileira compensará parcialmente o impacto de menores entregas da Embraer, destacou o JPMorgan. Com parte relevante de suas vendas no exterior, um real mais fraco é benéfico para os resultados da fabricante.
O analista Nadol calcula que cada 10 por cento de variação no câmbio implica num impacto de perto de 100 pontos-básicos na margem operacional da Embraer.