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Ibovespa renova mínima em 17 meses com crescimento global

A Bovespa fechou em baixa, renovando a mínima em 17 meses, diante de fortes perdas em bolsas no exterior


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2015 às 18h13.

São Paulo - A Bovespa fechou em baixa nesta sexta-feira, com o seu principal índice abaixo de 46 mil pontos e renovando mínima em 17 meses, diante de fortes perdas em bolsas no exterior por preocupações relacionadas ao crescimento da economia global.

O quadro político permaneceu alimentando incertezas no pregão local, em meio à possibilidade de o vice-presidente Michel Temer deixar a articulação política, assim como o seu partido PMDB se desligar do governo.

O Ibovespa caiu 1,99 por cento, a 45.720 pontos., menor nível desde 17 março de 2014, quando o índice marcou 45.117 pontos.

O giro financeiro totalizou 5,45 bilhões de reais. Na semana, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou perda de 3,77 por cento, contabilizando a terceira baixa semanal e deixando agosto com declínio acumulado até esta sexta-feira de 10,12 por cento.

A última sessão da semana foi de fortes perdas nas bolsas internacionais, por temores de uma desaceleração global guiada pela China, endossados por dados mais fracos sobre as indústrias chinesa e norte-americana.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 3,19 por cento, mas perda percentual diária desde novembro de 2011. O índice acionário de referência para mercados emergentes MSCI recuou mais de 2 por cento.

No Brasil, a sexta-feira ainda trouxe divulgações econômicas negativas, como o fechamento de quase 158 mil vagas de emprego formais em julho, enquanto agosto terminou com a inflação em 12 meses medida pelo IPCA-15 na máxima desde 2003.

DESTAQUES

Petrobras: fechou em queda de quase 5 por cento nas preferenciais e de 5 por cento nas ordinárias, em meio ao forte declínio dos preços do petróleo e cautela ante eventuais desdobramentos dos processos contra a companhia nos Estados Unidos. O dia contou ainda com relatório do Société Générale reduzindo o preço-alvo do ADR (recibo de ação negociado nos EUA) da estatal de 7,40 para 6,40 dólares, enquanto foi reiterada a recomendação "manter".

Itaú Unibanco: fechou com ganho de 0,23 por cento, depois de sessão volátil, enquanto BRADESCO terminou em queda de apenas 0,56 por cento, após ceder mais de 2 por cento na mínima. Notícia da agência Bloomberg, citou fonte que afirmou que parlamentares se articulam em comissão mista no Congresso Nacional para derrubar da medida provisória 675 aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para 23 por cento, mantendo a proposta original do governo de elevação para 20 por cento.

Kroton: caiu 3,1 por cento, em dia de perdas no setor de ensino na Bovespa, embora ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES tenha reagido ao longo do pregão por cobertura de posições vendidas, terminando com alta de 0,9 por cento.

Cesp: despencou 6,8 por cento, entre as maiores perdas do setor elétrico na Bovespa. A Aneel compensará as elétricas em 10,3 bilhões de reais por perdas com o déficit de geração hídrica, exceto as empresas que ganharam com vendas de energia a preços elevados no mercado de curto prazo, entre elas a Cesp, além de CEMIG, que caiu 3,96 por cento, e COPEL, que perdeu 2,65 por cento. =TIM PARTICIPAÇÕES perdeu 3,4 por cento, pressionada por relatório do Bank of America Merrill Lynch que cortou a recomendação da ação para "neutra", por uso menor de celular e aceleração da migração de voz para dados, além de incertezas quanto à consolidação no segmento. O preço-alvo foi reduzido de 14 para 10 reais. "Vemos a direção da TIM seguindo a estratégia certa, mas a aceleração de receita pode levar tempo para se concretizar", afirmou o BofA ML.

Oi: despencou quase 8 por cento, devolvendo parte relevante da alta da véspera, quando disparou mais de 15 por cento.

Ecorodovias: destoou da tendência baixista do Ibovespa e saltou 6,16 por cento. Relatório do JPMorgan elevou a recomendação da ação para "overweight", citando entre as razões que a venda de ativos de logística deve adicionar valor à companhia, bem como ao nível de preços das ações, enquanto o crescimento do tráfego deve melhorar no segundo semestre. O preço-alvo foi reduzido de 9,50 para 8,50 reais.

Even: que não está no Ibovespa, avançou 1,3 por cento, na contramão do desempenho do setor imobiliário na Bovespa. A empresa informou que fundos de investimento mostraram interesse em aquisição de participação acionária na companhia.

PDG Reality: que também não faz parte do índice, despencou 20 por cento, após a Moody's rebaixar a classificação de crédito (CFR) da construtora para Caa3, com perspectiva negativa.

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