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Fusões no Brasil disparam 76,1% e batem recorde em 2010

Energia, matérias-primas e telefonia lideraram no país Emergentes tiveram recorde de 33% das operações globais Brasil terá outro ano forte no setor,dizem especialistas Serviços e varejo devem ser destaques em 2011 Por Aluísio Alves SÃO PAULO, 4 de janeiro (Reuters) - A atividade em fusões corporativas disparou em 2010 no Brasil, que ao lado da […]

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 15h27.

  • Brasil terá outro ano forte no setor,dizem especialistas

  • Veja também

  • Serviços e varejo devem ser destaques em 2011

  • Por Aluísio Alves

    SÃO PAULO, 4 de janeiro (Reuters) - A atividade em fusões
    corporativas disparou em 2010 no Brasil, que ao lado da China,
    levou o mundo emergente a responder por um terço do movimento
    global do setor no período, um recorde.

    Segundo um levantamento da Thomson Reuters, as operações
    anunciadas envolvendo empresas do país movimentaram 120,6
    bilhões de dólares no ano passado, um salto de 76,1 por cento.

    O setor de energia liderou, com destaque para a compra de
    40 por cento dos ativos da Repsol no Brasil pela
    chinesa Sinopec, e a criação de uma joint venture reunindo
    parte dos ativos da anglo-holandesa Shell e da Cosan
    . Matérias-primas e telefonia ficaram em segundo e
    terceiro, respectivamente.

    Para especialistas, por ser forte nas áreas de energia
    (petróleo e etanol) e em metais, alguns dos segmentos mais
    ativos em fusões no mundo, e ter a perspectiva de elevado
    crescimento econômico nos próximos anos, o Brasil seguirá como
    um dos países mais ativos nesse mercado em 2011.

    "Essa combinação está atraindo a atenção de toda espécie
    de investidor", diz Marco Gonçalves, chefe da área de fusões e
    aquisições do BTG Pactual, o líder do setor no Brasil.

    Segundo os banqueiros, mais do que o recordes de 2010, o
    que mais chama a atenção nos números é a mudança de perfil
    desse mercado no país, com participação de mais setores, com
    valor médio por operação menor. Em 2010, foram 693 transações
    anunciadas, um crescimento anual de 37,5 por cento.

    A avaliação é de que isso revela o amadurecimento do setor
    de fusões no Brasil, porque aponta a consolidação em vários
    setores da economia, como os ligados a serviços e a consumo.

    "Mais de 100 empresas que abriram capital no Brasil nos
    últimos anos estão bem posicionadas para crescer", disse Luiz
    Octavio Lopes, chefe da área de fusões e aquisições do Credit
    Suisse.

    Outra face dessa maturação, dizem, é a diversificação das
    fontes de recursos para financiar as transações. Foi o caso de
    Hypermarcas , Dasa e Cetip , que
    fizeram operações bilionárias usando troca de ações

    EMERGENTES

    Os demais membros do Bric, China (189,7 bilhões de
    dólares), Rússia (97,3 bilhões) e Índia (70,1 bilhões),
    completaram o time dos mercados que lideraram o crescimento de
    76,2 por cento nos mercados emergentes, que somou 806,3 bilhões
    de dólares.

    A farta oferta de crédito e o volume recorde de dinheiro no
    caixa das empresas explicam o movimento, dizem especialistas,
    tendência acirrada por corporações globais que, carentes de
    crescimento acelerado para compensar o fraco desempenho nas
    cambaleantes economias desenvolvidas, alvejaram os grandes
    mercados emergentes.

    E a expectativa de que os mercados em desenvolvimento sigam
    crescendo em ritmo superior à média global nos próximos anos
    deve levar os volumes das fusões nesses países a novos recordes
    em 2011, afirmam banqueiros.

    Em nivel global, as fusões movimentaram 2,43 trilhões de
    dólares, crescimento anual de 22,9 por cento e o maior nível
    desde 2008. Essa expansão teve entre os patrocinadores os
    fundos de private equity, que movimentaram 89,2 por cento a
    mais em fusões no ano passado do que em 2009.

    (Reportagem de Aluísio Alves; edição de Alexandre Caverni)

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