Ibovespa cai 7% em 5 pregões e vai abaixo de 52 mil pontos
A Bovespa encerrou pelo 5º pregão seguido no vermelho nesta terça, com agentes financeiros receosos por eventuais medidas do governo para equilibrar as contas
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 17h47.
São Paulo - A Bovespa encerrou pelo quinto pregão seguido no vermelho nesta terça-feira, com agentes financeiros ainda melindrados por eventuais medidas tributárias do governo federal para equilibrar as contas públicas, com ações de bancos entre as pressões de baixa.
O declínio nos papéis de companhias exportadoras de alimentos, entre elas JBS, também afetou negativamente, enquanto Vale e Petrobras tiveram um dia volátil com noticiário intenso, terminando em queda e ampliando as perdas do Ibovespa no final da sessão.
O principal índice da bolsa paulista que terminou em baixa de 1,27 por cento, a 51.612 pontos. Na mínima, o índice tocou 51.471 pontos. O volume financeiro da sessão somou 6 bilhões de reais.
Nos últimos cinco pregões, o Ibovespa acumulou perda de 7,1 por cento.
Dados disponibilizados pela BM&FBovespa, mostraram que o volume financeiro médio diário transacionado na bolsa somou 6,85 bilhões de reais em novembro, queda de 37 por cento frente a outubro, na primeira queda mensal desde julho.
Notícias da véspera de que a nova equipe econômica estaria considerando aumentar tributos para fechar as contas públicas, bem como rumor envolvendo tributação de dividendos e fim dos juros sobre capital próprio ainda perturbaram agentes nesta sessão.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou a jornalistas em Brasília mais cedo que não apresentou nenhuma proposta envolvendo tributação de remuneração paga por empresas a acionistas, o que trouxe algum alívio ao Ibovespa, mas não tirou o tema do foco.
Departamentos de análise de alguns bancos e corretoras chegaram a enviar a clientes cálculos sobre o efeito em algumas empresas, por exemplo, no caso do fim do juro sobre capital próprio, instrumento que em alguns casos pode gerar pagamento menor de impostos que os dividendos.
Entre eles, o BTG Pactual estimou que, no caso de Ambev o efeito para o lucro em 2015 seria uma queda de 14 por cento. A ação da companhia terminou em baixa de 1,9 por cento nesta terça-feira.
As ações do Itaú e Bradesco chegaram a abandonar as mínimas após a fala de Mantega, mas seguiram no território negativo, em meio a ganhos acumulados ao redor de 30 por cento em 2014, voltando a ampliar as perdas no final.
No fechamento, as preferenciais do Itaú caíram 1,5 por cento, enquanto as do Bradesco perderam 1,7 por cento. A preocupação com os rumores afetou os papéis em razão da política de pagamento regular de dividendos no caso de Itaú e de juros sobre capital próprio do Bradesco. Há também cautela sobre a volta da CPMF.
O ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, que hoje comanda a área de economia do Banco Brasil Plural, avalia não ser muito provável a aprovação de projeto no sentido de tributar dividendos ou extinguir o juro sobre capital próprio.
Em nota a clientes mais cedo, ele disse "esses tributos hostis podem servir como ameaças para induzir o Congresso a aprovar o que o governo pode realmente querer: a ressurreição da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)".
O mercado também seguiu à espera de sessão do Congresso Nacional para análise do projeto que amplia os descontos da meta de superávit deste ano, prevista para começar no fim da tarde.
Ações de exportadores de alimentos como BRF, Marfrig e JBS também sofreram, após dados mais fracos do comércio exterior de novembro conhecidos na véspera, nas exportações de bovinos e de frangos. No caso de BRF, o BofA ML cortou a recomendação para "neutra", citando que a ação oferece pouco espaço de alta do preço-alvo de 70 reais, entre outros fatores, pela expectativa do banco de aceleração no fornecimento global de frango.
Vale e Petrobras em foco
Vale destacou-se no noticiário, em dia de encontro com investidores em Nova York e anúncio de redução dos investimentos em 2015. Também confirmou que avalia oferta pública inicial de ações de fatia da sua unidade de metais básicos.
Os papéis abriram em alta, mas passaram a mostrar volatilidade com a divulgação dos dados e comentários de executivos no evento em Nova York. No fechamento, as preferenciais caíram 2,4 por cento, enquanto os papéis ON recuaram 2,6 por cento. Petrobras também oscilou entre os campos positivo e negativo, em nova sessão de queda do petróleo, com o anúncio de início de produção em poço no Golfo do México e acareação de ex-diretores em Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias na petroleira.
A Fitch ainda afirmou nesta terça-feira que as alegações de escândalos de corrupção na Petrobras podem afetar a qualidade de crédito da companhia, por atingir acesso a mercados de capitais de dívida e multas. A ação preferencial caiu 1,5 por cento e a ordinária recuou 0,96 por cento. Do lado positivo, Cielo subiu 1,6 por cento. A Moody's disse que a joint venture da empresa de meios de pagamentos com o Banco do Brasil será positiva para a avaliação de crédito da Cielo. Fibria valorizou-se 1,34 por cento, após a empresa informar que elevará os preços da celulose em 20 dólares a tonelada a partir de primeiro de janeiro. No embalo, Suzano subiu 1,7 por cento.
