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Jack Ma volta por cima? Lucro maior dá novo fôlego para ações do Alibaba

Gigante de tecnologia deve divulgar receita de 30% a 40% maior, enquanto ações subiram 20% desde o fim de 2020; Ma ainda lida, no entanto, com o cerco regulatório chinês

Jack Ma, bilionário fundador da empresa chinesa Alibaba (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
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Marcelo Sakate

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 06h30.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2021 às 06h36.

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Falta pouco mais de uma semana para o Ano Novo chinês, celebrado no dia 12 de fevereiro. O novo ano dará início à regência do Boi, que, pelo horóscopo chinês, representa o trabalho duro e remonta à segurança por meio da disciplina. Em 2021, o Boi estará associado ao metal, que, por sua vez, simboliza a criatividade e a inovação.

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A representação tão importante para os chineses é sugestiva para o momento de um de seus expoentes empresariais, o bilionário Jack Ma , fundador e controlador do Alibaba .

A divulgação dos resultados do quarto trimestre, nesta manhã (horário de Brasília), antes da abertura da Bolsa de Nova York, deve revelar números amplamente positivos da companhia de tecnologia e e-commerce, reforçando que o trabalho duro traz resultados.

Ma enfrentou (ou enfrenta) um inferno astral que começou com o cancelamento do IPO (a oferta pública inicial) do Ant Financial Group, em novembro, que pretendia movimentar 34 bilhões de dólares e se tornar o maior da história.

Mas a oferta teve que ser cancelada sem maiores explicações por decisão das autoridades chinesas, ao mesmo tempo em que Ma passou a ter que lidar com a escalada do cerco regulatório e as suspeitas de abuso de poder de mercado.

O bilionário agora ensaia uma gradual recuperação fora dos holofotes -- chegou a ser dado como desaparecido por três meses --, enquanto o Alibaba continua inabalável a sua trajetória de fortes resultados. As expectativas apontam que as receitas devem ter subido de 30% a 40% na comparação anual no último trimestre.

As ações do Alibaba na Bolsa de Nova York começam a ganhar tração de alta depois da forte queda de 30% em um intervalo de apenas dois meses, a partir do fim de outubro. Desde o Natal, as cotações subiram perto de 20%.

Aos números: depois de atingir a cotação recorde de 317,14 dólares no dia 27 de outubro, a ação do Alibaba despencou para 222 dólares na véspera do Natal. E passou a subir aos poucos até atingir 264,69 dólares no fechamento da segunda, 1º de fevereiro.

É um ganho por ora de curto prazo que se reflete nos BDRs do Alibaba negociados na B3 com o ticker BABA34. Os recibos de ações do grupo subiram 23% desde o fim de 2020, beneficiando quem apostou na empresa na baixa.

Resultado trimestral

As expectativas em Wall Street são amplamente favoráveis para o resultado trimestral. O fato é que, apesar do cerco regulatório do governo da China, o Alibaba ainda é uma máquina de fazer negócios e dinheiro no maior mercado consumidor do mundo.

As projeções consensuais apontam para um lucro por ação de 3,22 dólares no trimestre encerrado em dezembro, com 32,98 bilhões em receitas. No mesmo período um ano antes, o lucro havia sido de 2,61 dólares, com 23,14 bilhões em receitas.

Um relatório da equipe de equity research do Goldman Sachs distribuído a clientes no início de janeiro ressaltava justamente as perspectivas da companhia já no médio prazo para fazer a recomendação de compra do papel em Nova York.

“O potencial de valorização (upside) nos valuations atuais da maior força do e-commerce na China está muito atrativo para que os investidores o negligenciem, na nossa avaliação, com preço-alvo em 12 meses de 362 dólares”, escreveram os analistas do banco de investimento, o que implicava um upside de 55,5% (com a cotação a 232,73 dólares) na ocasião.

Com a alta recente desde então, ainda há um upside de 37% para o papel em 11 meses.

Razões para a projeção favorável não faltam: como líder de mercado, o Alibaba está em posição incomparável para tomar proveito do aumento da base de usuários ativos mensais e de alavancar as receitas em cima de vendas digitais crescentes no mercado chinês.

 

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