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Inflação dos EUA pode adiar corte de juro para o 2º semestre, diz gestora de US$ 330 bi

Head de renda fixa da Janus Henderson descarta possibilidade de cortes em maio e vê possibilidade de nova reprecificação para o início da queda do juro americano

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (SAUL LOEB/AFP//Getty Images)

Publicado em 12 de março de 2024 às 16h18.

Última atualização em 12 de março de 2024 às 16h43.

Nada é mais desejado no mercado do que o início da queda de juros dos Estados Unidos . Só que essa espera, ao que tudo indica, deverá ser maior do que se previa no começo do ano. A projeção, que era de cortes na reunião de março, passou para maio e agora investidores já precificam que os juros só começarão a cair em junho. Mas a gestora britânica Janus Henderson, com US$ 330 bilhões em investimentos, acredita que o Federal Reserve (Fed) pode adiar em mais um mês os cortes, se os dados de inflação não começarem a melhorar.

A projeção da Janus Henderson, divulgada nesta terça-feira, 12, tem como pano de fundo os dados acima do consenso do Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês). Divulgado nesta manhã, o CPI de fevereiro foi de 0,4%, subindo de 3,1% par 3,2% no acumulado de 12 meses. O mercado esperava pela manutenção do patamar de 3,1%. Já o núcleo do CPI recuou de 3,9% para 3,8%, ainda assim, ficando acima da projeção mediana do mercado, que era de queda para 3,7%.

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Essa piora das expectativas para a queda dos juros americanos teve como pano de fundo números acima do consenso para a inflação americana. Em cinco das últimas seis divulgações o Índice de Preço ao Consumidor saiu acima do esperado.

"O CPI de fevereirosignifica que a possibilidade de corte da taxa em maio provavelmente foi eliminada. Ainda vejo junho como o mês mais provável para o primeiro corte, mas isso pode mudar para julho se os dados de inflação não começarem a melhorar no próximo mês", afirma em nota Greg Wilensky, head de renda fixa dos EUA na Janus Henderson Investors.

Projeções do mercado

No mercado, investidores precificam uma chance próxima de 70% de o Fed iniciar os cortes em junho. A chance de manutenção da taxa em junho subiu cerca de 2 pontos percentuais (p.p.) após a divulgação do CPI de fevereiro para 30%. A um mês, a probabilidade precificada nas curvas de juros era de apenas 8% para manutenção do patamar atual em junho. O cenário de maior probabilidade é de três cortes de 0,25 p.p. até o fim do ano, com a taxa caindo do atual intervalo de 5,25% e 5,5% para entre 4,5% e 4,75%.

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