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Esqueça IPOs para 2013, dizem analistas

Após desistências de Azul e Votorantim Cimentos, mercado conclui que janela de oportunidades para IPOs neste ano já passou

Bovespa no IPO da BB Seguridade: Fed, inflação e crescimento moderado da economia compõe cenário desanimador (Gustavo Kahil/ EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 14h09.

São Paulo - Nessa semana a Azul desistiu de sua oferta pública inicial de ações ( IPO , na sigla em inglês). A empresa firmou que mantém a intenção de abrir capital, mas não agora, devido a “condições macroeconômicas desfavoráveis”. Recentemente, a Votorantim Cimentos também decidiu suspender seus planos de realizar uma oferta inicial de ações na Bovespa . O motivo, novamente, a deterioração das condições do mercado. O cenário não parece ser dos mais animadores para quem quer captar recursos na bolsa .

A janela de oportunidades para a realização de captações que existiu no começo do ano se fechou, segundo Marcelo Torto, analista da Ativa Corretora. Enquanto no começo do ano o cenário havia melhorado, mesmo que pouco, nos EUA e Europa, agora o mercado aguarda ansiosamente a redução de estímulos por parte do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, e vê a economia doméstica em um momento difícil - com inflação pressionando, constantes revisões para baixo do PIB e câmbio mudando de patamar.

“2013 não é um bom momento para realizar captações, especialmente IPOs”, segundo Torto. “Caso uma empresa decidisse entrar no mercado hoje, possivelmente entraria com captação muito barata e precisaria aumentar muito a diluição de ações para poder captar o montante esperado incialmente”, afirmou. Para Marcelo Torto, o ideal seria que as empresas esperassem os investidores assimilarem um novo padrão de politica do Fed.

O Santander também não está muito animado com o mercado. Em agosto, a Santander Corretora derrubou em 27% sua meta para o Ibovespa para o final ano, de 71.000 pontos para 52.000 pontos. Para o banco, a aceleração do crescimento econômico está levando mais tempo para acontecer.

“Não me surpreenderia com mais cancelamentos”, disse Daniel Noronha, analista da XP Investimentos. Para o analista, para uma empresa anunciar IPO nesse ano ela precisa estar muito convicta do negócio e ser bastante agressiva – ou então estar precisando muito de recursos. Em condições desfavoráveis, a empresa corre o rico de ter uma demanda fraca na captação. “Em IPO, o timing é crucial, ele pode fazer a captação passar de 1 bilhão para 500 milhões”, afirmou.

O BNDES, por exemplo, já anunciou que vai esperar até o segundo trimestre do próximo ano, quando prevê condições de mercado mais favoráveis, para dar andamento ao plano de realizar dois IPOs de empresas de sua carteira. "Já existem pelo menos duas empresas da carteira prontas para IPO, mas é necessário conjuntura melhor", disse Luiz Souto, superintendente da área de capital empreendedor do BNDES.


Marcelo Torto acredita que as empresas podem adiar seus planos de abrir capital para 2014. Se a necessidade de capital da empresa for muito grande, pode ser que a companhia opte por realizar uma captação mais no final do ano, quando o Fed começar a reduzir os estímulos e o mercado tiver uma visão melhor do cenário. “Mas ainda não será o momento ideal, o ideal mesmo seria aguardar o desfecho do Fed e uma retomada da economia aqui no Brasil”, afirmou.

Nesse ano, a BB Seguridade realizou uma das maiores operações da história da BM&FBovespa, movimentando um total de 11,475 bilhões de reais. Mas, além do setor despertar interesse, o momento era outro, segundo Torto. “No momento atual, não esperamos que estrangeiros entrem com tanta força num IPO do Brasil e o BB Seguridades teve apelo para estrangeiros”, afirmou.

Mesmo com a perspectiva ruim para o segundo semestre, só pela primeira metade do ano, 2013 deve ser melhor que 2012, segundo Torto. Neste ano, cinco empresas estrearam na Bovespa, ante duas em 2012.

