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Dólar tem forte alta ante real após Fed sinalizar altas dos juros

Às 10:25, o dólar avançava 1,44 por cento, a 3,3811 reais na venda. Na máxima, a moeda marcou 3,4092 reais, com alta superior a 2 por cento

Dólar: reação ao Fed foi global e o dólar no exterior atingiu a máxima em 14 anos, colocando o euro no seu menor nível desde janeiro de 2003 (roberthyrons/Thinkstock)

Dólar: reação ao Fed foi global e o dólar no exterior atingiu a máxima em 14 anos, colocando o euro no seu menor nível desde janeiro de 2003 (roberthyrons/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 10h39.

São Paulo - O dólar operava com forte alta ante o real nesta quinta-feira, após a decisão do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de elevar a taxa de juros pela primeira vez em um ano e sinalizar três altas em 2017.

Com mais juros, os recursos aplicados em países como o Brasil acabam sendo direcionados de volta aos EUA e pressionam o dólar sobre o real.

Às 10:25, o dólar avançava 1,44 por cento, a 3,3811 reais na venda. Na máxima, a moeda marcou 3,4092 reais, com alta superior a 2 por cento. A última vez que o dólar havia tocado no nível de 3,40 reais no intradia havia sido no dia 12 de dezembro, quando marcou 3,4090 reais.

O dólar futuro subia bem menos, 0,38 por cento nesta manhã, uma vez que decisão do Fed pegou esse ativo ainda funcionando na véspera e a moeda saiu de uma queda para uma forte alta.

"O mercado não estava preparado para a indicação de três altas de juros no próximo ano e isso obriga uma correção. Mas o ajuste não é fundamental e duradouro, já que a indicação do Fed não é garantia de nada", disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

Em dezembro do ano passado, o Fed elevou a taxa de juros pela primeira vez após a crise e indicou, na ocasião, que a taxa poderia subir quatro vezes em 0,25 ponto percentual neste ano. Mas houve apenas uma elevação, a da véspera.

"A mudança da sinalização para o próximo ano aconteceu porque os indicadores norte-americanos têm sido muito bons, sobretudo os de emprego. Por si só eles já justificariam um Fed mais hawkish", comentou Machado.

A reação ao Fed foi global e o dólar no exterior atingiu a máxima em 14 anos, colocando o euro no seu menor nível desde janeiro de 2003.

Internamente, a questão política se somava ao resultado do encontro do Fed e também alimentava a valorização do dólar ante o real.

"Estamos vivendo um cenário político sem precedentes. Quando se imagina que a poeira vai baixar, novos estresses surgem", destacou um operador da mesa de câmbio de uma corretora local.

Cautela, assim, segue sendo a tônica do mercado neste final de ano e nem mesmo a previsão de que o governo anuncie hoje medidas microeconômicas para tentar reanimar a economia faziam preço nos negócios pela manhã.

Ao longo do dia, entretanto, profissionais comentaram que o conteúdo dessas medidas pode aliviar a trajetória de alta da moeda.

Até o momento, o Banco Central não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio. Na terça-feira ele fez um leilão de linha para rolagem dos contratos de janeiro e, na segunda-feira, encerrou a rolagem dos contratos de swap cambial, equivalentes à venda de dólares no futuro, também de janeiro.

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