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Bovespa tem pior semestre em mais de quatro anos

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, seguindo o movimento das bolsas externas e pressionado pelas ações das empresas de Eike Batista

Com a queda de 0,32 % na última sessão do mês, a 47.457 pontos, o Ibovespa fechou junho com desvalorização de 11,3 %, o pior desempenho mensal desde maio do ano passado (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2013 às 19h09.

São Paulo -A Bovespa fechou o semestre com o pior desempenho semestral desde 2008, e investidores já se preparam para fechar 2013 no vermelho, avaliando que apenas uma reversão de expectativas com a economia doméstica poderá mudar esse cenário.

Com a queda de 0,32 % na última sessão do mês, a 47.457 pontos, o Ibovespa, principal índice acionário doméstico, fechou junho com desvalorização de 11,3 %, o pior desempenho mensal desde maio do ano passado. O giro financeiro da sessão foi de 9,05 bilhões de reais.

Na primeira metade do ano, o Ibovespa teve um recuo de 22,1 % -- pior desempenho semestral desde a queda de 42 % registrada no segundo semestre de 2008, ápice da crise nos Estados Unidos que culminou na quebra do Lehman Brothers.

O consolo, segundo os profissionais de mercado, é que aparentemente há pouco espaço para os preços caírem muito mais, pois já refletem a combinação de piora generalizada dos fundamentos macroeconômicos do país com o pico de aversão global a risco, após os Estados Unidos apontarem para redução dos estímulos monetários.

Para especialistas, os sinais do banco central americano, Federal Reserve, de que pode reduzir nos próximos meses o seu programa de compra de títulos e, consequentemente, reduzir a liquidez do mercado, catalisaram o pessimismo do mercado.

"Isso diminuiu o fluxo para mercados emergentes e isso deve continuar nos próximos meses", disse Walter Mendes, sócio da Cultinvest Asset Management. "O que ainda vamos descobrir é a intensidade com que isso vai acontecer".

Na sua visão, por isso não surpreende o fato de que as ações consideradas de maior risco, como as das empresas do empresário Eike Batista, tenham estado entre as maiores quedas recentes.

Nesta sexta-feira, algumas delas, como a mineradora MMX, a empresa de logística LLX e a petroleira OGX estiveram novamente entre os destaques negativos da sessão, enquanto investidores seguiam ajustando carteiras.

Mas o grande vilão da bolsa, de acordo com profissionais do mercado, é a piora generalizada da economia doméstica, com fraco crescimento do PIB, inflação em alta e fracos dados da balança comercial.


Foi esse quadro que levou a agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisar no começo do mês a perspectiva do rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa".

"Precisamos de um choque de credibilidade para a bolsa mudar de rumo", disse Álvaro Bandeira, sócio da Órama Investimentos no Rio de Janeiro.

Na semana passada, uma pesquisa da Reuters mostrou que analistas estimam que o Ibovespa vai subir para 57.500 pontos até o final do ano, um ganho de 17 % sobre os níveis atuais, mas ainda abaixo do patamar de 60.952 pontos de 2012.

Atualizada às 19h08

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São Paulo -A Bovespa fechou o semestre com o pior desempenho semestral desde 2008, e investidores já se preparam para fechar 2013 no vermelho, avaliando que apenas uma reversão de expectativas com a economia doméstica poderá mudar esse cenário.

Com a queda de 0,32 % na última sessão do mês, a 47.457 pontos, o Ibovespa, principal índice acionário doméstico, fechou junho com desvalorização de 11,3 %, o pior desempenho mensal desde maio do ano passado. O giro financeiro da sessão foi de 9,05 bilhões de reais.

Na primeira metade do ano, o Ibovespa teve um recuo de 22,1 % -- pior desempenho semestral desde a queda de 42 % registrada no segundo semestre de 2008, ápice da crise nos Estados Unidos que culminou na quebra do Lehman Brothers.

O consolo, segundo os profissionais de mercado, é que aparentemente há pouco espaço para os preços caírem muito mais, pois já refletem a combinação de piora generalizada dos fundamentos macroeconômicos do país com o pico de aversão global a risco, após os Estados Unidos apontarem para redução dos estímulos monetários.

Para especialistas, os sinais do banco central americano, Federal Reserve, de que pode reduzir nos próximos meses o seu programa de compra de títulos e, consequentemente, reduzir a liquidez do mercado, catalisaram o pessimismo do mercado.

"Isso diminuiu o fluxo para mercados emergentes e isso deve continuar nos próximos meses", disse Walter Mendes, sócio da Cultinvest Asset Management. "O que ainda vamos descobrir é a intensidade com que isso vai acontecer".

Na sua visão, por isso não surpreende o fato de que as ações consideradas de maior risco, como as das empresas do empresário Eike Batista, tenham estado entre as maiores quedas recentes.

Nesta sexta-feira, algumas delas, como a mineradora MMX, a empresa de logística LLX e a petroleira OGX estiveram novamente entre os destaques negativos da sessão, enquanto investidores seguiam ajustando carteiras.

Mas o grande vilão da bolsa, de acordo com profissionais do mercado, é a piora generalizada da economia doméstica, com fraco crescimento do PIB, inflação em alta e fracos dados da balança comercial.


Foi esse quadro que levou a agência de classificação de crédito Standard & Poor's revisar no começo do mês a perspectiva do rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa".

"Precisamos de um choque de credibilidade para a bolsa mudar de rumo", disse Álvaro Bandeira, sócio da Órama Investimentos no Rio de Janeiro.

Na semana passada, uma pesquisa da Reuters mostrou que analistas estimam que o Ibovespa vai subir para 57.500 pontos até o final do ano, um ganho de 17 % sobre os níveis atuais, mas ainda abaixo do patamar de 60.952 pontos de 2012.

Atualizada às 19h08

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