Leia também: O que esperar das empresas que fizeram IPOs em 2013

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São Paulo - Nessa semana a Azul desistiu de sua oferta pública inicial de ações ( IPO , na sigla em inglês). A empresa firmou que mantém a intenção de abrir capital, mas não agora, devido a “condições macroeconômicas desfavoráveis”. Recentemente, a Votorantim Cimentos também decidiu suspender seus planos de realizar uma oferta inicial de ações na Bovespa . O motivo, novamente, a deterioração das condições do mercado. O cenário não parece ser dos mais animadores para quem quer captar recursos na bolsa .

A janela de oportunidades para a realização de captações que existiu no começo do ano se fechou, segundo Marcelo Torto, analista da Ativa Corretora. Enquanto no começo do ano o cenário havia melhorado, mesmo que pouco, nos EUA e Europa, agora o mercado aguarda ansiosamente a redução de estímulos por parte do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, e vê a economia doméstica em um momento difícil - com inflação pressionando, constantes revisões para baixo do PIB e câmbio mudando de patamar.

“2013 não é um bom momento para realizar captações, especialmente IPOs”, segundo Torto. “Caso uma empresa decidisse entrar no mercado hoje, possivelmente entraria com captação muito barata e precisaria aumentar muito a diluição de ações para poder captar o montante esperado incialmente”, afirmou. Para Marcelo Torto, o ideal seria que as empresas esperassem os investidores assimilarem um novo padrão de politica do Fed.

O Santander também não está muito animado com o mercado. Em agosto, a Santander Corretora derrubou em 27% sua meta para o Ibovespa para o final ano, de 71.000 pontos para 52.000 pontos. Para o banco, a aceleração do crescimento econômico está levando mais tempo para acontecer.

“Não me surpreenderia com mais cancelamentos”, disse Daniel Noronha, analista da XP Investimentos. Para o analista, para uma empresa anunciar IPO nesse ano ela precisa estar muito convicta do negócio e ser bastante agressiva – ou então estar precisando muito de recursos. Em condições desfavoráveis, a empresa corre o rico de ter uma demanda fraca na captação. “Em IPO, o timing é crucial, ele pode fazer a captação passar de 1 bilhão para 500 milhões”, afirmou.

O BNDES, por exemplo, já anunciou que vai esperar até o segundo trimestre do próximo ano, quando prevê condições de mercado mais favoráveis, para dar andamento ao plano de realizar dois IPOs de empresas de sua carteira. "Já existem pelo menos duas empresas da carteira prontas para IPO, mas é necessário conjuntura melhor", disse Luiz Souto, superintendente da área de capital empreendedor do BNDES.


Marcelo Torto acredita que as empresas podem adiar seus planos de abrir capital para 2014. Se a necessidade de capital da empresa for muito grande, pode ser que a companhia opte por realizar uma captação mais no final do ano, quando o Fed começar a reduzir os estímulos e o mercado tiver uma visão melhor do cenário. “Mas ainda não será o momento ideal, o ideal mesmo seria aguardar o desfecho do Fed e uma retomada da economia aqui no Brasil”, afirmou.

Nesse ano, a BB Seguridade realizou uma das maiores operações da história da BM&FBovespa, movimentando um total de 11,475 bilhões de reais. Mas, além do setor despertar interesse, o momento era outro, segundo Torto. “No momento atual, não esperamos que estrangeiros entrem com tanta força num IPO do Brasil e o BB Seguridades teve apelo para estrangeiros”, afirmou.

Mesmo com a perspectiva ruim para o segundo semestre, só pela primeira metade do ano, 2013 deve ser melhor que 2012, segundo Torto. Neste ano, cinco empresas estrearam na Bovespa, ante duas em 2012.

Leia também: O que esperar das empresas que fizeram IPOs em 2013

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