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Ibovespa bate 128 mil e renova recorde com sinais de retomada econômica

PIB do Brasil tem alta maior do que a esperado no primeiro trimestre; PMIs acima das expectativas reforçam expectativa de crescimento global

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de junho de 2021 às 14h30.

Última atualização em 1 de junho de 2021 às 16h39.

O Ibovespa sobe nesta terça-feira, 1, acompanhando o forte resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2021, somado ao otimismo global com a recuperação econômica pós-Covid. Às 16h15, o principal índice da B3 subia 1,60% para 128.236 pontos. No início do pregão, o Ibovespa chegou a bater 128.295,28 pontos, renovando sua máxima histórica intradiária.

Segundo o IBGE, o Brasil cresceu 1,2% na comparação com o quarto trimestre, superando a mediana das estimativas de mercado. No consenso da Bloomberg, a expectativa era de alta de 0,9%. O resultado foi puxado pelo consumo empresarial e por investimentos.

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"O plano do [ministro da Economia Paulo] Guedes de aumentar a demanda privada via investimentos está dando certo e o ajuste liberal em curso parece ter ganhado tração. Com a melhora da vacinação, a expectativa é de que a economia melhore ainda mais nos próximos trimestres", disse André Perfeito, economista-chefe da Necton, em nota.

Com o Ibovespa quebrando recordes e os cenários interno e externo favoráveis às ações, o mercado já começa a revisar as projeções do Ibovespa para este ano. Na véspera, o Banco Inter estimou que o índice deve atingir 142.000 pontos ainda em 2021.

“O mais importante para o mercado é a expectativa de um segundo semestre mais forte, em linha com a vacinação e a reabertura, fortalecendo teses e ativos que se beneficiam desse movimento doméstico”, destacam, em nota, analistas da Exame Invest Pro.

Na bolsa, a sessão é marcada por fortes altas das ações que podem se beneficiar da reabertura da economia local. Entre as maiores altas do Ibovespa, as ações das Lojas Americanas (LAME4) disparam 8,35%, seguidas pelos papéis da Ultrapar (UGPA3) avançam 7,51%.

Na ponta oposta, os papéis de tecnologia perdem força. As ações da Locaweb (LAME4) lideram as perdas, recuando 5,35%, seguidas pelas units do Banco Inter (BIDI11), que caem 3,63%.

Exportadoras como Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) também operam em baixa, acompanhando as perdas do dólar. Com a recuperação da economia brasileira, o real se fortalece, fazendo a moeda americana ser negociada em queda de 1,26%.

A maior alta do pregão, porém, é da BRF (BRFS3), que entrou em leilão às 14h56 em alta próxima de 1,5% e saiu às 16h negociada acima de 9%. Segundo o portal Brazil Journal, é provável que a Marfrig (MRFG3) esteja novamente comprando ações da concorrente ou transformando derivativos em posição à vista. Caso a Marfrig exceda a marca de 25% do capital adquirido da BRF, deverá informar o mercado por meio de fato relevante em até três dias.

Recuperação no exterior

Na Europa, índices de gerente de compras ( PMI s) também surpreenderam positivamente, com quase todos saindo superando expectativas. Na Zona do Euro, o PMI industrial bateu 63,1 pontos ante estimativas de 62,8 pontos. Já na Alemanha, o PMI industrial ficou em 64,4 pontos, também acima do esperado.

Nos Estados Unidos, o PMI industrial acelerou de 61,5 para 62,1 pontos. Por lá, porém, a recuperação também é sinônimo de temores com o aumento generalizado de preços.

Investidores locais temem que o aumento da inflação force o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a aumentar a taxa de juros antes de 2023, como está previsto. A mudança seria prejudicial para opções de investimento mais arriscadas, como a renda variável.

Como resultado, as bolsas de NY operam mistas. O índice Dow Jones , mais ligado à economia tradicional, sobe 0,19%, enquanto o S&P 500 registra leve variação positiva de 0,05%. Já o índice de tecnologia Nasdaq avança 0,12%.

Na Europa, a recuperação foi a pauta principal e os principais índices fecharam em terreno positivo. O índice pan-europeu STOXX 600 encerrou em alta de 0,75%, após atingir uma nova máxima intradiária.

Commodities seguem em disparada

Os sinais de forte recuperação da economia global também têm impulsionado o mercado de commodities e, consequentemente, a bolsa brasileira. Nesta manhã, o petróleo Brent bateu 70 dólares por barril -- o maior patamar desde maio de 2019 -- enquanto o WTI alcançou a máxima desde outubro de 2018. A commodity avança na expectativa de que a retomada econômica aumente a demanda mundial por petróleo.

Na bolsa, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) reagem à valorização e sobem quase 1%, ajudando a impulsionar o Ibovespa. Com menor participação no índice, a PetroRio (PRIO3) chegaram a avançar mais de 4%, mas viraram para queda e recuam 0,91%.

As ações da Vale (VALE3) também entraram em terreno negativo ao longo do pregão e recuam 0,68%, mesmo com a valorização do minério de ferro. Mais cedo, os papéis chegaram a subir mais de 2%, acompanhando a alta da commodity, que voltou a registrar forte alta na China, sendo negociado acima da marca de 200 dólares a tonelada.

No caso da Vale, os papéis perderam força porque a companhia divulgou fato relevante informando sobre a paralisação das operações de Sudbury, na província canadense de Ontário. Segundo a mineradora, os trabalhadores recusaram um acordo coletivo, o que pode afetar a produção no local.

Por outro lado, os papéis das siderúrgicas CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) seguem embalados pela valorização do minério de ferro e avançam 5,32%, 3,06% e 1,13%, respectivamente.

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