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Ibovespa sobe em dia de forte volatilidade, mas temor fiscal permanece

Ambiente internacional contribui para a recuperação dos ativos no mercado brasileira; BC volta a atuar no mercado de dólar, que fecha em queda

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
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Beatriz Quesada

Publicado em 20 de outubro de 2021 às 17h36.

Última atualização em 20 de outubro de 2021 às 18h00.

O Ibovespa fechou em leve alta de 0,10%, a 110.786 pontos, nesta quarta-feira, após oscilar entre altas e baixas ao longo do pregão, marcado pela volatilidade. Com investidores atentos aos riscos fiscais, a bolsa brasileira acompanhou os índices americanos, que subiram,refletindo resultados corporativos melhores do que os esperados. Em Wall Street, o Dow Jones e S&P 500 avançaram 0,43% e 0,37%, respectivamente, enquanto o Nasdaq fechou em leve queda de 0,05%.

O ambiente internacional também contribuiu para a queda do dólar frente às principais divisas emergentes. Por aqui, o dólar caiu 0,59% e fechou a5,561reais. Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, também atribui a desvalorização da moeda americana à alta dos juros futuros, com investidores precificando um aperto monetário mais duro para a próxima reunião do Copom e às atuações do Banco Central ao longo do pregão.

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"A bateria de leilões realizada pelo BC deixou claro que a autoridade monetária vai continuar utilizando os instrumentos que tem para conter uma variação atípica. Contudo, as incertezas sobre o Auxílio Brasil e, consequentemente, sobre o teto de gastos, continuam no radar dos mercados e a volatilidade também deve continuar", afirma.

Ontem, o dólar disparou ao maior nível desde abril após a notícia de que parte do Auxílio Brasil, novo programa social do governo, seria pago fora do teto de gastos. Se fosse aprovado desta forma, o valor ‘extrateto’ ficaria em torno de 30 bilhões de reais.

Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o novo Auxílio Brasil de 400 reais vai respeitar o teto e que o governo não vai fazer loucuras com o orçamento. No entanto, não foi detalhado como o programa será custeado.

Os temores sobre A curva de juros, a propósito, já começa a precificar uma alta de 1,25 ponto percentual da taxa básica de juros da economia, a Selic, para responder a um cenário com maior risco.

Reforçando os temores, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, admitiu na tarde de ontem que o BC pode adotar uma política monetária mais contracionista (com juros mais altos) caso a questão fiscal piore no Brasil. A próxima reunião do Copom será na próxima semana, com a decisão de juros sendo divulgada na quarta-feira.

As preocupações  atingem principalmente a curva de juros, que voltaram a subir, após terem disparado na véspera. No mercado, investidoresjá começam a precificar uma alta de 1,25 ponto percentual da taxa básica de juros da economia, a Selic, para responder a um cenário com maior risco.

Reforçando os temores, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, admitiu na tarde de ontem que o BC pode adotar uma política monetária mais contracionista (com juros mais altos) caso a questão fiscal piore no Brasil. A próxima reunião do Copom será na próxima semana, com a decisão de juros sendo divulgada na quarta-feira.

Destaques

Com a perspectiva de uma alta mais forte dos juros, o setor financeiro esteve entre as principais altas do dia, contribuindo para a alta do Ibovespa. Com a maior participação do setor no índice, as ações do Itaú (ITUB4) subiram 2,30%, enquanto as do Banco do Brasil (BBAS3), 1,67%, as do Bradesco (BBDC4), 3% e as do Santander (SANB11), 3,26%. Já o banco digital Banco Inter (BIDI11) disparou 6,95%, liderando as altas do índice. A administradora da bolsa, a B3 (B3SA3) subiu 4,71%.

Com a segunda maior participação do Ibovespa, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) também contribuíram para a alta de hoje, subindo cerca de 1,5%, acompanhando a valorização do petróleo no exterior, que volta a se aproximar dos 86 dólares por barril. Na última sessão, os papéis da estatal figuraram entre as maiores quedas, com investidores migrando para papéis de petroleiras privadas em meio a temores sobre intervenção na política de preços da companhia.

Na ponta negativa, as units da Getnet (GETT11) despencaram 8,24%, com investidores ajustando suas posições após os papéis terem chegado a mais do que dobrar de preço desde sua estreia na bolsa, no início desta semana. Ações com múltiplos elevados e de empresas cíclicas, altamente ligadas à economia doméstica, também sofreu duras perdas, com expectativas de condições monetárias mais apertadas. Entre elas, Petz (PETZ3), Méliuz (CASH3), Soma (SOMA3) e Via (VIIA3) caíram mais de 3%.

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