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Itaú ultrapassa JPMorgan na coordenação de captações externas

O banco, maior da América Latina em valor de mercado, coordenou 10,9% das captações externas este ano

O Itaú ocupava a quarta posição no ano passado, quando o Banco Santander, maior banco da Espanha, ficou em primeiro entre as emissões brasileiras (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 08h18.

Nova York - O Itaú Unibanco Holding SA caminha para se tornar o primeiro banco brasileiro a liderar a coordenação de captações externas de dívida do país.

O banco, maior da América Latina em valor de mercado, coordenou 10,9 por cento das captações externas este ano, comparado aos 10,4 por cento pelo JPMorgan Chase & Co. e 9,2 por cento do Citigroup Inc., segundo dados levantados pela Bloomberg. O Itaú ocupava a quarta posição no ano passado, quando o Banco Santander SA, maior banco da Espanha, ficou em primeiro entre as emissões brasileiras. O banco com sede em São Paulo ocupava a sétima posição em 2009.

O Itaú quer repetir no mercado internacional sua posição de liderança no mercado doméstico, onde ele lidera as emissões desde 2005, em meio a um recorde em emissões de dívida por companhias locais. Empresas como Petróleo Brasileiro SA e Minerva SA emitiram US$ 25,1 bilhões em títulos no mercado internacional este ano.

O Itaú quer ampliar as coordenações fora do Brasil para ampliar seu alcance na América Latina, disse João de Biase, responsável global de operações de dívida do Itaú.

“O que nós tentamos fazer nos últimos quatro anos é combinar a plataforma local do Itaú e todos os relacionamentos do banco com os clientes com expertise internacional, que é a parte que o Itaú não tinha”, disse Biase em entrevista em Nova York. “E o que queremos obter é um desempenho consistente nos mercados em que estamos entre os três primeiros.”

US$ 7 bilhões da Petrobras

O Itaú ajudou a coordenar a colocação recorde de US$ 7 bilhões em títulos da Petrobras em fevereiro. A venda atraiu mais de US$ 25 bilhões em ofertas de investidores.

O rendimento dos papéis da estatal com vencimento em 2017 caiu 45 pontos-base, ou 0,45 ponto percentual, desde a operação, para 3,19 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Os títulos rendem 131 pontos-base a mais do que a dívida do governo brasileiro de prazo similar, de acordo com dados da Bloomberg.

A disparada nas emissões brasileiras de dívida faz parte de uma captação recorde de US$ 152 bilhões em títulos denominados em dólares pelos mercados emergentes este ano.

O Itaú, formado quando o Banco Itaú Holding Financeira SA comprou o concorrente União de Bancos Brasileiros SA em 2008, também ajudou a coordenar a venda em janeiro de US$ 825 milhões em bônus soberanos com vencimento em 2021. O rendimento desses papéis recuou 28 pontos-base desde a oferta, para 3,17 por cento.

"Franquia internacional"

“Eu tiro o meu chapéu para o que o Itaú fez”, disse Renato Otranto, vice-presidente de mercados de capitais de dívida do BES Investimento do Brasil SA, em entrevista no escritório do banco em São Paulo. “Construiu uma franquia internacional. Acho que há espaço para todo mundo. Hoje os grandes bancos brasileiros têm muito mais capacidade do que tinham, digamos, cinco anos atrás. Eles todos têm os instrumentos para participar de todas as operações do Brasil.”


O Banco do Brasil SA, maior da América Latina em ativos, pulou para o quarto lugar no ranking de coordenadores, saindo da nona posição em 2011, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Um assessor de imprensa do Banco do Brasil SA que pediu para não ser identificado em obediência à política interna se negou a comentar.

O porta-voz do Citigroup, Mark Costiglio e Adrian Garcia- Aranyos, do JPMorgan, se negaram a fazer comentários. Peter Greiff, do Santander, não retornou os telefonemas em busca de comentário.

Desaceleração das emissões

Para Jansen Moura, analista de dívida corporativa da BCP Securities, a menor demanda por ativos de alto rendimento pode limitar as oportunidades de emissão de títulos.

As emissões somaram US$ 1,3 bilhão nos meses de abril e maio, comparado a US$ 18,5 bilhões nos dois meses anteriores, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

O rendimento dos títulos corporativos brasileiros avançou 14 pontos-base no último mês, segundo o JPMorgan, diante da possibilidade de novas eleições na Grécia, ameaçando a implementação das promessas de austeridade e alimentando temores de que o país abandone o euro.

“Muitas operações estão sendo elaboradas neste momento, mas as condições do mercado global estão ficando um pouco piores”, disse Moura em entrevista por telefone.

O Itaú ajudou a coordenar a oferta de US$ 500 milhões em títulos de 10 anos da chilena Celulosa Arauco y Constitución SA em janeiro, como parte dos esforços de expansão na região.

