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Ibovespa sobe 1% e descola do exterior, que recua com crise na Ucrânia

Conflito entre Rússia e país vizinho mantém cautela entre investidores estrangeiros, que seguem aumentando posição na bolsa brasileira

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
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Beatriz Quesada

Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 18h35.

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 voltou a subir nesta terça-feira, 22, que marcou mais um dia de apreensão no mercado internacional, atento aos desdobramentos da crise na Ucrânia. Após três pregões de queda influenciados pelo exterior, o Ibovespa conseguiu se descolar dos Estados Unidos e fechou o dia em alta de 1,04%, aos 112.891 pontos.

Ao longo da tarde, o Ibovespa chegou a perder força com a apreensão internacional, mas recuperou a tendência de alta. O fluxo de investimento estrangeiro e a alta das ações das commodities foram os principais fatores de sustentação do índice.

Em meio às incertezas globais, grandes bancos internacionais, como o UBS, recomendam a busca por commodities para atravessar a turbulência. Nesse quesito, o mercado brasileiro se tornou uma alternativa. Somente até o último dia 18, a B3 havia registrado a entrada de 55,8 bilhões de reais no ano, sendo 23,3 bilhões de reais apenas em fevereiro.

A entrada de capital externo manteve ainda o dólar comercial em trajetória de queda. A moeda cai pelo sétimo pregão dos últimos oito, sendo negociado abaixo de 5,10 reais, fechando em baixa de 1,09%, aos 5,0511 reais.

Esta é a menor cotação para a moeda americana desde o dia 1º de julho do ano passado, quando o dólar encerrou a sessão negociado a 5,0447 reais. Em fevereiro, o dólar recua 4,80%, aprofundando o movimento de queda da moeda no ano para 9,37%.

Nos Estados Unidos, por outro lado, as bolsas fecharam o pregão em queda. Durante todo o dia investidores estiveram apreensivos com possíveis sanções do governo americano à Rússia após o país reconhecer territórios ucranianos de maior apoio separatista como independentes. A Rússia também enviou tropas à região, aumentando a tensão com o Ocidente.

Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça o primeiro pacote de sanções dos EUA contra a Rússia pelo que ele classificou como o “início de uma invasão russa da Ucrânia”, e prometeu punições mais severas se a Rússia continuar sua agressão. As sanções visam, entre outros pontos, a dívida soberana da Rússia, impedindo que o país capte dinheiro ou negocie títulos em mercados americanos e europeus.

As quedas chegaram a ser mais duras antes da fala de Biden, com as bolsas recuando mais de 1,5%. O movimento perdeu parte da força no final do pregão, com investidores ainda avaliando o potencial dano das sanções à Rússia.

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Destaques de ações

Apesar da maior cautela no exterior, as altas foram disseminadas na bolsa local. As maiores empresas da B3 – que estão entre as mais beneficiadas pela chegada do investidor estrangeiro – apresentaram movimentos sólidos de alta nesta terça.

Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Banco do Brasil (BBAS3) e Ambev (ABEV3) ficaram na ponta positiva. Destaque de alta para os papéis da B3 (B3SA3), que são beneficiados pelo fluxo de capital estrangeiro entrando na bolsa local.

As maiores altas do dia foram dos papéis de Fleury (FLRY3), Cogna (COGN3) e Soma (SOMA3), que subiram mais de 7%.

As ações da Localiza (RENT3) também figuram entre as maiores altas do Ibovespa, antes de a empresa divulgar o balanço do quarto trimestre nesta noite. Fora do Ibovespa, sua concorrente Movida (MOVI3), que apresentou números robustos na última noite, disparou mais de 9%.

Já as ações das petroleiras fecharam o dia em queda, devolvendo os ganhos da véspera, quando foram o principal destaque positivo do dia. O movimento foi na contramão do preço do petróleo, que continua subindo. Preocupações sobre possíveis sanções ao óleo e gás russo têm impulsionado a commodity.

Na liderança da ponta negativa, os papéis do Inter (BIDI11) desabaram mais de 9%, após a divulgação do balanço do quarto trimestre decepcionar investidores. O banco teve queda de 67,1% no lucro do quarto trimestre, pressionado por elevação de provisão para créditos duvidosos e na linha de despesas.

Já a Americanas (AMER3), que continua com seus canais de vendas online fora do ar, teve mais uma sessão de perdas. Os sistemas da companhia foram alvo de ataque digital durante o final de semana.

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