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Goldberg, da Farallon: hora de investir em infraestrutura

Teresa Morrone Onde estão as melhores oportunidades para investir, hoje, no Brasil? O advogado Daniel Goldberg, sócio da Farallon, empresa de gerenciamento de capital, acredita que a melhor opção é apostar na infraestrutura. Em entrevista durante o EXAME Fórum, o especialista falou sobre o otimismo e a cautela dos investidores estrangeiros, das áreas que mais se beneficiam […]

DANIEL GOLDBERG: Advogado vê no setor de infraestrutura melhores oportunidades de investimento / Germano Lüders / EXAME
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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 20h35.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h14.

Teresa Morrone

Onde estão as melhores oportunidades para investir, hoje, no Brasil? O advogado Daniel Goldberg, sócio da Farallon, empresa de gerenciamento de capital, acredita que a melhor opção é apostar na infraestrutura. Em entrevista durante o EXAME Fórum, o especialista falou sobre o otimismo e a cautela dos investidores estrangeiros, das áreas que mais se beneficiam se o Brasil acertar as contas e das oportunidades que devem surgir com o novo plano de privatizações do governo federal.

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O mercado está otimista com o novo governo?

Eu acho que, pós-impeachment, os investidores estrangeiros enxergam o Brasil com um otimismo cauteloso. Otimismo porque as coisas claramente estão na direção correta, mas cauteloso porque a dimensão do desafio fiscal no Brasil hoje é substantiva. As medidas em curso ou anunciadas pelo governo são importantes, mas tem uma agenda de negociação congressual pela frente que não é trivial – e nem sempre o tempo político é o tempo do mercado. Eu acho que, em certa medida, os investidores estrangeiros vão acompanhar o passo a passo dessa negociação.

Existe uma percepção de que a bolsa brasileira já está cara, e a moeda também já passou por um movimento de correção. Quais ativos seriam considerados uma boa oportunidade?

É inegável que uma bolsa que estava em 38.000 pontos em janeiro, com câmbio a 4,10 reais por dólar, e que agora está em 59.000 pontos, com câmbio a 3,20, não está barata. Olhando a média dos últimos 10 anos da bolsa, em termos de múltiplos, era possível comprar ações no Ibovespa por 10 vezes o lucro líquido. Agora, se compra a quase 13 vezes o lucro líquido. Então, não é a oportunidade do século comprar bolsa. Eu acho que a oportunidade agora é apostar nas situações que vão mudar drasticamente se o Brasil acertar o fiscal. É por isso que eu gosto de infraestrutura. Se o Brasil entrar numa trajetória de consertar a solvência de longo prazo das contas fiscais, tudo que está relacionado ao custo de financiamento do próprio governo vai passar por um movimento de readequação dramático.

Quais são as áreas que os investidores estrangeiros têm procurado mais aqui no Brasil?

Do ponto de vista de investimento direto permanente, infraestrutura é uma oportunidade evidente. Acho que a nova rodada de concessões vai ter sucesso e que alguns dos ativos maduros que estão sendo vendidos vão ter demanda maior do que as pessoas imaginam. Acho que essa é a primeira comporta que vai se abrir para o investidor estrangeiro.

Como o senhor enxerga a reação dos investidores ao plano de concessões? Parece um bom plano ou ainda há falhas?

Obviamente, o aprimoramento do marco regulatório é um exercício constante. Os ministros anunciaram até agora mais como uma direção de medidas do que um pacote pronto, porque tem várias medidas que precisam ser detalhadas ainda. Acho que o desenho geral dos leilões está bem feito, mas ainda falta endereçar as concessões que estão pendentes de resolução, sobretudo as do programa de investimento em logística do governo anterior. Elas foram concedidas com base em determinadas pré-condições contratuais que acabaram não se realizando por conta das condições macroeconômicas. Então, o governo atual precisa resolver esses imbróglios para destravar essa agenda de investimentos. Como disse o próprio secretário [do Programa de Parcerias e Investimentos] Moreira Franco, tem um exercício paralelo de lançar um pacote de novas concessões em termos que sejam aceitáveis. Acho que os contornos do novo marco regulatório são muito bons.

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