Ibovespa fecha em leve alta; mercado espera evolução em agenda do governo
Bolsa encerrou com uma variação positiva de 0,36% a 94.393,07 pontos
Reuters
Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 18h43.
Última atualização em 16 de janeiro de 2019 às 18h49.
O Ibovespa fechou esta quarta-feira com leve alta no fim de uma sessão de oscilação moderada, com a ausência de novidades no cenário doméstico limitando ganhos, enquanto expectativas positivas para ações do novo governo evitaram uma correção.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve valorização de 0,36 por cento, a 94.393,07 pontos, após oscilar entre 93.686,83 e 94.393,07 pontos.
O giro financeiro do pregão somou 20,15 bilhões de reais, em dia marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.
O indicador acumula em 2019 alta de 7,4 por cento, apoiado em particular na expectativa pela reforma da Previdência no país e no discurso moderado do Federal Reserve para juros nos EUA.
Para o gestor Igor Lima, sócio na Galt Capital, a bolsa apresentou uma performance mais forte que o esperado nessas duas primeiras semanas do ano.
"Sem dúvida a expectativa era de um ano positivo para ações brasileiras, tendo em vista o estágio do ciclo de recuperação econômica, valuations atrativos e boas perspectivas de evolução na agenda de reformas do governo", destacou.
"A velocidade e a magnitude com que este cenário está sendo precificado é que assusta pouco. Assim, é natural vermos esses momentos de consolidação e movimentos laterais na bolsa depois de uma reprecificação tão forte", acrescentou.
Na segunda-feira, o Ibovespa registrou máxima histórica de fechamento de 94.474,31 pontos. No dia seguinte, superou 94.500 pontos durante o pregão, novo recorde intradia, mas fechou pouco acima dos 94 mil pontos. Em 2019, o índice bateu sete vezes nova máxima de fechamento.
"Não acho que o movimento tenha se encerrado, mas novos ciclos de alta demandam a evolução e execução da agenda do governo e/ou evidências mais fortes da recuperação econômica", acrescentou Lima, da Galt.
No exterior, Wall Street trabalhava no território positivo, em meio a resultados animadores do Goldman Sachs e do Bank of America, enquanto o Livo Bege do Fed mostrou um quadro saudável para a economia norte-americana.
Desdobramentos da rejeição na véspera pelo Parlamento do Reino Unido do acordo do Brexit negociado pela primeira-ministra também estiveram no radar. Nesta sessão, contudo, Theresa May derrotou um voto de desconfiança contra seu governo.
Destaques
- SUZANO subiu 4,4 por cento, ampliando o ganho em 2019 para quase 16 por cento, conforme analistas veem a fabricante de papel e celulose voltando focar totalmente na estratégia operacional após concluir a incorporação da Fibria, que criou a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo.
- COSAN subiu 4,9 por cento, tendo de pano de fundo relatório do Morgan Stanley elevando recomendação da holding Cosan Limited para 'overweight'.
- VALE subiu 0,57 por cento, em movimento alinhado à trajetória de ações de mineradoras na Europa
- EMBRAER caiu 1,19 por cento, após reduzir projeções de desempenho para 2018, pressionada por queda nas entregas de jatos executivos. A empresa estimou que sua margem de lucro antes de juros e impostos vai sair de próximo de zero neste ano para 2 a 5 por cento em 2020.
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,29 por cento, enquanto BRADESCO PN subiu 0,48 por cento. SANTANDER BRASIL caiu 0,64 por cento e BANCO DO BRASIL ON caiu 0,95 por cento.
- PETROBRAS PN recuou 0,04 por cento, mas PETROBRAS ON subiu 0,81 por cento, conforme os preços do petróleo no exterior melhoraram.
- TAURUS PN despencou 21,24 por cento, ampliando a perda da véspera, após decreto que flexibiliza as regras para posse de armas no país, mas com o governo dizendo que estuda abertura do mercado de fabricação de armas a estrangeiros. Controladores venderam ações na terça-feira.