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Euro tem queda forte após leilão fraco de bônus alemães

O euro chegou a cair mais de 1% frente ao dólar, para a mínima intradia de US$ 1,3320

O Tesouro alemão ofereceu 6 bilhões de euros em bônus para janeiro de 2022, mas vendeu apenas 3,64 bilhões de euros (AFP/DPA/Arquivo / Frank Rumpenhorst)

O Tesouro alemão ofereceu 6 bilhões de euros em bônus para janeiro de 2022, mas vendeu apenas 3,64 bilhões de euros (AFP/DPA/Arquivo / Frank Rumpenhorst)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 22h14.

Nova York - O euro caiu diante das principais moedas, depois de traders do mercado de câmbio verem uma erosão na confiança na Alemanha, um dos poucos membros da zona do euro que pareciam imunes à crise da dívida. O euro chegou a cair mais de 1% frente ao dólar, para a mínima intradia de US$ 1,3320.

O Tesouro alemão ofereceu 6 bilhões de euros em bônus para janeiro de 2022, mas vendeu apenas 3,64 bilhões de euros, e o Bundesbank reteve os restantes 2,356 bilhões de euros. O resultado do leilão sugere que a crise pode ter atingido um ponto de esgotamento da confiança no próprio projeto de moeda única europeia, inclusive em sua maior economia.

Caso os mercados comecem a rejeitar bônus alemães, isso pode ser um sinal de que os investidores estão abandonando a Europa toda, e não apenas alguns países em dificuldades. As taxas de retorno dos bônus alemães vinham caindo de forma estável, à medida que o país era visto como um pilar de estabilidade, enquanto outros integrantes da zona do euro lidavam com níveis elevados de endividamento.

Pela primeira vez desde outubro, o juro dos Bunds de 10 anos subiu acima de 2%; no fechamento dos mercados de ações europeus, o yield do Bund de 10 anos estava em 2,07%, com alta de 16 pontos-base em relação a ontem.


Nesta sexta, a Itália vai leiloar 8 bilhões de euros em notas de 6 meses, o que poderá ter impacto negativo para o euro; hoje, o juro dos bônus de 10 anos da Itália chegou ao fim do dia a 6,943%, perigosamente perto do nível de 7% no qual outros países da zona do euro se viram obrigados a aceitar ajuda financeira. Economistas avaliam que yields acima de 4,5% são altos demais para a Itália sustentar adequadamente sua dívida para 2012, criando problemas de solvência para o país.

Entre os fatores de pressão sobre o euro também estão sinais de retração no setor industrial da China (com a queda forte no índice de atividade PMI do HSBC, na leitura preliminar de novembro) e a revisão para baixo do PIB dos EUA no terceiro trimestre.

Um sinal de estresse no crédito interbancário foi o indicador que mede o custo de trocar euros por dólares; ele ampliou-se para -138 pontos-base, de -132 pontos-base ontem, ficando no nível mais alto desde o auge da crise financeira, em dezembro de 2008.

Segundo o estrategista Joe Abate, da Barclays Capital, se o medidor do custo de swap alcançar -150 pontos-base, será melhor para os bancos que precisarem de dólares recorrer ao Banco Central Europeu (BCE), embora isso possa afetar sua reputação.

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