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Europa fecha em leve queda após dados dos EUA

Por Álvaro Campos Londres - As principais Bolsas europeias conseguiram reduzir as perdas registradas durante a sessão e fecharam em leve queda. A divulgação de um crescimento nas vendas de imóveis residenciais usados nos EUA compensou, em parte, os receios sobre a situação financeira da Irlanda e a desaceleração no crescimento da zona do euro. […]

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2010 às 11h31.

Por Álvaro Campos

Londres - As principais Bolsas europeias conseguiram reduzir as perdas registradas durante a sessão e fecharam em leve queda. A divulgação de um crescimento nas vendas de imóveis residenciais usados nos EUA compensou, em parte, os receios sobre a situação financeira da Irlanda e a desaceleração no crescimento da zona do euro. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,12 ponto (0,05%) e fechou em 261,07 pontos, depois de atingir a mínima intraday de 258,14 pontos.

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De acordo com a Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA (NAR), as vendas de imóveis residenciais usados cresceram 7,6% em agosto, para a taxa anualizada de 4,13 milhões de unidades, superando as estimativas dos analistas. Entretanto, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que o número de pedidos de auxílio-desemprego teve um crescimento de 18 mil na semana passada, quando os economistas esperavam um aumento menor, de 3 mil pedidos.

O que também pesou sobre o sentimento do mercado na Europa foi o crescimento menor do que o esperado da produção na região. O índice composto dos gerentes de compra (PMI) da zona do euro caiu para 53,8 em setembro, a mínima em sete meses. "Essa queda do PMI em setembro é o sinal mais forte de que a recuperação da zona do euro está perdendo força rapidamente e que partes da região podem já ter voltado para uma recessão", disse o economista Bob May, da Capital Economics.

A Irlanda divulgou que seu PIB teve uma queda de 1,2% no segundo trimestre, comparado com o trimestre anterior. "Há uma incômoda realidade que ninguém está preparado para encarar, porque eles não querem ficar decepcionados", disse Stephen Pope, sócio da Spotlight Ideas. O custo para assegurar os bônus dos governos da periferia da zona do euro contra defaults (calotes) continuou a subir hoje. O spread dos swaps de default de crédito (CDS) para os bônus de 5 anos da Irlanda subiu para 483,3 pontos-base, de 464,2 pontos-base ontem. Os spreads dos CDS de Portugal, Itália e Espanha também aumentaram.

O índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, fechou em queda de 4,83 pontos (0,09%), em 5.547,08 pontos, bem acima da mínima de 5.471,69 pontos. "A ameaça de outra recessão é real, e com o crescimento em vários países europeus voltando para o negativo, a probabilidade de defaults soberanos também aumenta", disse Angus Campbell, da Capital Spreads. Segundo ele, com o fim do terceiro trimestre se aproximando, muitos investidores podem estar procurando realizar lucros.

Os papéis da Essar Energy fecharam em queda de 1,46%. O banco Lloyds caiu 1,00%. A farmacêutica Glaxo Smith Kline teve queda de 1,02%, em meio a receios sobre a decisão da União Europeia e da Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA) em relação ao remédio para diabetes Avandia. A mineradora Randgold Resources subiu 1,08%, mas o restante do setor não teve um desempenho tão positivo (Anglo American -0,37%, Kazakhmys -0,90%).

Na Bolsa de Frankfurt, o índice Xetra DAX fechou em queda de 23,62 pontos (0,38%), em 6.184,71 pontos. "A pressão para vender já existia. O dado de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA foi usado apenas como pretexto", comentou um operador, destacando o sentimento negativo predominante. As ações da Lufthansa perderam 2,02%. A Volkswagen teve queda de 2,24%. A siderúrgica ThyssenKrupp recuou 2,24%. A Infineon, do setor de tecnologia, registrou retração de 1,81%. Na mão contrária, a Metro fechou em alta de 2,89%, depois de uma associação do setor de comércio varejista dizer que o setor deve ter um desempenho melhor este ano, em comparação com 2009.

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, fechou em queda de 24,44 pontos (0,65%), em 3.710,61 pontos. O setor bancário teve um desempenho ruim (BNP Paribas -2,50%, Crédit Agricole -1,89%, Société Générale -1,69% e Natixis -3,40%). A EADS teve queda de 2,06%, prejudicada pelo fortalecimento do euro e o impacto que isso pode ter em seus lucros. Esse fator ofuscou o anúncio de que a Lufthansa vai encomendar 40 aeronaves (com um valor total estimado em US$ 4,3 bilhões) da sua unidade Airbus.

Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em queda de 53,70 pontos (0,51%), em 10.501,50 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, recuou 102,50 pontos (0,50%) e fechou em 20.262,80 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 caiu 10,62 pontos (0,14%) e fechou em 7.382,21 pontos. As informações são da Dow Jones.

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