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Bolsa fecha em queda de 0,3% após 6 altas seguidas

Ao longo de uma sessão instável, principal índice do mercado brasileiro oscilou ao sabor de expectativas políticas e movimentos de realização de lucro


	Bovespa: índice teve leve queda, puxado por Vale e Fibria, após ter acumulado seis altas seguidas
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: índice teve leve queda, puxado por Vale e Fibria, após ter acumulado seis altas seguidas (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2016 às 19h06.

São Paulo - Assim como na segunda-feira, 7, a Bovespa teve um pregão bastante instável em um dia de forte noticiário político.

Entre a mínima (-0,81%) e a máxima (+1,36%), o Ibovespa oscilou mais de 1.000 pontos nesta terça-feira, 8. Depois de altos e baixos, o principal indicador da bolsa brasileira fechou em leve queda de 0,29% aos 49.102,14 pontos, interrompendo uma sequência de seis altas.

"O dia começou com especulações (que fizeram o Ibovespa bater a máxima da sessão) sobre a possibilidade de Marcelo Odebrecht aceitar uma delação premiada", afirmou o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo.

Além da condenação a 19 anos e quatro meses de prisão de Odebrecht, os sinais de ruptura do PMDB com o governo estão os principais fatos do dia.

A leitura de boa parte de analistas é que os últimos acontecimentos aumentam ainda mais as chances de uma mudança no comando do país e, consequentemente, de uma solução para a crise com o Congresso Nacional e de um avanço em questões importantes que seguem travadas.

A terça-feira foi mais um dia de forte giro financeiro, quase o dobro da média diária de fevereiro deste ano e de março de 2015. O volume chegou a R$ 11,467 bilhões.

Uma boa parte desse giro, na avaliação do chefe de análise da Planner Corretora, Mario Roberto Mariante, vem do capital estrangeiro. "Para o estrangeiro, o nosso mercado está barato, considerando a relação real para dólar e o preço do papel. Mas não há fundamentos para acreditar num mercado de alta consistente de longo prazo", afirmou Mariante.

Como observou um operador de renda variável, a pressão de alta no Ibovespa hoje veio das ações que caíram ontem e vice-versa.

O destaque de queda foi a Vale, que chegou a subir dois dígitos durante o pregão de ontem diante da valorização extraordinária do minério de ferro (+19,5%) na segunda-feira. Hoje, a mineradora foi uma das maiores quedas na carteira Ibovespa. A ON caiu 14,51% e a PNA, -12,05%. O setor siderúrgico - leia-se CSN, Usiminas, Gerdau e Bradespar, acionista da mineradora - acompanhou e caiu em peso.

Na avaliação de Figueredo, um fato que pesou contra o setor foi o resultado ruim da balança comercial chinesa. As exportações da China, em termos de dólar, caíram pelo oitavo mês consecutivo em fevereiro (-25,4%), na comparação com o mesmo período do ano passado.

O superávit comercial da China recuou em fevereiro para US$ 32,59 bilhões, de US$ 63,29 em janeiro, ficando aquém das estimativas de superávit de 51,25 bilhões.

A pressão para cima veio, especialmente, das ações de grandes bancos. "Os bancos estão responsáveis pela alta hoje", afirma Figueredo. Depois de penalizada em boa parte do dia de ontem, a ON do Banco do Brasil, por exemplo, encerrou esta terça-feira em alta de 10,90%, a maior variação entre os papéis da carteira Ibovespa. A PN do Itaú Unibanco teve alta de 2,24%, e a do Bradesco, +0,50%.

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