Exame Logo

Fundo do Safra é um dos maiores perdedores na crise de Temer

Os fundos dos bancos foram os maiores perdedores do setor com o impacto gerado na Bolsa após a explosão de denúncias contra Temer

Safra: na semana passada, o Ibovespa teve a maior queda desde outubro de 2008 (Victor J. Blue/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2017 às 13h32.

Última atualização em 23 de maio de 2017 às 14h37.

Um fundo de hedge gerido pelo Banco Safra , do bilionário Joseph Safra, e um fundo de ações administrado por uma unidade do banco de investimento Brasil Plural foram os maiores perdedores do setor quando R$ 215 bilhões (US$ 65 bilhões) foram eliminados da Bolsa de Valores de São Paulo em um único dia na semana passada.

O Saturno FI Multimercado, hedge fund administrado por uma divisão do Banco Safra, e o Geração Futuro L. Par FIA, fundo de ações administrado por uma unidade do Plural, perderam cerca de 13 por cento na quinta-feira, segundo dados preliminares compilados pela Bloomberg, após relatos de que o presidente Michel Temer aprovou subornos para o parlamentar que orquestrou o impeachment de sua antecessora. O Ibovespa caiu 8,8 por cento.

Veja também

O Saturno, que apostava na queda das taxas de juros, foi atingido quando os futuros das taxas subiram diante da bomba política. O Geração caiu seguindo a queda das ações que detém no Banco do Brasil e na Eletrobras.

O Ibovespa teve a maior queda desde outubro de 2008. O índice recuperou 1,7 por cento na sexta-feira, mas ainda assim liderou as perdas entre os maiores mercados de ações do mundo na semana passada devido à preocupação de que a crise poderia afetar a agenda de Temer, elaborada para tirar a maior economia da América Latina de sua recessão mais profunda na história.

Joseph Safra, fundador do Banco Safra, que tem sede em São Paulo, perdeu mais de US$ 1 bilhão de sua fortuna pessoal na quinta-feira, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

O pânico atingiu o mercado de futuros de taxas de juros naquele dia, quando os investidores alavancados correram para fechar posições e os contratos de longo prazo ficaram presos em níveis de circuit-breaker quase todo o pregão.

O contrato mais líquido, que termina em janeiro de 2021, subiu 180 pontos-base e, após um início de dia volátil, caiu apenas 26 pontos-base na sexta-feira, quando o volume negociado atingiu um recorde de 224.849 contratos.

Cerca de 97 por cento dos ativos do Saturno são títulos prefixados, conhecidos como LTNs, segundo dados compilados pela Bloomberg. O fundo de ações Geração tem quase um terço de seus ativos investido em ações do Banco do Brasil, que caíram 20 por cento na quinta-feira. Cerca de 13 por cento dos ativos do fundo estão em ações da Eletrobras, que caíram 17 por cento.

O terceiro pior desempenho foi do Ibiuna Hedge ST Master FI Multimercado, administrado pela gestora de ativos independente Ibiuna Investimentos, que perdeu 12 por cento apostando na queda das taxas de juros reais. O fundo investe principalmente em títulos ligados à inflação do Brasil, chamados NTN-B.

“O fundo é voltado a investidores que têm tolerância à alta volatilidade e que têm um horizonte de investimento de longo prazo”, disse Caio Santos, sócio do Ibiuna responsável por relações com investidores e produtos, em entrevista por telefone.

Funcionários que representam o Safra e o Geração não responderam e-mails para comentar a queda da semana passada.

O lendário investidor Luis Stuhlberger também registrou prejuízos no dia, e seu hedge fund Verde Master FI Multimercado, de R$ 13,2 bilhões, caiu 2,8 por cento, maior declínio desde 2008, segundo os dados compilados. A Verde Asset Management, apoiada pelo Credit Suisse Group, preferiu não comentar.

Este conteúdo foi originalmente publicado na Bloomberg.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3Banco SafraBancosbolsas-de-valoresBrasil PluralCrise políticaMercado financeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame