Gestora do filho de Lemann lança fundo de maconha no Brasil
Gestora de investimentos lançou primeiro fundo do país totalmente voltado para setor de cannabis
Guilherme Guilherme
Publicado em 29 de outubro de 2019 às 16h37.
Última atualização em 29 de outubro de 2019 às 16h59.
Agora será mais fácil investir em empresas que produzem e comercializam maconha e derivados da planta. É isso o que pretende a gestora de investimentos Vitreo com o lançamento do Fundo Canabidiol, o primeiro no Brasil voltado totalmente para o segmento. A gestora foi fundada pelo filho do empresário Jorge Paulo Lemann.
“A ideia é explorar as oportunidades da legalização do uso recreativo e medicinal da cannabis” afirma George Wachsmann, chefe de gestão da Vitreo. Segundo ele, a variedade de produtos derivados da planta é um dos pontos positivos do setor. “Dá para investir pelo lado farmacêutico, pelas bebidas, produção. É bem amplo”, diz.
O portfólio do Canabidiol é composto por ETFs e ações de companhias de cannabis listadas nos mercados americano e canadense. Nos últimos meses, os papéis dessas empresas sofreram desvalorização, o que serviu como estímulo para que o fundo fosse lançado só agora.
“Não consigo afirmar que as ações não vão cair mais. Mas o momento está bom. Se for para comprar alguma coisa, é sempre melhor na promoção”, comentou Wachsmann.
O gestor, no entanto, afirma que a ideia é conseguir retornos no longo prazo e espera faturar com o crescimento das vendas de cannabis no mercado internacional.
A indústria da maconha movimentou 12 bilhões de dólares em 2018. De acordo com relatório da New Frontier Data, a expectativa é que esse número salte para 30 bilhões até 2025 – crescimento de 150% em sete anos. Mas, estimativas mais otimistas, como as da Euromonitor, apontam que esse valor pode chegar a 166 bilhões de dólares.
Como o fundo só investe em ativos estrangeiros, ele só está disponível para investidores qualificados, ou seja, que possuam mais de 1 milhão de reais investidos ou que tenham certificado que comprove conhecimento sobre o mercado financeiro.
Mesmo com a norma que, segundo Wachsmann, dificulta a captação de recursos, ele disse estar satisfeito com o retorno. “Não estávamos esperando uma captação avassaladora. Lançamos hoje (29) e estou bem surpreso com o nível da procura”, afirmou.
Além do risco inerente ao mercado de ações, o fundo também está exposto ao fator câmbio, que pode ter impacto positivo ou negativo para os cotistas.
O Fundo Canabidiol cobra 1,5% ao ano de taxa de administração mais 20% sobre o que exceder o índice S&P 500. O aporte mínimo é de 5 mil reais.