Mercados

Facebook enfrenta semana crucial depois de estreia modesta

Os papéis podem enfrentar dificuldades esta semana se o Morgan Stanley, um dos bancos organizadores da emissão, deixar de apoiá-los

O Morgan Stanley, um dos bancos organizadores da emissão, interveio em apoio à ação do Facebook quando a companhia caiu em direção aos US$ 38 (Reuters)

O Morgan Stanley, um dos bancos organizadores da emissão, interveio em apoio à ação do Facebook quando a companhia caiu em direção aos US$ 38 (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2012 às 11h58.

Nova York - As ações que o Facebook acaba de colocar no mercado podem enfrentar dificuldades esta semana se o Morgan Stanley, um dos bancos organizadores da emissão, deixar de apoiá-las e os administradores de investimentos que estavam esperando por uma alta inicial antes de decidir comprar optarem por não entrar no mercado.

O Facebook na sexta-feira vendeu 421 milhões de ações, em uma transação que estabeleceu valor de mercado superior a 100 bilhões de dólares para a companhia. Mas os investidores, que antecipavam um salto de preços no primeiro dia na verdade viram fechamento com apenas 0,6 por cento de alta ante o valor de 38,23 dólares por ação da oferta pública inicial.

O Morgan Stanley, um dos bancos organizadores da emissão, interveio em apoio à ação do Facebook quando a companhia caiu em direção aos 38 dólares, pouco depois da abertura do mercado, disse uma fonte conhecedora da situação à Reuters. As ações passaram boa parte dos 60 minutos finais de operações da sexta-feira sendo negociadas perto do valor inicial; observadores estavam à espera de uma queda para 37,99 dólares ou menos, o que não aconteceu.

Mas o banco não manterá seu apoio à ação por prazo indefinido, disseram analistas, e quando seu poderio de fogo estiver ausente, os fundos que adquiriram ações como parte da oferta inicial com a esperança de uma alta imediata podem decidir abandoná-las.

Os bancos que subscrevem uma emissão na prática operam a descoberto com esses papéis -vendem no mercado ações que não possuem. Se as ações enfrentam problemas, como no caso do Facebook, o banco subscritor adquire mais ações ao preço de oferta inicial.

Caso o Morgan Stanley tivesse adquirido todas as ações à venda por cerca de 38 dólares nos 20 minutos finais do pregão, teria gasto quase dois bilhões de dólares. A porção de ações que o banco se reservou como forma de apoiar o Facebook em sua oferta inicial é de 63 milhões de ações. A 38 dólares por ação, isso equivale a 2,4 bilhões de dólares que o banco tem reservados para a operação.

Em uma oferta pública inicial na qual a ação sobe significativamente, o banco subscritor em geral adquire sua cota de ações nos dias posteriores à abertura, propiciando alta adicional à companhia. Se o Morgan Stanley comprou 2,4 bilhões de dólares em ações a descoberto para sustentar o preço, o Facebook deixará de arrecadar esse valor adicional ao da oferta pública.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookInternetIPOsMercado financeiroOfertas de açõesRedes sociais

Mais de Mercados

Executivos do mercado financeiro investem em educação e transforam a vida de jovens de baixa renda

Dólar sobe para R$ 6,19 com indefinição sobre emendas parlamentares

Megafusão de Honda e Nissan: um 'casamento' de conveniência sob intensa pressão

Ibovespa fecha penúltimo pregão em baixa e cai 1,5% na semana; dólar sobe 2%