Os investidores estrangeiros detêm agora o recorde de 13,4% da dívida interna (Marcelo Calenda/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2012 às 08h15.
Brasília/São Paulo - Os títulos da dívida pública doméstica nunca foram tão populares entre estrangeiros. Mesmo com a taxação maior e após 10 cortes de juros, os papéis brasileiros mantêm sua atratividade por ainda oferecerem o maior rendimento entre títulos de mercados emergentes.
A participação de estrangeiros na dívida doméstica do governo subiu 20 por cento este ano, para R$ 243,7 bilhões até o fim de setembro, segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados em 22 de outubro. Os investidores estrangeiros detêm agora o recorde de 13,4 por cento da dívida interna, um nível recorde, em comparação a 11,3 por cento um ano atrás.
Os juros brasileiros tiveram a maior queda do Grupo dos 20 e o governo adotou em 2010 a alíquota de 6 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras para a compra de títulos locais por estrangeiros. Apesar disso, investidores de renda fixa estão inundando o mercado local em busca de rentabilidade, já que o juro americano vai entrar no quinto ano seguido perto de zero. As Notas do Tesouro Nacional série F com vencimento em 10 anos rendem 9,1 por cento, a maior taxa paga entre os principais mercados emergentes, e 3,47 pontos percentuais acima da média, de acordo com dados do JPMorgan Chase & Co.
“Há poucos países pagando os juros que o Brasil paga com o risco relativamente baixo que o Brasil tem”, disse Luciano Sobral, que administra US$ 200 milhões como sócio da Fram Capital em São Paulo, em entrevista por telefone. “A tendência é o investimento de longo prazo migrar para o Brasil em maiores volumes.”