Ibovespa reage, mas fecha semana abaixo da marca de 100 mil pontos
Alta de 0,76% foi insuficiente para índice recuperar perdas dos últimos dias
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de agosto de 2019 às 17h33.
Última atualização em 16 de agosto de 2019 às 18h25.
Fortemente impactado pelo cenário externo, o Ibovespa fechou a semana em queda de 4,03%. Fatores como a possibilidade de uma nova recessão nos Estados Unidos e ameaças de retaliação por parte da China fizeram o índice desabar para menos de 100 mil pontos, o que não ocorria desde de junho. Ao longo do dia, o índice chegou a ultrapassar a marca, mas não manteve o desempenho e fechou a 99.805,78 pontos - alta de 0,76%.
Com queda das principais ações que integram o índice, parte do movimento de alta foi puxado pelos papéis da B3. As ações da própria bolsa subiram 2,65% por causa de números melhores em negociações no segmento Bovespa.
Já os papéis da Hypera subiram 5,95%, após analistas do banco UBS recomendarem a compra da ação ao colocarem 39 reais como preço-alvo do papel. As ações da farmacêutica custavam e 30,08 reais ao fim do pregão de ontem e fecharam o dia valendo 31,80 reais
Apesar das altas, a ação da Via Varejo , das marcas Pontofrio e Casas Bahia, caiu pela terceira vez consecutiva. Mais abrupta dessa vez, a queda foi de 7,41%. Na noite da última quarta-feira (14), a companhia anunciou prejuízo líquido de 154 milhões de reais. Desde a véspera da divulgação de balanço, os papeis da varejista caíram 15,84%.
Se a opinião de um grande banco internacional foi um dos motivos para as ações da Hypera subirem, o contrário aconteceu com os papéis da Marfrig, que caíram 0,39% após o relatório do JP Morgan cortarem a recomendação para neutra.
Nesta sexta-feira, a B3 divulgou mudanças no índice Ibovespa. A principal alteração é a entrada das ações do Grupo NotreDame Intermédica, que irá representar 1,003% do índice. Por outro lado, foram reduzidos os pesos das ações da Vale , Bradesco , Itaú e Petrobras . Já os papéis da própria B3 passarão a integrar 5,139% do índice frente aos atuais 4,377%.
O dólar fechou o dia em alta de 0,336%, a 4,0037 reais. Na quinta-feira, a moeda teve a maior desvalorização do mês frente ao real e chegou a 3,9903 reais.
"Os investidores viram que exageraram na queda no dia anterior e agora estão ajustando as posições", afirmou à Reuters Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
No cenário internacional, o anúncio de estímulo fiscal proposto pela Alemanha foi bem recebido por investidores e o principal índice da bolsa de Frankfurt fechou esta sexta-feira em alta de 1,31%. Nessa última semana, a divulgação de que o PIB da Alemanha teve retração de 0,1% no 2º trimestre foi visto por muitos investidores como um sinal claro de desaceleração da economia mundial.
Ontem à noite, a fala do presidente americano, Donald Trump , de que a guerra comercial será "relativamente curta" também ajudou a acalmar os mercados. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq Compositesubiram 1,44%, 1,20% e 1,67%, respectivamente.
O índice de volatilidade (VIX), também conhecido como índice do medo, caiu 12,80% e fechou a 18,47 pontos. É a primeira vez que o VIX fecha abaixo dos 20 pontos desde a quarta-feira, quando o mercado entrou em pânico com a inversão da curva de juros dos títulos americanos. Analistas entendem que quando o VIX acima dos 20 pontos representa fortes incertezas sobre o cenário futuro.