Ibovespa cai com incertezas comerciais e piora de Bolsonaro em pesquisa
Às 15:09, o Ibovespa caía 1,67%, a 96.037,66 pontos.
Reuters
Publicado em 26 de agosto de 2019 às 10h29.
Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 15h15.
São Paulo — O Ibovespa perdia o fôlego nesta segunda-feira e engatava a terceira queda seguida, após uma abertura mais positiva, sem trégua na volatilidade, em meio a sinais conflitantes sobre as relações comerciais entre os Estados Unidos e a China, com ações de siderúrgicas entre as maiores quedas.
Às 15:09, o Ibovespa caía 1,67%, a 96.037,66 pontos.
A poucos dias do encerramento de agosto, o Ibovespa caminha para a primeira perda mensal em cinco meses.
Após a China alertar os EUA a pararem ações comerciais "erradas" e o presidente norte-americano, Donald Trump, lamentar no fim de semana não ter elevado ainda mais as tarifas aos produtos chineses, o noticiário trazia um cenário menos bélico nesta segunda-feira.
Nos bastidores da cúpula do G7 em Biarritz, França, Trump disse acreditar que a China quer fazer um acordo comercial, citando que autoridades do gigante asiático entraram em contato com representantes dos EUA durante a noite para dizer que querem voltar à mesa de negociações.
Trump também disse que as negociações comerciais com Pequim estão em uma posição melhor do que nunca e, quando questionado se poderia adiar as tarifas planejadas para os produtos chineses, respondeu que "tudo é possível".
Na última sexta-feira, Trump anunciou que Washington imporia um imposto adicional de 5% sobre os produtos chineses, horas depois de Pequim anunciar suas últimas tarifas retaliatórias sobre cerca de 75 bilhões de dólares em mercadorias dos EUA.
"Idas e vindas na guerra comercial mantêm elevados os níveis extremos de volatilidade global, onde qualquer notícia fora da normalidade gera um grande temor dos investidores", destacou a equipe do BTG Pactual, em nota a clientes enviada pela área de gestão do banco.
Em Wall Street, os principais índices acionários avançavam, mas também abandonando as máximas da sessão, conforme o alívio sobre as relações EUA-China permanece vulnerável.
A pauta doméstica também trouxe pesquisa CNT/MDA, que mostrou piora na avaliação positiva do governo do presidente Jair Bolsonaro, para 29,4%, ante 38,9% na pesquisa anterior. O percentual dos que desaprovam o desempenho pessoal saltou a 53,7% ante 28,2% na pesquisa anterior.
De pano de fundo, a crise externa gerada pelas queimadas na Amazônia continua repercutindo, com o presidente francês, Emmanuel Macron, levando o assunto para a cúpula do G7, que prometeu uma ajuda de pelo menos 20 milhões de euros para combater os incêndios na região.
Destaques
- VALE tinha queda de 1,29%, tendo no radar baixa dos preços do minério na China, com papéis de outras mineradoras e siderúrgicas também em ajuste negativo, como CSN, em desvalorização de 0,95%.
- JBS subia 0,36%, entre os principais suportes, recuperando-se da forte queda da última sexta-feira, de 4,85%, uma vez que permanecem as perspectivas positivas para o setor de proteínas, em meio a problemas com a peste suína africana na China, que têm estimulado a demanda no setor.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN caíam 1,14% e 1,21%, respectivamente, corroborando a piora do Ibovespa, dada a relevante fatia que detêm na composição do índice. BANCO DO BRASIL cedia 1,87%.
- PETROBRAS PN tinha decréscimo de 1,20%, revertendo os ganhos iniciais, apesar da alta do petróleo no exterior, além da notícia de que o grupo formado pela Itaúsa, Copagaz e Nacional Gás Butano apresentou a melhor oferta vinculante para aquisição de sua fatia na Liquigás.
- ITAÚSA PN cedia 0,75%, após confirmar que um grupo do qual participa apresentou a melhor oferta da fase vinculante pela aquisição da Liquigás junto à Petrobras e que, caso concluída a operação, não espera efeitos significativos em seus resultados neste exercício.
- B3 caía 4,11%, pesando no Ibovespa dada a sua participação relevante no índice, engatando a terceira sessão negativa, após fechar perto da máxima histórica na última quarta-feira.
- MRV perdia 4,91%, também ajustando pelo segundo pregão seguido, após valorização na esteira do anúncio pela Caixa Econômica Federal de nova linha de financiamento imobiliário vinculada ao IPCA.
- YDUQS (ex-Estácio) valorizava-se 0,13%, recuperando parte da queda da última sexta-feira, quando fechou em baixa de mais de 5%.