Mercados

É hora de comprar ações e commodities, mostra indicador do BofA

Banco está otimista em relação aos ativos de risco para 2019

Desde 2000, o indicador BofAML Bull & Bear enviou 16 sinais de "compra". (Kanok Sulaiman/Getty Images)

Desde 2000, o indicador BofAML Bull & Bear enviou 16 sinais de "compra". (Kanok Sulaiman/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 2 de setembro de 2019 às 08h00.

Mais de US$ 200 bilhões em saídas de capital no mercado acionário. Pode ser o que tenha levado o indicador BofAML Bull & Bear a finalmente mostrar um contrário "sinal de compra", o primeiro desde 3 de janeiro.

O Bank of America Merrill Lynch está otimista em relação aos ativos de risco para 2019, principalmente ações e commodities. O posicionamento dos investidores, bem como as políticas monetárias dovish, sustentam o argumento. Os estrategistas do banco destacaram que a guerra comercial até agora levou a uma redução das taxas de juros, em vez de provocar uma recessão.

“O declínio do indicador Bull & Bear foi impulsionado por saídas de dívidas e ações de mercados emergentes, uma rápida recuperação dos Treasuries contra títulos corporativos e índices acionários de países MSCI supervendidos”, escreveram estrategistas do BofAML, que incluem Michael Hartnett, em nota aos clientes na sexta-feira. A leitura mostra um posicionamento "extremamente pessimista" dos investidores, disse Hartnett.

Os investidores de fato se afastaram de ações este ano, mudando sua exposição para um forte peso em títulos e ouro, de acordo com dados do provedor de dados sobre fluxo de fundos e alocação de ativos EPFR. Enquanto investidores venderam US$ 204 bilhões em ações, colocaram US$ 325 bilhões em ativos de renda fixa, sendo US$ 160 bilhões apenas nos últimos três meses, um volume recorde e claro sinal de temor de uma recessão global e capitulação do tema "japanificação", escreveu Hartnett. Quanto ao ouro, a segurança do metal precioso é destacada pelos US$ 12 bilhões investidos em 2019.

Setembro será um mês desafiador para a política monetária. O Federal Reserve dos EUA deverá reduzir ainda mais as taxas de juros, enquanto o Banco Central Europeu sinalizou que pode reduzir as taxas e reiniciar a flexibilização quantitativa, embora nem todos os bancos centrais concordem que as perspectivas são fracas o suficiente para justificar a retomada da compra de títulos.

A longo prazo, a perspectiva dos estrategistas do BofAML não é consistentemente positiva. Embora mostrem uma visão bem otimista para 2019, a postura para 2020 conta uma história diferente. Os riscos de recessão aumentam, enquanto a impotência da política monetária e uma potencial bolha de títulos justificam a visão mais pessimista do banco para o ano que vem: os estrategistas antecipam um aumento dos spreads de crédito e um pico nos múltiplos de ações para 2020.

Desde 2000, o indicador BofAML Bull & Bear enviou 16 sinais de "compra", fornecendo um retorno médio de três meses para as ações globais de 6,3% e uma taxa de acerto de 10 em 16.

Acompanhe tudo sobre:AçõesFundos de investimentoTítulos públicos

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado