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Ibovespa sobe e recupera os 106 mil à espera de corte de juros

Impulsionada pela compra de medicamentos da Takeda, a ação da Hypera tem maior alta da tarde; já o papel da CVC cai com indícios de erros no balanço

Ibovespa; bolsa (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2020 às 10h49.

Última atualização em 2 de março de 2020 às 14h44.

Sao Paulo —  Depois de abrir sem direção definida nesta segunda-feira (2), o principal índice de bolsa brasileira registrava alta de 0,7% por volta das 12h15, enquanto agentes financeiros continuam acompanhando o noticiário sobre o surto de coronavírus e seu potencial efeito na economia global.

Às 14h43, o Ibovespa subia 2,42%, a 106.695,06 pontos. Na sessão de sexta-feira (28 de fevereiro), o índice fechou com alta de 1,15%.

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A alta se deve principalmente à expectativa de corte de juros por parte dos principais bancos centrais. Segundo Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae, é certa a redução de 0,25 ponto pelo banco central americano (Federal Reserve, Fed). O mercado também que o Banco Central Europeu (BCE) corte o juros em 10 pontos base em abril. Nos Estados Unidos, o S&P 500 subia 2,54% enquanto o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,49%.

No mesmo horário, as ações com os melhores desempenhos eram da Hypera, com alta de 12,74%, Via Varejo, com 4,63%, e Weg, 4,24%. Na outra ponta, estão a CVC com queda de 12,16%, Pão de Açúcar, com recuo de 9,06%, e Ultrapar com baixa de 2,88%.

Os papéis da Hypera disparam com a notícia de que a companhia comprou portfólio de 18 medicamentos da Takeda por 825 milhões de dólares. Com a conclusão da transação e recente aquisição da marca Buscopan, a Hypera Pharma passará a ser a maior empresa farmacêutica do Brasil e líder absoluta em OTC, com participação de mercado de cerca de 20%. Segundo a companhia, o portfólio de marcas gerou uma receita líquida de cerca de 900 milhões de reais em 2019, sendo 83% no Brasil e 15% no México, e inclui produtos das áreas terapêuticas como cardiologia, diabetes, endocrinologia, gastrenterologia, sistema respiratório e clínica geral, além de marcas de OTC como Neosaldina e Dramin.

Para a equipe de análise da corretora Guide, o impacto é positivo. "Comparando os dados divulgados da transação, a operação ocorreu a um múltiplo de 3,5 vezes a receita dos últimos 12 meses, abaixo do que HYPE3 é negociado atualmente (4,8 vezes), o que deve destravar valor", escrevem os analistas.

CVC

A queda de 12% dos papéis da CVC se explica pelos indícios de erros na contabilização dos
valores transferidos a fornecedores de serviços turísticos, fato divulgado pela companhia em fato relevante. Estima-se que o impacto acumulado destes ajustes na receita seja de 250 milhões de reais, considerando os exercícios sociais de 2015 a 2019, o que equivale a 0,5% das reservas totais e 4% da receita líquida da empresa no acumulado até 30 de setembro de 2019.

Para a equipe de análise da Guide, o impacto é negativo. "Tais ajustes, caso confirmados, não terão impacto sobre a geração e os saldos de caixa informados pela empresa em suas demonstrações financeiras, porém impactam o resultado dos últimos exercícios e a projeção futura dos resultados para a companhia. A CVC vem sofrendo com diversos problemas recentes como: a falência da Avianca; o dólar valorizado; o derramamento de óleo nas praias do Nordeste e os protestos na América Latina no final do ano passado", escrevem os analistas.

Apesar de gostarem da história da empresa, a equipe decidiu alterar a recomendação de compra para neutra até que "os problemas de governança corporativa se tornem mais claros e podermos ter confiança na gestão novamente".

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