Coordenar “mais operações na América Latina, não só no Brasil, também é importante”, afirmou de Biase. Isso fortalece a percepção entre “investidores e emissores de que temos uma presença mais global”, disse ele. “Tentamos participar e, acredito, é a forma certa de sustentar nossa posição no mercado no futuro.”

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O banco, maior da América Latina em valor de mercado, coordenou 10,9 por cento das captações externas este ano, comparado aos 10,4 por cento pelo JPMorgan Chase & Co. e 9,2 por cento do Citigroup Inc., segundo dados levantados pela Bloomberg. O Itaú ocupava a quarta posição no ano passado, quando o Banco Santander SA, maior banco da Espanha, ficou em primeiro entre as emissões brasileiras. O banco com sede em São Paulo ocupava a sétima posição em 2009.

O Itaú quer repetir no mercado internacional sua posição de liderança no mercado doméstico, onde ele lidera as emissões desde 2005, em meio a um recorde em emissões de dívida por companhias locais. Empresas como Petróleo Brasileiro SA e Minerva SA emitiram US$ 25,1 bilhões em títulos no mercado internacional este ano.

O Itaú quer ampliar as coordenações fora do Brasil para ampliar seu alcance na América Latina, disse João de Biase, responsável global de operações de dívida do Itaú.

“O que nós tentamos fazer nos últimos quatro anos é combinar a plataforma local do Itaú e todos os relacionamentos do banco com os clientes com expertise internacional, que é a parte que o Itaú não tinha”, disse Biase em entrevista em Nova York. “E o que queremos obter é um desempenho consistente nos mercados em que estamos entre os três primeiros.”

US$ 7 bilhões da Petrobras

O Itaú ajudou a coordenar a colocação recorde de US$ 7 bilhões em títulos da Petrobras em fevereiro. A venda atraiu mais de US$ 25 bilhões em ofertas de investidores.

O rendimento dos papéis da estatal com vencimento em 2017 caiu 45 pontos-base, ou 0,45 ponto percentual, desde a operação, para 3,19 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Os títulos rendem 131 pontos-base a mais do que a dívida do governo brasileiro de prazo similar, de acordo com dados da Bloomberg.

A disparada nas emissões brasileiras de dívida faz parte de uma captação recorde de US$ 152 bilhões em títulos denominados em dólares pelos mercados emergentes este ano.

O Itaú, formado quando o Banco Itaú Holding Financeira SA comprou o concorrente União de Bancos Brasileiros SA em 2008, também ajudou a coordenar a venda em janeiro de US$ 825 milhões em bônus soberanos com vencimento em 2021. O rendimento desses papéis recuou 28 pontos-base desde a oferta, para 3,17 por cento.

"Franquia internacional"

“Eu tiro o meu chapéu para o que o Itaú fez”, disse Renato Otranto, vice-presidente de mercados de capitais de dívida do BES Investimento do Brasil SA, em entrevista no escritório do banco em São Paulo. “Construiu uma franquia internacional. Acho que há espaço para todo mundo. Hoje os grandes bancos brasileiros têm muito mais capacidade do que tinham, digamos, cinco anos atrás. Eles todos têm os instrumentos para participar de todas as operações do Brasil.”


O Banco do Brasil SA, maior da América Latina em ativos, pulou para o quarto lugar no ranking de coordenadores, saindo da nona posição em 2011, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Um assessor de imprensa do Banco do Brasil SA que pediu para não ser identificado em obediência à política interna se negou a comentar.

O porta-voz do Citigroup, Mark Costiglio e Adrian Garcia- Aranyos, do JPMorgan, se negaram a fazer comentários. Peter Greiff, do Santander, não retornou os telefonemas em busca de comentário.

Desaceleração das emissões

Para Jansen Moura, analista de dívida corporativa da BCP Securities, a menor demanda por ativos de alto rendimento pode limitar as oportunidades de emissão de títulos.

As emissões somaram US$ 1,3 bilhão nos meses de abril e maio, comparado a US$ 18,5 bilhões nos dois meses anteriores, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

O rendimento dos títulos corporativos brasileiros avançou 14 pontos-base no último mês, segundo o JPMorgan, diante da possibilidade de novas eleições na Grécia, ameaçando a implementação das promessas de austeridade e alimentando temores de que o país abandone o euro.

“Muitas operações estão sendo elaboradas neste momento, mas as condições do mercado global estão ficando um pouco piores”, disse Moura em entrevista por telefone.

O Itaú ajudou a coordenar a oferta de US$ 500 milhões em títulos de 10 anos da chilena Celulosa Arauco y Constitución SA em janeiro, como parte dos esforços de expansão na região.

Coordenar “mais operações na América Latina, não só no Brasil, também é importante”, afirmou de Biase. Isso fortalece a percepção entre “investidores e emissores de que temos uma presença mais global”, disse ele. “Tentamos participar e, acredito, é a forma certa de sustentar nossa posição no mercado no futuro.”

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