Bovespa: às 10h22, o Ibovespa caía 2,7%, a 47.549,51 pontos (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2016 às 12h00.
São Paulo - O principal índice da Bovespa recuava nesta terça-feira, tendo como pano de fundo a queda de commodities, enquanto o componente político também pressiona, em meio a notícias de que cresceram as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff.
Às 10:49, o Ibovespa recuava 2,41%, a 47.689 pontos. O volume financeiro no pregão era de 1,35 bilhão de reais.
A notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), conforme informou o canal de notícias GloboNews, afastou o Ibovespa da mínima, quando chegou a recuar mais de 3%, abaixo de 48 mil pontos.
Uma fonte palaciana afirmou à Reuters na véspera que aumentaram as chances do ex-presidente Lula voltar ao Palácio do Planalto como ministro, mesmo sem haver ainda a decisão de qual cargo ocuparia: a Casa Civil, hoje nas mãos de Jaques Wagner, ou a Secretaria de Governo, com Ricardo Berzoini.
Lula viajaria nesta terça-feira a Brasília para conversar com a presidente Dilma e fechar sua participação no governo.
Entre agentes financeiros, o entendimento é que o retorno de Lula possibilitaria sobrevida do atual governo, o que preocupa, uma vez que os mesmos avaliam que a melhora das perspectivas econômicas passa por troca do governo.
Há temores também sobre as eventuais alternativas do governo para reanimar a economia.
"Assim como papéis de companhias como Banco do Brasil e Petrobras tiveram um desempenho acima da média conforme cresceram expectativas de mudança, agora são elas que passam por ajuste.
É o risco político e a sombra sobre as estatais", disse um operador.
Destaques
Banco do Brasil desabava 12%, pressionado pelas incertezas na esfera política, devolvendo boa parte das altas dos últimos pregões.
No mês, o papel ainda acumula ganho ao redor de 45%, um dos melhores desepenhos do Ibovespa em março.
Itaú Unibanco, que cedia 3,82%, contabiliza uma elevação de cerca de 20% no mês.
Petrobras mostrava as preferenciais em baixa de 8,38%, também na esteira de apreensões ligadas ao cenário político e com o petróleo recuando pelo segundo dia.
Os papéis da petroleira também acumulam ganhos fortes em março, de cerca de 30%, incluindo as perdas nesta sessão.
Vale tinha as ações preferenciais de classe A em queda de 1,65%, conforme o preço do minério de ferro no mercado à vista da China despencou cerca de 7%, na queda diária mais acentuada em oito meses, acompanhando um recuo no mercado de aço e refletindo um renovado pessimismo sobre o excedente de oferta.
Gerdau recuava 6,44%, em sessão negativa no setor siderúrgico, com o resultado do quarto trimestre do grupo também sob o foco de atenções, com prejuízo líquido ajustado de 41 milhões de reais e anúncio de cortes em investimentos.
Usiminas caía 8,11% e CSN recuava 4,62%.
Kroton Educacional perdia 1,17%, contaminada pelo quadro negativo na Bovespa, mesmo após divulgar alta anual de 21,9% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre, para 408,8 milhões de reais, superando expectativas de analistas.
BR Malls declinava 5,81%, após a administradora de shopping centers divulgar queda anual de 74% no lucro do último trimestre de 2015, enquanto a receita líquida ficou estável e as despesas com vendas, gerais e administrativas caíram 18,3%.
Suzano Papel e Celulose e Fibria subiam 4,47 e 5,02%, entre as poucas altas do Ibovespa, tendo como pano de fundo a alta do dólar frente ao real e dados mostrando estabilidade nos preços de celulose na China.
Matéria atualizada às 11h59