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IPO pode atribuir valor de ao menos R$ 35 bi à Neoenergia

Segundo fontes, a companhia está trabalhando em uma dupla oferta pública inicial de ações em São Paulo e Nova York

Neoenergia afirmou que não há qualquer decisão tomada pela empresa sobre um eventual futuro IPO (Neoenergia/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 14 de julho de 2017 às 08h17.

São Paulo - A Neoenergia , que será a maior companhia elétrica integrada do Brasil após a incorporação da Elektro, está trabalhando em uma dupla oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em São Paulo e Nova York, que poderá atribuir valor de pelo menos 35 bilhões de reais à empresa, disseram três pessoas com conhecimento direto do assunto.

O IPO pode ser lançado perto de setembro, quando as pessoas esperam que a Neoenergia obtenha a aprovação regulatória da agência do setor (Aneel) para a aquisição da Elektro.

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição em 4 de julho.A espanhola Iberdrola terá 52,4 por cento da Neoenergia, uma vez que a aquisição seja concluída.

A listagem dupla será por meio de uma oferta secundária, permitindo que o Banco do Brasil SA e o fundo de pensão dos trabalhadores do banco Previ vendam parte de suas parcelas de 9,4 por cento e 38 por cento, respectivamente, na Neoenergia, disseram as pessoas.

Procurada, a Neoenergia afirmou que não há qualquer decisão tomada pela empresa sobre um eventual futuro IPO.

As outras empresas não comentaram o assunto. As pessoas falaram sob condição de anonimato porque o plano permanece privado.

Listar a Neoenergia nos dois mercados acionários dará à concessionária acesso a uma ampla base de investidores que estão buscando uma exposição maior a um setor que, por anos, sofreu com políticas erráticas, recessão e altos custos de financiamento.

Conglomerados de energia chineses se tornaram a força dominante no setor elétrico brasileiro, com grandes aquisições que resultaram em deslistagens.

A compra da CPFL Energia pela State Grid Corp, da China, por 12,1 bilhões de dólares --a maior aquisição estrangeira já realizada no Brasil-- envolve a compra de acionistas minoritários.

Bancos de investimentos

Quando anunciou a aquisição da Elektro em 8 de junho, a Iberdrola se comprometeu a listar a Neoenergia quando o Previ e o Banco do Brasil "considerassem apropriado".

O escopo de negócios da Neoenergia inclui a geração, transmissão e distribuição de energia no Brasil, em uma área quase cinco vezes maior que a da Iberdrola na Espanha.

Com 13,4 milhões de clientes no Brasil, o acordo com a Elektro pode ser acompanhado por uma transferência dos ativos de energia eólica da Iberdrola para a entidade combinada.

O Banco do Brasil, maior credor estatal do Brasil, está selecionando bancos de investimentos parceiros para ajudá-lo a distribuir a IPO, disseram as pessoas, citando como candidatos o Banco Santander Brasil SA, Morgan Stanley & Co e Credit Suisse Group AG.

Outros bancos de investimento locais que visam papéis na subscrição incluem Itaú Unibanco Holding SA e Banco Bradesco, disseram as pessoas.Os bancos não quiseram comentar.Após a aquisição da Elektro, a Neoenergia disse que os ganhos anuais combinados antes juros, impostos, depreciação e amortização foram de 3,6 bilhões de reais no ano passado em uma base pró-forma, com receita de cerca de 31 bilhões de reais.

Se for bem-sucedido, a IPO da Neonergia pode ser um dos maiores do Brasil este ano. A última estreia de uma companhia de eletricidade brasileira no mercado acionário do Brasil aconteceu em julho de 2013, quando a CPFL Energias Renováveis SA levantou cerca de 364 milhões de reais de investidores.

Ainda assim, os esforços do governo do presidente Michel Temer para desfazer algumas das políticas de sua antecessora, Dilma Rousseff --que impôs limites nos retornos dos projetos e renegociou contratos que levaram a grandes perdas-- reviveram as ofertas de ações do ações.

Ao longo do ano passado, as concessionárias arrecadaram 3,6 bilhões de reais através de ofertas de ações, mais do que nos últimos quatro anos, de acordo com dados da Thomson Reuters. A Omega Geração espera avaliar um IPO em 1,4 bilhões de reais em 27 de julho.

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