São Paulo - A Bovespa encerrou pelo quinto pregão seguido no vermelho nesta terça-feira, com agentes financeiros ainda melindrados por eventuais medidas tributárias do governo federal para equilibrar as contas públicas, com ações de bancos entre as pressões de baixa.
O declínio nos papéis de companhias exportadoras de alimentos, entre elas JBS, também afetou negativamente, enquanto Vale e Petrobras tiveram um dia volátil com noticiário intenso, terminando em queda e ampliando as perdas do Ibovespa no final da sessão.
O principal índice da bolsa paulista que terminou em baixa de 1,27 por cento, a 51.612 pontos. Na mínima, o índice tocou 51.471 pontos. O volume financeiro da sessão somou 6 bilhões de reais.
Nos últimos cinco pregões, o Ibovespa acumulou perda de 7,1 por cento.
Dados disponibilizados pela BM&FBovespa, mostraram que o volume financeiro médio diário transacionado na bolsa somou 6,85 bilhões de reais em novembro, queda de 37 por cento frente a outubro, na primeira queda mensal desde julho.
Notícias da véspera de que a nova equipe econômica estaria considerando aumentar tributos para fechar as contas públicas, bem como rumor envolvendo tributação de dividendos e fim dos juros sobre capital próprio ainda perturbaram agentes nesta sessão.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou a jornalistas em Brasília mais cedo que não apresentou nenhuma proposta envolvendo tributação de remuneração paga por empresas a acionistas, o que trouxe algum alívio ao Ibovespa, mas não tirou o tema do foco.
Departamentos de análise de alguns bancos e corretoras chegaram a enviar a clientes cálculos sobre o efeito em algumas empresas, por exemplo, no caso do fim do juro sobre capital próprio, instrumento que em alguns casos pode gerar pagamento menor de impostos que os dividendos.
Entre eles, o BTG Pactual estimou que, no caso de Ambev o efeito para o lucro em 2015 seria uma queda de 14 por cento. A ação da companhia terminou em baixa de 1,9 por cento nesta terça-feira.
As ações do Itaú e Bradesco chegaram a abandonar as mínimas após a fala de Mantega, mas seguiram no território negativo, em meio a ganhos acumulados ao redor de 30 por cento em 2014, voltando a ampliar as perdas no final.
No fechamento, as preferenciais do Itaú caíram 1,5 por cento, enquanto as do Bradesco perderam 1,7 por cento. A preocupação com os rumores afetou os papéis em razão da política de pagamento regular de dividendos no caso de Itaú e de juros sobre capital próprio do Bradesco. Há também cautela sobre a volta da CPMF.
O ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, que hoje comanda a área de economia do Banco Brasil Plural, avalia não ser muito provável a aprovação de projeto no sentido de tributar dividendos ou extinguir o juro sobre capital próprio.
Em nota a clientes mais cedo, ele disse "esses tributos hostis podem servir como ameaças para induzir o Congresso a aprovar o que o governo pode realmente querer: a ressurreição da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)".
O mercado também seguiu à espera de sessão do Congresso Nacional para análise do projeto que amplia os descontos da meta de superávit deste ano, prevista para começar no fim da tarde.
Ações de exportadores de alimentos como BRF, Marfrig e JBS também sofreram, após dados mais fracos do comércio exterior de novembro conhecidos na véspera, nas exportações de bovinos e de frangos. No caso de BRF, o BofA ML cortou a recomendação para "neutra", citando que a ação oferece pouco espaço de alta do preço-alvo de 70 reais, entre outros fatores, pela expectativa do banco de aceleração no fornecimento global de frango.
Vale e Petrobras em foco
Vale destacou-se no noticiário, em dia de encontro com investidores em Nova York e anúncio de redução dos investimentos em 2015. Também confirmou que avalia oferta pública inicial de ações de fatia da sua unidade de metais básicos.
Os papéis abriram em alta, mas passaram a mostrar volatilidade com a divulgação dos dados e comentários de executivos no evento em Nova York. No fechamento, as preferenciais caíram 2,4 por cento, enquanto os papéis ON recuaram 2,6 por cento. Petrobras também oscilou entre os campos positivo e negativo, em nova sessão de queda do petróleo, com o anúncio de início de produção em poço no Golfo do México e acareação de ex-diretores em Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias na petroleira.
A Fitch ainda afirmou nesta terça-feira que as alegações de escândalos de corrupção na Petrobras podem afetar a qualidade de crédito da companhia, por atingir acesso a mercados de capitais de dívida e multas. A ação preferencial caiu 1,5 por cento e a ordinária recuou 0,96 por cento. Do lado positivo, Cielo subiu 1,6 por cento. A Moody's disse que a joint venture da empresa de meios de pagamentos com o Banco do Brasil será positiva para a avaliação de crédito da Cielo. Fibria valorizou-se 1,34 por cento, após a empresa informar que elevará os preços da celulose em 20 dólares a tonelada a partir de primeiro de janeiro. No embalo, Suzano subiu 1,7 por cento.