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Apple salva o dia, mas Ibovespa tem 4ª queda semanal consecutiva

Temores sobre medidas de restrição na Europa aumentam conforme crescem o número de novos casos de coronavírus

Ibovespa fecha praticamente estável, em 96.999,08 pontos (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 10h31.

Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 19h04.

O Ibovespa fechou em queda semanal pela quarta semana consecutiva, embora tenha encerrado próximo da estabilidade no pregão desta sexta-feira, 25, em96.999,38pontos. Na semana, o principal índice da B3 caiu 1,31%. Apesar de ter encerrado a semana de forma mais amena do que iniciou, o clima ainda é de grandes incertezas sobre como serão os impactos da segunda onda de coronavírus na Europa e das eleições americanas no mercado.

No pregão desta sexta feira, o Ibovespa chegou a abrir em queda de mais de 1%, com os investidores ainda repercutindo os recordes de infecções na França e no Reino Unidos, após a doença ter sido relativamente controlada nos meses anteriores. Mas, a alta das ações da Apple, após suspender comissão na App Store, ajudou a impulsionar os principais índices americanos, contribuindo para a retomada dos mercados globais, inclusive o brasileiro. Nos Estados Unidos, a ação da companhia subiu 3,76%, enquanto o índice Nasdaq 2,26%.

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Suzano

As ações da Suzano subiram 4,65%, liderando as altas do Ibovespa, após o Credit Suisse elevar o preço-alvo da companhia para 65 reais -  o que representava um potencial de valorização de cerca de 40% no início do pregão. O bom desempenho também teve ajuda da variação do dólar, que subiu 0,8%

Varejo digital

A alta do setor de tecnologia nos Estados Unidos contribuíram com a valorização das ações da Via Varejo e Magazine Luiza, que subiram 3,99% e 1,49%, figurando entre as maiores altas do dia. "Por ter uma frente digital , a performance desses papéis vem acompanhando as empresas americanas de tecnologia", comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Melissa de Azaleia

Fora do Ibovespa, as ações da Grendene, das marcas de calçados Melissa e Ipanema, subiram 2,02%, após celebrar um contrato de licença com a Vulcabrás para produzir., comercializar e criar modelos de calçados da marca Azaleia. A licença faz parte da estratégia da Vulcabrás, da marca Olympikus, de focar na linha esportiva. O contrato de três anos prevê repasse para a Vulcabrás de de parte da receita líquida com os produtos Azaleia. Apesar do cenário de aversão ao risco, as ações da Vulcabrás fecharam em alta de 3,06%.

Petrobras

As ações da Petrobras encerraram em queda de 1,3%, após o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux remarcar o julgamento sobre a venda de refinarias. Os papéis da estatal também sofrera com o preço do barril de petróleo, que operou o dia todo no negativo, com incertezas sobre a demanda em meio ao aumento do número de casos de coronavírus na Europa. No mesmo setor, as ações da PetroRio caíram 2,74%, encerrando entre as maiores quedas do dia

Segunda onda

Na Europa, recordes de novos casos diários de coronavírus foram registrados no Reino Unido e na França, onde o número de infectados superou a marca de 16.000 pela primeira vez. Diante deste cenário, o primeiro ministro francês, Jean Castex, que há duas semanas havia descartado a possibilidade de um lockdown na França, mudou o discurso. “Se não agirmos, podemos nos ver em uma situação próxima à primavera”, afirmou.

“O mercado teme que o número de casos de coronavírus levem a novos confinamentos na Europa. A nova onda de coronavírus. Toda alegria que se via com a recuperação em ‘V’ se transformou em uma preocupação real de que podemos estar próximos da segunda perna do ‘W’. Estamos falando de uma queda de 30% de novo”, afirma Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

Para Henrique Esteter, o debate sobre o aumento de casos de coronavírus deve continuar no radar nas próximas semanas. "Tem que ver direitinho como vão fazer para reduzir o número de casos. Não acho que vão fazer um lockdown. Nacional. Mas se tiver, vai ser um cenário de caos porque estaremos a um mês das eleições americanas e com a Europa fechada."

Dados econômicos

Principal indicador econômico do dia, os pedidos de bens duráveis nos Estados Unidos vieram abaixo do esperado, ajudando a aumentar as incertezas sobre a recuperação da maior economia do mundo. Referentes ao mês de agosto, os pedidos tiveram crescimento mensal de 0,4% ante a expectativa de 1,5%. Ainda que tenha sido o quarto mês consecutivo de alta, os sinais são de desaceleração, tendo em vista que no mês anterior, o aumento de pedidos ficou em 11,7%.

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