Ibovespa fecha em alta de mais de 2% com Petrobras e panorama eleitoral
O principal índice de ações da B3 subiu 2,26 por cento, para 81.434,98 pontos, máxima de fechamento desde 22 de maio
Reuters
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 17h09.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 17h45.
São Paulo - O Ibovespa fechou em alta de mais de 2 por cento nesta sexta-feira, impulsionado pelo avanço superior a 3 por cento das ações da Petrobras, após a companhia divulgar lucro de mais de 10 bilhões de reais para o segundo trimestre, além de repercussão positiva dos últimos desdobramentos do panorama eleitoral.
O principal índice de ações da B3 subiu 2,26 por cento, para 81.434,98 pontos, máxima de fechamento desde 22 de maio. O volume financeiro totalizou 11 bilhões de reais.
Na semana, a sexta seguida de alta, o Ibovespa acumulou valorização de 1,96 por cento, elevando o ganho no ano para 6,59 por cento.
Do cenário eleitoral, profissionais da área de renda variável destacaram positivamente o anúncio de que pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, terá a senadora Ana Amélia (PP-RS) como candidata à vice em sua chapa.
A avaliação é de que a senadora fortalece o tucano, ajudando Alckmin com votos femininos e com seu desempenho da região Sul, assim como mostra capacidade de articulação do ex-governador no que diz respeito a alianças, com outros candidatos ainda isolados.
"A confirmação de Ana Amélia deixou os investidores animados, visto que a atual senadora pelo Rio Grande do Sul...e distanciamento da esquerda", afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.
Pesquisa da XP Investimentos, por sua vez, manteve o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, à frente nas intenções de votos para a Presidência em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Alckmin manteve o desempenho verificado no levantamento anterior.
No front externo, ajudaram números do mercado de trabalho norte-americano reduzindo o risco de aceleração do ritmo de alta dos juros pelo Federal Reserve, banco central dos EUA, o que tende a favorecer o fluxo de capital a mercados emergentes, além de tirar força do dólar globalmente.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou com acréscimo de 0,46 por cento, apoiado em resultados corporativos, a despeito da manutenção das preocupações com a disputa comercial dos EUA com aliados, principalmente a China, o que corroborou a trajetória ascendente no pregão brasileiro,
Destaques
- PETROBRAS PN subiu 3,43 por cento, para 21,11 reais, maior patamar desde o final de maio. A empresa fechou o período de abril a junho com o melhor lucro trimestral desde o segundo trimestre de 2011. Para o Itaú BBA, a petrolífera de controle estatal divulgou números sólidos. A Petrobras ainda anunciou distribuição de 652,2 milhões de reais em juros sobre capital próprio no dia 23 de agosto. PETROBRAS ON valorizou-se 3,48 por cento.
- BRADESCO PN saltou 3,80 por cento, com o setor de bancos como um todo com fortes altas em meio às expectativas políticas mais positivas. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,38 por cento, BANCO DO BRASIL valorizou-se 3,01 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 4,44 por cento.
- B2W encerrou com acréscimo de 6,53 por cento, no terceiro pregão seguido de alta. Analistas do Itaú BBA liderados por Thiago Macruz elevaram a recomendação para as ações da empresa de varejo eletrônico para 'compra', com preço-alvo de 37 reais, após reavaliar o potencial de geração de caixa inerente à mudança da empresa para o marketplace. O JPMorgan, por sua vez, reiterou recomendação 'overweight', também citando as expectativas relacionadas ao marketplace entre os fatores.
- GOL subiu 6,18 por cento, também na ponta positiva do Ibovespa. Analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo das ações da companhia aérea para 15,30 reais ante 8,50 reais anteriormente, embora tenham mantido a recomendação 'neutra' de acordo com relatório distribuído a clientes, no qual eles revisaram estimativas para a companhia aérea.
- ULTRAPAR teve alta de 5,81 por cento, no segundo pregão de forte recuperação, tendo como pano de fundo melhora na recomendação por analistas do Santander para 'comprar', apesar de forte corte no preço-alvo, com Christian Audi e Gustavo Allevato avaliando que o segundo semestre de 2018 poderia ser um ponto de virada para as duas operações mais importantes do grupo --distribuição de combustíveis e produtos químicos. No ano, os papéis ainda acumulam queda de mais de 38 por cento.
- SUZANO cedeu 2,88 por cento, com o setor de papel e celulose como um todo no vermelho, em sessão de queda do dólar ante o real. FIBRIA caiu 0,97 por cento.