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Dólar cai após superar R$4,00 na abertura com fala de diretor do BC

Às 12:23, o dólar recuava 0,64 por cento, a 3,9607 reais na venda

Dólar avançava na abertura do pregão desta quinta-feira, 25 (Guadalupe Pardo/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2019 às 09h17.

Última atualização em 25 de abril de 2019 às 12h27.

São Paulo — O dólar tinha firme queda ante o real no fim da manhã desta quinta-feira, chegando a ceder à casa de 3,95 reais após mais cedo superar a barreira psicológica dos 4 reais, na sequência da disparada da véspera.

O real tinha o melhor desempenho entre 33 pares do dólar nesta sessão. Na quarta-feira, a moeda brasileira havia ocupado a vice-liderança nas perdas, com o dólar fechando no maior patamar em quase sete meses.

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Na B3, a referência do dólar futuro cedia 0,68 por cento, a 3,9670 reais.

Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana foi aos 4,0071 reais. Mas em seguida entrou em trajetória descendente e, por volta de 12h, bateu a mínima do dia, a 3,9529 reais, queda de 0,84 por cento.

Segundo profissionais, o mercado acelerou as vendas de moeda após fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes. Em evento em São Paulo, Fernandes disse que a autoridade monetária não tem "preconceitos" em relação ao uso de qualquer instrumento cambial e deu destaque à possibilidade da oferta de linhas.

Os comentários do diretor ocorreram em meio à escalada do dólar para os 4 reais e deixaram no mercado a impressão de que o BC pode estar incomodado com esse nível diante do atual contexto.

"A fala do Bruno provocou 'stop' dos comprados", disse um gestor de um fundo na capital paulista. "Afinal, o dólar está em 4 reais e o diretor está falando que o BC não tem tabu em intervir."

Nesta semana, o BC anunciou de forma antecipada que começará em 2 de maio as rolagens de contratos de swap cambial com vencimento em julho. A autarquia ressalvou que os montantes a serem ofertados poderão ser revistos "sempre que necessário".

E o BC seguiu nesta quinta-feira com rolagens dos swaps vincendos no início de maio, com venda integral dos 5.350 contratos disponibilizados. Em 18 leilões neste mês, o BC já vendeu 4,815 bilhões de dólar es nesses ativos. O lote a expirar em 2 de maio é de 5,343 bilhões de dólar es.

Ibovespa

A bolsa paulista ensaiava melhora quinta-feira, 25, com os papéis da JBS entre os principais suportes do Ibovespa, embora o declínio de Bradesco limitasse o ganho, em meio a movimentos de realização de lucros nas ações após resultado trimestral dentro do esperado do segundo maior banco privado do país.

Às 11:52, o Ibovespa subia 0,37 por cento, a 95.397,86 pontos. Mais cedo, na mínima, caiu 0,88 por cento. O volume financeiro somava 4,42 bilhões de reais.

Para a equipe da Coinvalores, o mercado continua inseguro sobre quanto o texto da proposta de reforma da Previdência apresentado pelo governo pode ser "desidratado", conforme nota distribuída a clientes.

Nesse contexto, estão no radar desdobramentos relacionados à instalação da comissão especial da reforma na Câmara dos Deputados, que analisará o mérito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para mudar as regras de aposentadorias.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) será o presidente da comissão, e a relatoria ficará com Samuel Moreira (PSDB-SP).

A trajetória negativa do S&P 500 e do Dow Jones em Wall Street também atenuava uma recuperação mais vigorosa no pregão brasileiro, com a temporada de balanços norte-americana também influenciando os negócios em NY.

Destaques

- BRADESCO PN perdia 1,71 por cento e BRADESCO ON caía 1,48 por cento, mesmo após resultado do primeiro trimestre com crescimento de 22 por cento no lucro líquido recorrente na comparação anual, que agradou analistas, mas ficou em linha com as estimativas.

- JBS subia 3,31 por cento, recuperando-se de queda na véspera, conforme permanecem as perspectivas positivas para o setor de proteínas no Brasil em decorrência do surto de peste suína africana na China. Também no radar, a Seara Alimentos, do grupo JBS, recebeu autorização do governo da Índia para exportar produtos de frango a partir do Brasil para o país.

- NATURA disparava 8,51 por cento, tendo no radar que a Avon NA Holdings, subsidiária da Avon Products, e a sócia Cerberus Investor fecharam acordo para vender a Avon North America para a LG Household & Health Care. Em março, a Natura disse que estava negociando potencial transação envolvendo a Avon.

- SABESP tinha elevação de 2,93 por cento, com as atenções voltadas para a tramitação da medida provisória 868/2018 sobre o marco regulatório para o setor do saneamento básico, que pode ser votada nesta quinta-feira em comissão mista e é considerada essencial para selar o destino da companhia de água e esgoto de São Paulo. ( http://bit.ly/2ZCzm46 )

- PETROBRAS PN subia 0,69 por cento, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo Brent no exterior, com o noticiário incluindo anúncio de provisão de 1,3 bilhão de reais por litígios envolvendo a Sete Brasil e novo programa de desligamento voluntário.

- VALE cedia 0,81 por cento, também pesando no Ibovespa, em movimento alinhado com o de outras mineradoras no exterior.

- BRASKEM PNA recuava 1,34 por cento, também na ponta de baixa do Ibovespa. Em relatório nesta semana, analistas do UBS afirmaram que esperam resultados bastante fracos para a petroquímica no primeiro trimestre, pressionados por spreads menores.

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