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Dólar fecha em queda na expectativa de estímulo de US$ 1 tri

Índice que mede o desempenho da moeda americana contra pares desenvolvidos opera na mínima desde 2018 e chega a nono pregão consecutivo de queda

Dólar comercial caiu 0,9% e encerrou sendo negociado por 5,158 reais (Pixabay/Reprodução)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 27 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 27 de julho de 2020 às 17h41.

O dólar iniciou a semana em queda contra o real, acompanhando o movimento global de desvalorização da moeda americana, na esperança de democratas e republicanos cheguem a um acordo sobre o pacote americano de 1 trilhão de dólares. Por aqui, o dólar comercial caiu 0,9% e encerrou sendo negociado por 5,158 reais. O dólar turismo, com menor liquidez, recuou 0,7% e fechou cotado a 5,45 reais.

“Há a expectativa de que o governo americano dê o início hoje para o processo da segunda fase do auxílio. É mais um estímulo fiscal na mesa”, comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

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Parte das discussões sobre o projeto de estímulo giram em torno da quantia destinada a desempregados. Enquanto democratas querem a manutenção do auxílio de 600 dólares, republicanos querem a redução para 400 dólares. De acordo com fontes do The New York Times, a intenção inicial do partido Republicano era propor a redução de 600 dólares para 200 dólares.

Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti, vê como positivo o pacote de estímulo para moedas emergentes. “É normal que com mais dólar em circulação a moeda se desvalorize. Isso é o que está ajudando as moedas ligadas a commodities, como o real, se valorizarem”, afirmou.

Contra moedas desenvolvidas, o dólar teve mais um dia de perdas significativas, com o euro sendo negociado nas máximas desde abril de 2018. O índice Dxy, que mede o desempenho da moeda americana contra seis divisas fortes, recua 0,7% e caminha para o nono dia consecutivo de queda, operando na mínima desde 2018.

Para Adriano Candreva, sócio da Portofino Investimentos, a desvalorização do dólar tem relação com a déficit fiscal dos Estados Unidos e a recente queda das taxas de juros americanas. "Atualmente, a taxa de juros dos Estados Unidos no acumulado em 10 anos é aproximadamente 0,60%, valor muito parecido com a inflação dos últimos 12 meses. Portanto, o ganho real de alguns investimentos baseados nesse índice acaba sendo zero ou até mesmo negativo. Esse cenário, estimulado com a diminuição dos efeitos da pandemia e a retomada das atividades em muitos lugares do mundo, ajuda a explicar fuga da busca pelo dólar para outros ativos", disse em nota.

Apesar da contínua desvalorização do dólar no mundo, Ruik ainda acha cedo para afirmar que o dólar entrou em tendência de queda. "A única coisa que temos certeza, é que [contra o real] a moeda vai continuar com muita volatilidade e amplitude", afirmou.

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