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Ação da Gafisa despenca 10% após venda de Alphaville

A construtora Gafisa fechou acordo para vender 70 % de participação no Alphaville para a Blackstone Real Estate e Pátria Investimentos, por 1,4 bilhão de reais

O acordo em dinheiro avaliou a Alphaville, a unidade mais lucrativa da Gafisa, em 2,01 bilhões de reais (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 16h29.

São Paulo - A construtora Gafisa fechou acordo para vender 70 % de participação em sua unidade de loteamento urbano de alto padrão Alphaville para as companhias de investimentos Blackstone Real Estate e Pátria Investimentos, por 1,4 bilhão de reais.

O acordo em dinheiro avaliou a Alphaville, a unidade mais lucrativa da Gafisa, em 2,01 bilhões de reais. Os recursos da venda ajudarão a construtora a reduzir dívida de 2,485 bilhões de reais apurada ao final do primeiro trimestre e a focar seus esforços nos segmentos Gafisa e Tenda, esta última voltada a imóveis econômicos.

A companhia optou por acertar a venda do controle da Alphaville, em vez de promover uma oferta inicial de ações (IPO), por entender que era "a opção mais adequada em termos de geração de valor para o acionista", disse o vice-presidente financeiro, Andre Bergstein, em entrevista à Reuters.

Apesar disso, ele não descartou eventual possibilidade de Alphaville fazer um IPO no futuro, dado o perfil dos novos sócios, que ao comprarem o controle da Alphaville promoveram o primeiro investimento conjunto da dupla no Brasil.

"Pátria e Blackstone são private equities e têm naturalmente fundos que eles gerem com prazos de investimento e desinvestimento, como qualquer empresa do setor. Sempre na cabeça de um private equity, uma porta de saída possível é um IPO depois de um determinado período", disse Bergstein.

"Isso é uma coisa que eles vão pensar, mas mais para frente, ao longo do tempo. Tem um período de investimento, de valorização que eles entendem e depois haverá uma saída, como qualquer private equity", acrescentou.

O executivo afirmou ainda que Gafisa e os fundos não chegaram a ter discussão aprofundada sobre o IPO da unidade no acordo anunciado nesta sexta-feira.

A Alphaville tinha entrado com pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários no final de março, um primeiro passo em direção a um eventual IPO.


Segundo Bergstein, a participação que a Gafisa terá na empresa de urbanismo "é boa e vemos um upside (valorização) para Alphaville. A gente vai manter 30 % (...) Pátria e Blackstone são ótimos sócios".

Depois de encerrarem na quinta-feira com alta de mais de 5 % e terem avançado quase 5 % na máxima intradiária desta sexta-feira, as ações da Gafisa inverteram o sinal e chegaram a cair mais de 10 % no meio da tarde.

Apesar da venda ser considerada positiva por analistas, ao levantar recursos para reduzir dívida e ainda manter participação de 30 % em uma companhia lucrativa, o preço veio em linha com o esperado pelo mercado, que já estava em grande parte precificado quanto à operação.

"Acreditamos que a transação será mais positiva no longo prazo, uma vez que a empresa poderá destravar valor ao reduzir alavancagem e ampliar lucratividade", afirmaram os analistas Eduardo Silveira e Frederico Mendes, do Espírito Santo Investment Bank, em relatório.

O acordo também permitirá à Gafisa ter dois de seis assentos no Conselho de Administração da Alphaville, que tinha sido comprada pela empresa em 2006.

A expectativa da construtora é que a operação seja concluída no segundo semestre deste ano. O negócio permitirá à Gafisa reduzir a relação dívida líquida sobre patrimônio dos 94 % apurados no primeiro trimestre para 53 %, informou a empresa.

"Quanto o acordo for concluído vamos reduzir a dívida líquida e aumentar nossa posição de caixa (...) Vamos traçar um plano para o uso destes recursos, está claro agora que o objetivo é investimento na Gafisa e Tenda e estamos no caminho certo em ambas as empresas", disse Bergstein.

Ofertas

A venda da Alphaville era assunto de especulações por investidores e analistas há meses. Em abril, uma fonte tinha afirmado à Reuters que a construtora havia recebido três propostas pela unidade.

Segundo a fonte, as ofertas envolveram uma da Hemisfério Sul Investimentos (HSI), uma conjunta entre Equity International --do investidor Sam Zell -- e GP Investments, e outra combinada entre Pátria Investimentos e Blackstone. Na ocasião, o valor atribuído à Alphaville era estimado em cerca de 2 bilhões de reais.

As ofertas pela Alphaville surgiram após a Gafisa anunciar, em setembro passado, que analisaria opções estratégicas para o futuro da controlada, que poderiam envolver abertura de capital ou venda de fatia da companhia, com objetivo de maximizar valor ao acionista.

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São Paulo - A construtora Gafisa fechou acordo para vender 70 % de participação em sua unidade de loteamento urbano de alto padrão Alphaville para as companhias de investimentos Blackstone Real Estate e Pátria Investimentos, por 1,4 bilhão de reais.

O acordo em dinheiro avaliou a Alphaville, a unidade mais lucrativa da Gafisa, em 2,01 bilhões de reais. Os recursos da venda ajudarão a construtora a reduzir dívida de 2,485 bilhões de reais apurada ao final do primeiro trimestre e a focar seus esforços nos segmentos Gafisa e Tenda, esta última voltada a imóveis econômicos.

A companhia optou por acertar a venda do controle da Alphaville, em vez de promover uma oferta inicial de ações (IPO), por entender que era "a opção mais adequada em termos de geração de valor para o acionista", disse o vice-presidente financeiro, Andre Bergstein, em entrevista à Reuters.

Apesar disso, ele não descartou eventual possibilidade de Alphaville fazer um IPO no futuro, dado o perfil dos novos sócios, que ao comprarem o controle da Alphaville promoveram o primeiro investimento conjunto da dupla no Brasil.

"Pátria e Blackstone são private equities e têm naturalmente fundos que eles gerem com prazos de investimento e desinvestimento, como qualquer empresa do setor. Sempre na cabeça de um private equity, uma porta de saída possível é um IPO depois de um determinado período", disse Bergstein.

"Isso é uma coisa que eles vão pensar, mas mais para frente, ao longo do tempo. Tem um período de investimento, de valorização que eles entendem e depois haverá uma saída, como qualquer private equity", acrescentou.

O executivo afirmou ainda que Gafisa e os fundos não chegaram a ter discussão aprofundada sobre o IPO da unidade no acordo anunciado nesta sexta-feira.

A Alphaville tinha entrado com pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários no final de março, um primeiro passo em direção a um eventual IPO.


Segundo Bergstein, a participação que a Gafisa terá na empresa de urbanismo "é boa e vemos um upside (valorização) para Alphaville. A gente vai manter 30 % (...) Pátria e Blackstone são ótimos sócios".

Depois de encerrarem na quinta-feira com alta de mais de 5 % e terem avançado quase 5 % na máxima intradiária desta sexta-feira, as ações da Gafisa inverteram o sinal e chegaram a cair mais de 10 % no meio da tarde.

Apesar da venda ser considerada positiva por analistas, ao levantar recursos para reduzir dívida e ainda manter participação de 30 % em uma companhia lucrativa, o preço veio em linha com o esperado pelo mercado, que já estava em grande parte precificado quanto à operação.

"Acreditamos que a transação será mais positiva no longo prazo, uma vez que a empresa poderá destravar valor ao reduzir alavancagem e ampliar lucratividade", afirmaram os analistas Eduardo Silveira e Frederico Mendes, do Espírito Santo Investment Bank, em relatório.

O acordo também permitirá à Gafisa ter dois de seis assentos no Conselho de Administração da Alphaville, que tinha sido comprada pela empresa em 2006.

A expectativa da construtora é que a operação seja concluída no segundo semestre deste ano. O negócio permitirá à Gafisa reduzir a relação dívida líquida sobre patrimônio dos 94 % apurados no primeiro trimestre para 53 %, informou a empresa.

"Quanto o acordo for concluído vamos reduzir a dívida líquida e aumentar nossa posição de caixa (...) Vamos traçar um plano para o uso destes recursos, está claro agora que o objetivo é investimento na Gafisa e Tenda e estamos no caminho certo em ambas as empresas", disse Bergstein.

Ofertas

A venda da Alphaville era assunto de especulações por investidores e analistas há meses. Em abril, uma fonte tinha afirmado à Reuters que a construtora havia recebido três propostas pela unidade.

Segundo a fonte, as ofertas envolveram uma da Hemisfério Sul Investimentos (HSI), uma conjunta entre Equity International --do investidor Sam Zell -- e GP Investments, e outra combinada entre Pátria Investimentos e Blackstone. Na ocasião, o valor atribuído à Alphaville era estimado em cerca de 2 bilhões de reais.

As ofertas pela Alphaville surgiram após a Gafisa anunciar, em setembro passado, que analisaria opções estratégicas para o futuro da controlada, que poderiam envolver abertura de capital ou venda de fatia da companhia, com objetivo de maximizar valor ao acionista.

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