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Ibovespa fecha na mínima em seis meses com ajustes à eleição

Principal índice da bolsa terminou em baixa de 3,24%, a 50.713 pontos, menor patamar desde 15 de abril


	Bovespa: queda no pregão de hoje fez o desempenho no ano ficar negativo em 1,54%
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Bovespa: queda no pregão de hoje fez o desempenho no ano ficar negativo em 1,54% (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 17h19.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em forte queda nesta quinta-feira, na mínima em seis meses, em meio a especulações de que pesquisas previstas para o dia mostrariam maior vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.

Logo após o fechamento, Datafolha e Ibope revelaram que Dilma assumiu a dianteira na disputa, para além da margem de erro, confirmando os rumores que pressionaram os negócios ao longo de toda a sessão e que fizeram o pregão local se descolar de Wall Street e ofuscar o noticiário corporativo intenso.

O Ibovespa terminou em baixa de 3,24 por cento, a 50.713 pontos, menor patamar desde 15 de abril, fazendo o desempenho no ano ficar negativo em 1,54 por cento. Até a véspera, o acumulado em 2014 estava positivo em 1,75 por cento. 

O volume financeiro na sessão somou 11,3 bilhões de reais.

"O mercado antecipou-se e diminuiu posições esperando as pesquisas, diante das especulações de que os números mostrariam Dilma na frente fora da margem de erro", disse o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos. 

No Datafolha, Dilma passou a 53 por cento (ante 52 por cento no levantamento anterior), enquanto Aécio foi a 47 por cento (ante 48 por cento) dos votos válidos. 

Já o Ibope mostrou Dilma com 54 por cento (ante 49 por cento), enquanto Aécio foi a 46 por cento (ante 51 por cento).

As ações da Petrobras também reverteram os ganhos em 2014 e terminaram negociadas nos níveis de abril, enquanto o papel do Banco do Brasil , que respondeu pela maior queda percentual do índice nesta sessão, com recuo de 9 por cento, ainda tem alta acumulada no ano de 7,65 por cento. 

Operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo, e veem a reeleição de Dilma como continuidade dessas políticas.

Depois de acumular alta de mais de 7 por cento no mês até a semana passada, o índice está agora negativo em 6,3 por cento em outubro.

A forte valorização do dólar sobre o real, que fechou na maior cotação em mais de 9 anos, também por expectativas relacionadas à eleição, respingou na bolsa e amparou os ganhos de papéis de empresas exportadoras, como Fibria, Suzano e Braskem, além de siderúrgicas.

O quadro eleitoral tirou o foco do noticiário corporativo recheado, que incluiu dados de produção recorde da Vale no terceiro trimestre, com 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro, excluindo o volume atribuível à Samarco.

Os papéis da Gol recuavam 6,5 por cento, após a empresa aérea divulgar aumento na receita por passageiro no terceiro trimestre, mas "leve queda" no yield, indicador de preços de passagens aéreas. 

O Itaú BBA disse que os números ficaram abaixo das suas expectativas. O dólar em alta foi mais um componente de pressão negativa.

A safra de balanços destacou os resultados do setor de varejo, com a Cia Hering e a Natura, que divulgaram seus números na quarta-feira. Depois do fechamento, a Lojas Renner divulgou alta de 16,4 por cento no lucro líquido do terceiro trimestre.

Texto atualizado às 18h17min do mesmo dia, para adicionar informações do fechamento de mercado.

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