Ibovespa recua com cautela por desdobramentos de crise política
Às 11:35, o índice da bolsa brasileira caía 1,12 por cento, a 63.244 pontos. O giro financeiro era de quase 2,2 bilhões de reais
Reuters
Publicado em 31 de maio de 2017 às 11h49.
Última atualização em 31 de maio de 2017 às 11h49.
São Paulo -O principal índice da Bovespa recuava cerca de 1 por cento nesta quarta-feira, com a cautela prevalecendo diante do cenário político ainda conturbado e tendo as ações da Vale entre as maiores pressões negativas, na esteira da queda dos preços do minério de ferro.
Os papéis da JBS, por sua vez, avançavam cerca de 9 por cento após acordo de leniência de sua controladora com o Ministério Público Federal (MPF).
Às 11:35, o Ibovespa caía 1,12 por cento, a 63.244 pontos. O giro financeiro era de quase 2,2 bilhões de reais.
A bolsa tem mostrado volatilidade há cerca de duas semanas, desde a delação de executivos da JBS, que resultaram em denúncias contra o presidente Michel Temer e outros políticos, colocando em xeque a permanência de Temer no comando do país.
Desde então, o governo têm se esforçado para mostrar que a agenda no Legislativo vai avançar, o que tem amparado alguma recuperação no mercado.
No entanto, as incertezas políticas permanecem e não abrem espaço para o Ibovespa retomar o patamar antes da crise, ao redor de 68 mil pontos.
"Ontem, o presidente Michel Temer e sua equipe econômica se mostraram confiantes quanto ao andamento das propostas de ajuste fiscal, porém medidas menos polêmicas já vêm enfrentando dificuldades de aprovação, corroborando um cenário bastante complicado e incerto", escreveram analistas da corretora Coinvalores em nota a clientes.
Nesta sessão, investidores aguardam a decisão do Banco Central, após o fechamento, sobre o rumo da taxa básica de juros, com as expectativas apontando para corte de 1 ponto percentual. Antes da crise, vinham crescendo as apostas de redução de 1,25 ponto percentual.
Destaques
- Vale PNA caía 4,1 por cento e Vale ON perdia quase 5 por cento, após quatro pregões seguidos de ganhos para os papéis da mineradora e em sessão de baixa para os futuros do minério de ferro na China, que caíram para o menor patamar desde novembro.
- Petrobras PN perdia 1,5 por cento e Petrobras ON recuava 1,9 por cento, acompanhando o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional, que tinham queda acentuada com o aumento da produção da Líbia alimentando a preocupação de que os cortes liderados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo estão sendo prejudicados por vários países que estão excluídos do pacto.
- JBS ON subia 9,2 por cento, após a sua controladora J&F fechar acordo de leniência com o Ministério Público Federal que prevê o pagamento de multa de 10,3 bilhões de reais por atos praticados por empresas controladas pela holding. As ações da empresa têm mostrado forte volatilidade desde o acordo de delação de seus executivos, com investidores atentos a todas as notícias envolvendo a empresa.
- BTG Pactual UNIT, que não faz parte do Ibovespa, caía 3,8 por cento. No radar estavam a notícias de que o ex-ministro Antonio Palocci disse aos procuradores do Ministério Público Federal, durante negociações de delação premiada, que a compra de participação no Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, em 2009, atendeu interesse do banqueiro André Esteves.