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Fuga de estrangeiros não deve ameaçar emergentes, diz EXAME Gavekal

Investidores temem que o aumento dos rendimentos dos títulos dos EUA possa desencadear uma fuga de capital das economias emergentes

EUA: títulos de dez anos do tesouro dos EUA subiram 38 pontos-base, ou 0,38 ponto percewntual, nas últimas quatro semanas (Brendan Mcdermid/Reuters)
JP

Juliano Passaro

Publicado em 3 de março de 2021 às 06h10.

Os rendimentos dos títulos de dez anos do Tesouro dos Estados Unidos têm subido constantemente nas últimas quatro semanas. Dessa forma, muitos investidores passaram a repensar os investimentos em ativos de mercados emergentes.

Mas, de acordo com o analista sênior de mercados emergentes da Gavekal Research, Udith Sikand, e o analista de desenvolvimento macroeconômico e estratégias de investimentos da Ásia, Vincent Tsui, o aumento dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos não deve, necessariamente, representar uma ameaça aos mercados emergentes.

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Em relatório da EXAME Gavekal Research , a parceria entre as duas casas de análise, Sikand e Tsui afirmam que há razões sólidas para pensar que desta vez pode ser diferente, pelo menos para alguns mercados emergentes. É uma referência a eventos da década de 1990 que resultaram em fuga de capital, como as crises do México e a da Rússia.

Segundo os dois especialistas, o medo dos investidores está relacionado com a possibilidade de o aumento dos rendimentos dos títulos americanos desencadear uma fuga de capital dos emergentes. Isso poderia pressionar as moedas desses países e gerar quedas nos preços dos ativos locais, o que iria acelerar mais as saídas de capital.

Os analistas da Gavekal Research listaram algumas razões para reforçar a tese de que rendimentos mais altos nos títulos dos EUA não afetarão os mercados emergentes:

Com isso, poderá haver um impulso nas exportações dos mercados emergentes e também um apoio à recuperação na demanda doméstica desses mercados, dada a forte correlação entre o ciclo de exportação e os ciclos de investimento domésticos.

"Isso indica que existe o risco de que um aumento contínuo nos rendimentos dos títulos americanos possa levar a reações 'não convencionais', à medida que os legisladores cedem à tentação de dobrar as medidas de flexibilização quantitativa a que alguns recorreram no ano passado", pontuaram os analistas da Gavekal Research .

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