Investigação em fundos de hedge afeta Bolsas de NY

Por Gustavo Nicoletta

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em direções divergentes, com queda no Dow Jones e no S&P 500 em meio a receios com uma ampla investigação sobre uso de informação privilegiada por fundos de hedge, que pesou sobre os papéis do setor financeiro de forma geral. O Nasdaq encerrou a sessão em território positivo, puxado pela notícia de que um grupo de investidores firmou um acordo para comprar a Novell por US$ 2,2 bilhões, encerrando uma disputa de oito meses pela companhia.

O Dow Jones caiu 24,97 pontos, ou 0,22%, para 11.178,58 pontos, refletindo o declínio de componentes como Bank of America (-3,09%) e JPMorgan Chase (-2,31%). As petrolíferas ExxonMobil e Chevron, que também fazem parte do índice, recuaram 0,58% e 0,50%, respectivamente. O S&P 500 teve queda de 1,89 ponto, ou 0,16%, para 1.197,84 pontos, enquanto o Nasdaq subiu 13,90 pontos, ou 0,55%, para 2.532,02 pontos.

A Hewlett-Packard, que após o fechamento das bolsas anunciou um lucro de US$ 2,54 bilhões no quarto trimestre fiscal, subiu 1,79%. A Novell, fabricante do sistema operacional Linux, avançou 6,62%. A Tyson Foods teve ganho de 6,14% após divulgar um lucro que superou as estimativas de analistas.

De acordo com o Wall Street Journal, agentes do FBI, a Polícia Federal dos EUA, fizeram buscas na sede de três fundos de hedge dos EUA nesta segunda-feira - o Loch Capital Management, o Diamondback Capital Management e o Level Global Investors - como parte de uma investigação sobre transações feitas com base em informações privilegiadas.

Os investidores acreditam que o setor financeiro deve sofrer impactos conforme mais detalhes da investigação forem divulgados. "São as corretoras e os bancos de investimento os alvos mais prováveis alvos dessas investigações", disse Robert Phipps, um dos diretores da Per Stirling Capital Management.

O mercado também foi atingido pelos receios com a Irlanda. O governo do país anunciou no domingo que solicitou formalmente auxílio financeiro às demais nações europeias e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Analistas disseram que apenas o pacote não resolverá os problemas irlandeses. "Esta não é uma questão de liquidez, é uma questão de solvência", afirmou Michael Pento, economista do Euro Pacific Capital. "Precisamos de uma grande reestruturação da dívida por lá."

O impacto negativo da Irlanda, no entanto, foi reduzido após o primeiro-ministro do país, Brian Cowen, anunciar que dissolverá o parlamento no Ano Novo após a votação sobre o orçamento, que deve ocorrer em 7 de dezembro. As informações são da Dow Jones.