Euforia da Previdência fica para trás e Ibovespa zera ganhos da semana
Dólar encerrou cotado a R$ 3,73, com a cautela pesando diante de indefinições sobre segundo turno
Tais Laporta
Publicado em 12 de julho de 2019 às 17h44.
Última atualização em 12 de julho de 2019 às 18h27.
São Paulo - A onda otimista que antecedeu a votação da reforma da Previdência na Câmara não durou até o fim da semana. O principal índice da ações da B3 voltou abaixo dos 104 mil pontos, em mais um dia de realização de lucros. Também pesou o pessimismo diante da chance de que a votação em segundo turno fique para agosto, após o recesso parlamentar.
O Ibovespa caiu 1,18%, a 103.905 pontos nesta sexta, puxado pela forte queda do setor bancário. Com isso, o indicador acumulou uma desvalorização de 1,80% nas últimas duas sessões. Na semana, o índice recuou 0,17%.
Já o dólar fechou em queda nesta sexta, no menor nível em cinco meses, com o mercado atento à definição sobre o cronograma de votação da proposta de reforma da Previdência na Câmara. A moeda recuou 0,33%, a 3,7393 reais na venda, menor valor de fechamento desde o dia 27 de fevereiro. Na mínima do dia, a cotação chegou a 3,7304 reais e, na máxima, tocou 3,7643 reais.
Incerteza sobre data do 2º turno pesou
Parlamentares que acompanhavam de perto as negociações sobre a proposta avaliaram que a votação do primeiro turno da reforma da Previdência tem chances de não ser concluída ainda nesta sexta-feira, apesar dos esforços do presidente da Câmara, Rodrigo Maia . Mais cedo, ele disse que não adianta correr, colocando em risco a aprovação em segundo turno, indicando que a conclusão na Casa pode ficar para agosto.
O governo ainda enfrenta dificuldade para articular os deputados favoráveis à reforma e garantir o quórum em plenário, justamente em um momento em que serão analisadas emendas com grande potencial de desidratar a reforma.
"Estamos próximos da conclusão do processo e até semana que vem dá para encerrar o primeiro turno, vai ficar a dúvida se o segundo turno acontece até quarta-feira ou não", afirmou à Reuters o economista-chefe do Haitong Brazil, Flávio Serrano.
Destaques do dia
A varejista AMBEV ON caiu 2,62%. A controladora Anheuser-Busch InBev disse que não dará continuidade à oferta inicial de ações de sua unidade Ásia Pacífico na bolsa de Hong Kong, que seria o maior IPO de 2019.
O dia foi negativo para os bancos. BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO perderam 1,86% e BANCO DO BRASIL ON caiu 2,26%.
As ações PETROBRAS PN e PETROBRAS ON ganharam 0,46% e 0,64%, respectivamente. A empresa avalia deixar um programa da bolsa paulista B3 criado para atestar esforços de empresas estatais do país que buscam melhorar a governança, segundo fontes.
A rede de varejo MAGAZINE LUIZA subiu 0,55%, após o conselho de administração da varejista aprovar proposta de desdobramento de suas ações, na proporção de 1 para 8 ações da mesma espécie. A matéria agora será enviada para votação em assembleia geral extraordinária (AGE) da companhia.
A produtora de carnes BRF recuou 1,12% e MARFRIG fechou estável, após o encerramento das negociações para uma possível fusão de cerca de 30 bilhões de reais que criaria um dos maiores grupos de carnes do mundo, pouco mais de um mês após o início das conversas.
A siderúrgica CSN recuou 0,64%, após anúncio de expansão de um contrato de fornecimento de longo prazo de minério de ferro com a Glencore, transação que envolve pré-pagamento de 250 milhões de dólares.
Fora do índice, MOVIDA cedeu 2,95%, após anunciar a intenção de fazer oferta pública subsequente primária e secundária de ações. Segundo o Estadão, o follow on será de 500 milhões de reais. A rival LOCALIZA perdeu 1,99%.