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Ibovespa sobe na esperança de reforma tributária; Eletrobras dispara 14%

Paulo Guedes afirmou que enviará a primeira parte do projeto na próxima semana e disse que pretende anunciar “quatro grandes privatizações”

Bolsa: Ibovespa avança 2,32% e encerra em 102.888,25 pontos (Germano Luders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 17 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 17 de julho de 2020 às 18h29.

A bolsa brasileira apresentou forte movimento de valorização, nesta sexta-feira, 17, na expectativa de avanços na reforma tributária, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que vai entregar a primeira parte do projeto na próxima semana. A ideia dessa primeira fase é implementar o imposto sobre valor agregado (IVA) dual, que unifica impostos estaduais e federais. Guedes também disse que pretende anunciar quatro "grandes" privatizações, o que agradou ao mercado. O Ibovespa, principal índice de ações, subiu 2,32% e encerrou em 102.888,25 pontos.

As declarações também tiveram impactos diretos nas ações da Eletrobras, que dispararam 14,3%, liderando as maiores altas da sessão.

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“Isso traz um pouco de otimismo para o nosso mercado e ajuda as ações da Eletrobras, que é uma das principais empresas na esteira da privatização”, comentou Gustavo Bertotti, economista da Messem.

No cenário externo, o clima é de cautela com a proliferação do coronavírus nos Estados Unidos. Na véspera, o país voltou a bater recorde de casos diários, superando pela primeira vez a marca de 70.000 novos infectados em 24h.

O aumento constante do número de casos no país tem reduzido as expectativas dos investidores de uma recuperação econômica pujante na segunda metade deste ano, tendo em vista que novas medidas de isolamento podem voltar à tona, como fez o estado da Califórnia nesta semana. Pelos dados da Universidade Johns Hopkins, o total de casos confirmados nos Estados Unidos já ultrapassou 3,576 milhões.

Por outro lado, há a esperança de que o governo americano promova um novo pacote de estímulo econômico de 1 trilhão de dólares. Segundo a Bloomberg, as pressões para que isso ocorra aumentam conforme medidas já adotadas para impulsionar a economia chegam próximas do prazo final. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta de 0,31% e 0,28%, respectivamente.

“Existe uma complicação adicional pois a Casa Branca mencionou que Trump pode vetar o pacote caso não inclua redução de imposto sobre folha de pagamentos. Um atraso na aprovação pode gerar volatilidade no curto prazo. Caso não passe, pode fazer os mercados sofrerem mais, mas a probabilidade de isso acontecer é baixa”, avaliam analistas da EXAME Research em relatório.

Mas se nos Estados Unidos o pacote de 1 trilhão de dólares fica cada vez mais próximo, na Europa, o estímulo de 750 bilhões de euros parece cada vez mais distante. Nesta sexta, líderes dos 27 países se encontraram para discuti-lo, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, já admitiu que as negociações não serão fáceis. Pelo contrário.

“Devo dizer que as diferença ainda são muito, muito grandes. Antecipo negociações muito, muito difíceis", disse à agência Reuters.

Na bolsa, as ações da Marfrig figuraram entre as maiores altas, com valorização superior a 8,17%. Do mesmo setor, Minerva e JBS avançam 4,18% e 4,06%, respectivamente.

Fora do Ibovespa, as ações da Profarma avançaram pouco mais de 14%, após o IPO de sua rede de farmácias d1000 ser aprovado. “O setor está crescendo bastante em meio à pandemia. Ela vai abrir o capital para investir ainda mais. Além disso, as farmácias brasileiras também estão colocando novos produtos na prateleira, o que pode aproximá-las do formato das americanas, onde são vendidos diferentes produtos, até bebidas alcoólicas”, comentou Bertotti.

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