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Executivo do Goldman acusado de fraude foi alertado sobre CDOs

Tourre teria sido avisado pelo chefe da mesa de negociações de seu departamento que a CDO não tinha bom desempenho

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Nova York - O executivo do Goldman Sachs acusado de ter feito declarações enganosas sobre investimentos em ativos tóxicos, Fabrice Tourre, tinha consciência de problemas que poderiam dificultar a comercialização desses ativos, de acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC) - a CVM dos EUA.

Segundo a agência, Tourre foi o principal responsável por estruturar e vender um produto do Goldman Sachs chamado ABACUS 2007-AC1, que consistia numa obrigação de dívida colateralizada (CDO) atrelada a hipotecas residenciais do segmento subprime. O produto foi comercializado pelo Goldman no início de 2007, quando os títulos relacionados ao mercado imobiliário norte-americano estavam começando a mostrar sinais de problemas.

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Tourre teria sido alertado via e-mail pelo chefe da mesa de negociações de seu departamento que a CDO não estava apresentando um bom desempenho por um e-mail enviado em 11 de fevereiro de 2007. A mensagem dizia que "o negócio com CDO está morto e não temos muito tempo sobrando", de acordo com a SEC.

O executivo também demonstrou conhecimento a respeito do potencial colapso do mercado de CDOs em um e-mail enviado a um amigo alguns dias antes, em 23 de janeiro de 2007, segundo a agência. "Mais e mais alavancagem no sistema. A casa está prestes a cair a qualquer momento agora. O único potencial sobrevivente, o fabuloso Fab(rice Tourre), está no meio de todas essas negociações complexas, altamente alavancadas e exóticas que ele criou sem necessariamente entender todas as implicações dessas monstruosidades".

A SEC também afirma que o Goldman Sachs e Tourre sabiam que seria difícil vender o ABACUS 2007-AC1 se os investidores soubessem que o fundo de hedge Paulson & Co. - que encomendou a CDO ao Goldman Sachs - desempenhava um papel significativo na escolha dos ativos que integrariam a carteira, porque esse fundo havia apostado contra o produto.

Diante disso, segundo a agência, o Goldman Sachs pediu à ACA Management - uma companhia de Nova York que analisa o risco do crédito - para que atuasse como "agente de seleção do portfólio". A ACA questionou o papel do Paulson & Co. na operação, mas eventualmente aceitou a função e, num memorando, identificou o fundo de hedge como um investidor que compraria parte da CDO.

A SEC afirma que Tourre "sabia, ou foi negligente por não saber", que a ACA foi induzida a crer que o fundo de hedge Paulson estava assumindo posições compradas na CDO.

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